Capítulo VII: Regras para ser Lena Luthor e encontro com Mon-El

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Semanas passaram daquela forma. Entrar em uma rotina ordenada com Kara não foi nada difícil, o que em algum nível era até assustador como de uma maneira tão rápida elas entraram naquele ritmo próprio. Havia dias que era difícil lembrar que fisicamente ela não fazia parte da vida da loira. Não que seu coração estivesse começando a confundi-la sobre isso.

Claro, ainda era difícil tentar ser otimista e alegre o tempo todo, mas quanto mais ela conversava com Kara, mais parecia que a personalidade dela se tornava parte dela também. Como se a cada dia parecesse mais fácil sorrir. Algo que as vezes chegava ao cúmulo de fazê-la esquecer que não podia sorrir tanto assim sendo Lena Luthor. Mesmo que apenas Jess tivesse percebido.

Parecia surreal, mas também foi naquelas poucas semanas que Lena começou a se sentir mais em casa no corpo de Kara do que jamais houvera sido na sua, talvez, durante toda a vida. Hoje ela podia ter um apartamento no prédio mais caro de Metrópoles e ainda assim não conseguir se sentir tão aconchegada quanto nos jantares e noites de filme com Alex e Maggie. Era difícil não se sentir assim quando havia tanto amor ao seu redor, de uma forma que apenas Lex havia feito sentir, mas que já fazia tanto tempo que ele não era mais assim, que ela até havia esquecido como era a sensação.

Ali estava um problema enorme, mesmo que fosse o único. Era ótimo e péssimo ser uma Danvers, pois mesmo que ela se sentisse inserida em uma família que nunca teve, ela não podia esquecer que aquela não era sua vida. A verdade era dura, mas era a verdade. Nem Maggie, ou seus amigos, nem mesmo Alex realmente a amavam. Eles amavam Kara. E Lena não era Kara.

De resto, cada novo dia era apenas iluminado e divertido por se ter tanto para compartilhar com alguém como ela.

As suas semanas seguintes foram bastante cheias, não de trabalho, mas com a sua ida ao Japão para uma série de reuniões e aperfeiçoamento de seu projeto. Kara por sua vez, havia mencionado ter encontrado alguns cristais de seu planeta natal que estavam com seu primo e estava tentando encontrar neles a resposta para o que podia estar acontecendo entre elas.

Lena a agradeceu com outra mensagem, pensando por um momento se depois que toda aquela loucura de troca passasse, talvez, ela pudesse ir até National City para um café. Agradecer pessoalmente parecia apropriado.

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Sua viagem ao exterior foi mais rápida do que ela havia planejado. Ao ler um dos relatórios que havia solicitado de um dos novos engenheiros de Lex o completo choque a preencheu e ela comprou o próximo voo disponível. Ele não poderia estar querendo nada pacifico com projeto de armas químicas que alteravam o DNA de humanos e alienígenas.

De volta à Metrópoles, Lena tentou falar com Lex de todas as formas, mas ele estava incomunicável. Ninguém sequer lhe dizia se ele estava ou não na empresa. Aquilo subiu seus nervos e quase a fez gritar com o pobre atendente daquele andar.

Ela precisava pensar em algo.

Seus saltos fizeram um barulho alto quando ela acabou voltando irritada para o seu laboratório. Ela não tinha informações conclusivas o suficiente para acionar a polícia, ou o FBI. Talvez evidências para uma denúncia anônima, mas ela sabia bem como algo tão frágil não conseguiria deter Lex. Ele compraria quem fosse para conseguir executar seus planos.

Ao pegar seu telefone ela tentou contatar o engenheiro do relatório, algum dos funcionários do laboratório, ou qualquer outro que estivesse trabalhando com Lex, mas todos pareciam fora de comunicação como ele. Seu acesso ao sistema também não parecia ter permissão suficiente para realmente entender o que se passava nos projetos de seu irmão.

Aquilo a amedrontava, mas ela arrumaria uma forma de descobrir tudo.

Infelizmente, voltar mais cedo também implicava ter de lidar com reuniões antecipadas e papelada. Era uma terça-feira, e ela não conseguia se concentrar em nada daquilo, mas não por Lex agora, mas por ter voltado a pensar em Kara. Aquilo estava virando mais rotineiro do que ela gostaria de admitir.

- Qual o seu nome? ⌛ supercorpWhere stories live. Discover now