Wounds

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Mia

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Mia

- Então... o baile é em uma semana – Zara se sentou ao meu lado e me entregou uma xícara de café – Já contou pro Peter?

- Contar o quê? – perguntei, dando um gole em meu café.

- Que você gosta dele, ué.

- Não – dei de ombros e coloquei a xícara na mesa de centro.

- Por que não?

- Ah, sei lá – comecei a pensar em uma mentira – Eu estou nervosa, é meio difícil confessar esse tipo de coisa pra alguém.

- Mas você já sabe que é recíproco, porque tem tanto medo?

- Sabe, na minha época – Bucky começou. Bufei e revirei os olhos – Ok, não falo mais.

- Bucky, na sua época não existia nem televisão com cores – comentei.

- Existia televisão... – murmurou.

- Com cores? – levantei uma sobrancelhas. Barnes revirou os olhos.

Peguei novamente minha xícara e olhei para a porta, vendo que possuía uma nova tranca.

- Pra que tantas trancas? – perguntei – Medo da polícia entrar e te prender por nocautear seu chefe? – provoquei.

- Tem um cara que é procurado mundialmente morando comigo, você acha mesmo que eu seria presa por nocautear meu chefe?

- Ah é, verdade – tomei um gole novamente – Como é ser procurado?

- Como você acha que é?

- Não faço ideia – apoiei meu queixo na palma de minha mão – Por isso estou perguntando – dei um sorrisinho provocativo.

- Eu vou dormir – se levantou da poltrona – Boa noite.

- Ah, qual é! Volta aqui, Barnes – gritei antes que ele pudesse fechar a porta. Sorri e olhei para Zara, que me olhava com desaprovação – Que foi?

- Você é muito filha da puta com ele – disse.

- Quê? – fingi estar ofendida – Eu sou a melhor neta que ele poderia ter – brinquei. Zara me lançou o mesmo olhar novamente, fazendo-me gargalhar – Ok, amanhã eu peço desculpas – levantei do sofá.

- Achei que fosse dormir aqui – disse.

- É... fica pra amanhã – dei de ombros – Obrigada pelo café.

Saí de seu apartamento e entrei no meu. Joguei minha chave na mesinha que ficava ao lado da porta, em seguida fui até a cozinha, peguei uma garrafa de água e andei para o quarto de minha mãe. Como eu esperava: vazio. Soltei um suspiro triste e apaguei as luzes, era um pouco assustador e muito solitário ficar nesse apartamento. Eu me sentia completamente desamparada e abandonada. Nunca havia ninguém. Caminhei lentamente em direção ao meu quarto e fechei a porta, assim que me virei para andar até minha cama, tive a visão de alguém sentado embaixo de minha janela. Arregalei os olhos e acendi a luz, deparando-me com uma pessoa ferida e com alguns furos em seu moletom.

- Ai meu Deus! – exclamei – Homem-Aranha, o quê...

- Você disse meu nome – comentou.

- Puta que pariu! Caralho! Merda! – eu disse desesperada – O que aconteceu?

- Aqueles motoqueiros me pegaram desprevenido – tentou sentar-se direito, porém soltou um gemido de dor – Aparentemente eles ainda me odeiam.

- Meu Deus – andei até ele e me ajoelhei em sua frente – Eu... – engoli seco – vou pegar o equipamento de prontos-socorros.

Levantei rapidamente e corri em direção ao banheiro de minha mãe. Abri todos os armários possíveis, jogando algumas coisas no chão até achar a enorme bolso cheia de remédios e coisas para fazer curativo.

Voltei para meu quarto e tranquei a porta. Tirei a alça de meu ombro e coloquei no pé de minha cama.

- Consegue se levantar? – perguntei. O herói assentiu fracamente e se levantou, se apoiando em minha mesa de cabeceira.

O ajudei a se sentar em minha cama e abri a bolsa. Subi um pouco o seu moletom e comecei a passar remédio em seu ferimento, ele emitiu um som de dor.

- Desculpa, vai arder – avisei um tanto tarde demais – Isso tá bem profundo. Com o que eles te atacaram?

- A maioria foi à mão, mas eu tenho certeza que um deles tinha uma faca.

Olhei para seu rosto com a boca aberta e uma expressão preocupada.

- Você sabe o que está fazendo? – perguntou após emitir outro som de dor. Soltei um riso.

- Minha mãe é médica, o mínimo que ela podia me ensinar é como se fazer curativo – respondi – E seu rosto?

- Acho que vou ficar com um olho roxo, mas...

- Eu preciso ver.

- Não!

- É sério isso? Você prefere ficar com o rosto todo fodido do que me deixar cuidar de você?

- É só que...

Antes que ele pudesse protestar, eu dirigi minhas mãos à barra de sua máscara e a tirei.

- Ai meu Deus!

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Liguei a máquina de roupas e lavei minhas mãos, tirando todos os resquícios de sangue e produtos que estavam nelas. Soltei um suspiro e entrei novamente em meu quarto. Fechei a porta e a tranquei novamente. Eram quase quatro da manhã.

- Sua fantasia está na máquina – eu disse, cansada.

- Não é uma fantasia – Peter protestou. Ri fraco.

- Quando ela secar eu vou tentar conserta-la, fechar os rasgos da faca.

- Mia...

- Por que você não me falou desde o começo? – perguntei – Nós nos beijamos, duas vezes. Eu te contei que eu tenho sentimentos por você! – exclamei – Peter, isso é loucura!

- Eu sei que é – disse com um tom de voz baixo – Eu só... achei que você fosse gostar mais de mim sendo o Homem-Aranha do que Peter Parker.

Soltei um suspiro alto e fechei os olhos. Respirei fundo e olhei para os olhos de Peter.

- Eu gostei de você muito antes de conhecer o garoto-aranha – admiti. Peter arregalou os olhos – Eu só não admitia pra ninguém, nem pra mim – sorri de canto – Podemos, por favor, parar de falar sobre isso? Parece muito cena clichê de filme de super-herói.

Peter riu.

- Acho melhor eu ir para casa – começou a se levantar.

- Você tá brincando né? – o empurrei pelo ombro para baixo, fazendo-o se sentar novamente – Se você aparecer assim na sua casa, sua tia te mata. Pode ficar por aqui – sugeri – Minha mãe só vai chegar amanhã à noite. E eu preciso consertar sua fantasia.

- É um uniforme.

- Aquela merda? Não é não – ambos rimos – Fica aqui – dei um selinho nele – Tá tudo bem.

Peter assentiu e me beijou.

Aparentemente eu estava apaixonada pela mesma pessoa o tempo inteiro.

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Adivinha quem não tem nada pra fazer no ano novo então decidiu escrever um capítulo novo? Essa guria aqui!

Espero que tenham gostado :)

Feliz ano novo!!!!

Sadderdaze - Peter ParkerOnde as histórias ganham vida. Descobre agora