Capítulo 2

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Na empresa, Ryan se direcionou ao elevador sem deixar de observar o relógio de pulso. Dessa vez, ele não teria como almoçar com os funcionários, pois precisava resolver alguns assuntos de extrema urgência com o advogado da família.

Não demorou muito para chegar até o carro. Ele deu a partida, saindo em disparada para o restaurante onde seria o almoço de negócios.

Ryan dirigiu pensativo quanto ao que o seu advogado tinha a dizer-lhe. Somente uma das mãos estava segura ao volante, enquanto a outra seguia alisando o queixo. Isso sempre foi um dos hábitos que possuía, ou ainda possui, quando se encontrava ansioso.

Assim que passou por uma das três sinaleiras que havia em toda a reta avenida, uma jovem atravessou a rua inesperadamente, e ele, ao vê-la, segurou firmemente o volante com as duas mãos, freiando o carro que demorou 2 segundos a parar antes que pudesse atropelá-la. Ela o encarou, através do parabrisa, assustada, assim como ele também o fez, não prestando muita atenção em sua fisionomia. A moça ainda paralisada tentou voltar em si e, neste mesmo momento, ele saiu do carro vociferando, fazendo com que todos em sua volta fixassem os olhares neles:

— Você enlouqueceu? Como pode atravessar a rua com o sinal aberto?! Por pouco eu não a atropelo — bradou e a jovem que estava de cabeça baixa, tentando raciocinar direito, ergueu o olhar.

— O que disse? — perguntou, mais normalizada com a situação.

O olhar da moça o prendeu por alguns segundos. Dentro de si, afirmou o quanto ela era bela.

— Você precisa ter mais atenção. — Abrandou suas palavras. — Onde ia com tanta pressa, desculpe-me a intromissão?

— Obrigada, Deus, por teu livramento — falou com os olhos mareados, ignorando a sua indagação.

— Eu não sou Deus. — Franziu o cenho ao ouví-la.

— Eu sei que não! Obrigada por não me atropelar, moço. — Segurou em suas mãos e logo as soltou, correndo para o outro lado da rua. Ryan permaneceu estático cogitando se ela era louca ou se só estava com alguns "parafusos" faltando. Olhou para trás e a viu entrando numa lanchonete intitulada: 'Beniveline'. Ele, no entanto, decidiu voltar para o carro e retornar à sua corrida até o restaurante, à medida que as pessoas ao redor fuxicavam entre si sobre o que tinha acontecido, sem deixar de rirem pela atitude da jovem.

Louca, uma moça bonita, mas aparentemente sem noção das coisas; uma maluca que clamava a alguém que nem visível era; assim ele pensava com a imagem dela em sua mente.

As linhas em toda a sua perfeição, com uma beleza natural estampada. Era nítido a naturalidade e não havia maquiagem alguma em seu rosto que pudesse afirmar o contrário. Seus cabelos eram lisos, longos/medianos e loiros; seus olhos, verdes como a esmeralda. Seus lábios eram rosados e carnudos sob medida.

Chegando no restaurante, não desperdiçou muito tempo ficando dentro do carro e logo saiu, adentrando as portas de vidro fumê do local, sendo recepcionado por um rapaz.

— Seja bem vindo, senhor. — O jovem trajado com calça social preta e blusa social branca com um colete por cima, deu-lhe passagem.

— Obrigado — agradeceu, ajeitando o terno. — Já tenho reserva.

— Seu nome? — Abriu a caderneta.

— Ryan Kent. 

Dito o nome, de imediato, o rapaz o levou até a mesa, mostrando-lhe o cardápio e ele fez seu pedido, esperando o advogado aparecer.
Ryan olhou mais uma vez para o relógio de pulso e depois mirou a porta.

Minutos depois, um senhor calvo, de pele negra, barba feita e bem trajado, surgiu, com uma mala em mãos. Assim que o visualizou, foi em sua direção, assentando-se à mesa, desculpando-se pela demora. Contudo Ryan não se importou, porquanto também acabara de chegar e ordenou que ele fizesse seu pedido, porém, o senhor de nome: Rodolph, recusou alegando que iria almoçar com a família.

Segunda chanceWhere stories live. Discover now