Morte

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Ele se livrou do abraço de Serafina e correu até a porta, o mundo parecia girar em câmera lenta. Ela passou os braços pelo pescoço dele, se jogando em seu corpo. O calor daquele abraço... Não havia coisa melhor. Richard sentiu as lágrimas molhando seu rosto, sentiu o peito pulando a cada soluço, sentia a força com que pressionava o corpo da moça contra o dele.

-Isso... Isso... Não é possível! - exclamou Appoline, chorando. Sirius estava branco, sem reação, Saman rabiscava uma carta e quando acabou abraçou a esposa.

-É você mesmo? - perguntou Sirius num fio de voz, a moça assentiu, ele a tomou nos braços, chorando.

-Ah, Meu Merlin! - Sarah correu até eles, Sirius deixou-a abraçar a mulher, ambas choravam - Eu não... Eu não acredito! Eu achei que nunca mais...

Ela se soltou de Sarah e se aproximou de Appoline, abraçou Saman e encarou Appo, esperançosa.

-Appo.

-Cléo?

Não era possível se transformar em pessoas mortas. Isso era algo improvável. Cléo não era mais a mesma. Sua pele continha algumas cicatrizes, o nariz estava um pouco torto, os cabelos... Antes longos até abaixo dos ombros, agora na altura do queixo, estava bem mais velha desde a última vez que se fazia presente, porém ela ainda possuía os mesmos olhos âmbar, uma eterna lembrança de Kendra.

-Você... Você morreu! Eu vi.

Cléo avançou em Appo a envolvendo em um abraço. Elas nunca agradeceram tanto pelo Caldeirão Furado estar tão vazio. A loira tateou o corpo da irmã querendo comprovar que aquilo tudo era real, que podia ter sua irmã de volta.

-Como... Como tudo aconteceu? - perguntou Sirius quando as duas se separaram, Cléo já voltara para os braços de Richard. Antes que pudesse sequer sorrir um barulho alto fez todos se virarem. Harry, Rony, Hermione E Teddy estavam parados diante à porta do bar.

Uma felicidade inexplicável tomou conta do peito da Black ao ver o melhor amigo ali. Os olhos do animago brilharam com a visão que tinha diante dele, a pontinha dos fios azuis ficaram brancas, a boca se entreabriu como se quisesse dizer algo, ele se aproximou cambaleando e puxou a garota para ele.

-Eu senti saudades! - sussurrou ela - Pegou a Victorie pelo menos? Ou ficou com a sem sal da Yang?

Ele soluçou rindo apertando ela mais contra si.

-Me desculpe! Eu deixei você morrer e...

-Mas eu nunca morri, Teddy. - disse se separando do metamorfomago.

-Como está viva, Cléo? - perguntou Hermione suavemente.

-Eu só me lembro de acordar e quase ser esmagada por uma pedra enorme. Aparatei sem nem pensar direito onde e acordei em uma ilha. Fiquei uns dois dias curando o meu nariz quebrado e descobri que a ilha tinha vários recursos e parecia segura. Foi ai que me veio uma dúvida: eu deveria mesmo voltar?

-É claro que deveria! Não sabe o trabalho e preocupação que tivemos quando esteve desaparecida! Achamos que Comensais tinham-na levado, achei que minha filha estivesse morta! - exclamou Sirius com olhos marejados.

-Me desculpe, papai. Porém o senhor sabe do meu sonho de viajar o mundo e foi isso que eu fiz, tinha que amadurecer e deixar de ser aquela garotinha protegida e ingênua que eu era! Eu lutei, aprendi várias coisas, vi novos horizontes, fiz coisas que jamais imaginei fazer! - os olhos dela vazavam emoção - Contudo não havia um dia no qual não cogitasse a opção de voltar.

-Por quê não avisou que estava viva? - perguntou Harry, Cléo sorriu tristemente.

-Eu queria tio Harry, mas sabia que nenhum de vocês iria deixar uma garota de dezessete anos vagando pelo mundo sozinha, principalmente o papai.

E se eles voltassem 2-  A decisão final Where stories live. Discover now