Capítulo X: A verdade não combina com panquecas e Kara explode uma parede

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Eles procuraram por uma semana.

Todas as manhãs, elas tomavam o café da manhã e partiram em busca de Lena, mas todas as noites elas voltaram esgotadas e com as mãos vazias. Elas acabaram conhecendo grande parte da cidade enquanto estavam lá, no entanto, não havia nenhuma boa pista de onde Lena poderia trabalhar.

Mas naquele dia elas não voltaram ao hotel. Seu destino acabou sendo um dos bares legais que elas haviam passado na frente pela manhã e mesmo não sendo um bar alienígena acabou sendo a forma que Alex e Maggie tentaram fazer à loira não sofrer tanto com aquele processo. Um pouco de distração não faria mal.

A noite acabou sendo divertida entre as três, mas sua mente ainda não ia muito longe e continuava tentando ao máximo estar próxima de Lena. Kara estava com medo de esquecer ainda mais.

Naquela manhã, sabendo como as duas não acordariam tão cedo depois das bebidas de ontem, Kara deixou ambas no quarto, decidindo deixá-las dormir até mais tarde enquanto voltava a procurar. Ela deixou uma nota para elas se encontrarem para o almoço no restaurante do hotel e caminhou na direção oposta que elas tinham ido ontem, esperando que algo parecesse familiar. Kara sentiu uma bolha de pânico crescer em seu peito ao perceber que hoje as memórias estavam cada vez mais obscuras, como se ela pudesse lembrar muito menos do que ontem.

Como nos outros dias a sua caminhada também foi em vão, fazendo com que Kara voltasse mais cedo do que planejara para o hotel. Era por volta das dez e sua irmã e Maggie ainda tomavam café da manhã. Elas não perguntaram nada sobre onde ela esteve.

– Hm, Kara, eu estava comentando com Maggie que talvez devêssemos pegar um ônibus mais para fora do centro da cidade. Há muitos edifícios de escritórios naquela área, podemos ter sorte. – disse Alex, dando-lhe um sorriso de encorajamento.

Kara ficou em silêncio por um momento, antes de olhar para a irmã com olhos cansados.

– Eu acho... que vocês duas deveriam ir para casa.

– O que? Não, nós prometemos ajudá-la a encontrar, não podemos te deixar aqui sozinha. – argumentou Maggie, com Alex manifestando seu próprio protesto ao seu lado. – Você, talvez, só precise tentar lembrar o sobrenome dela, qualquer coisa que possa nos ajudar a conseguir nos sistemas policiais ou de dados civis alguns endereços.

– Não, eu não consigo lembrar como era, eu sei que está na minha cabeça lá no fundo, mas parece fora do meu alcance. Eu só... Não consigo lembrar o que é. É quase como se algo tivesse apagado minha memória de propósito. – respondeu Kara, sua voz era apenas uma sombra do seu entusiasmo habitual enquanto tentava controlar suas emoções.

Ela tirou os esboços amassados ​​da bolsa, espalhando-os sobre a mesa.

– Isso é tudo que eu ainda tenho. Tudo que eu consigo lembrar, todo o resto está se afastando como se eu nunca tivesse visto. – Finalizou Kara amargamente sentindo os olhos ficarem úmidos.

As três ficaram em silêncio. A garçonete veio com pedidos extras para Kara de panquecas e café com leite, sorrindo enquanto colocava as xícaras para fora da bandeja.

– Uau, então você foi ao Parque dos Heróis, hein? – Perguntou, apontando para os esboços de Kara.

– Com licença? – Perguntou Kara, sua testa franzida em confusão.

– O parque. Você sabe, onde foi à explosão da Luthor Corp. – disse a garçonete, franzindo a testa um pouco. – Você é muito boa desenhando, eu costumava trabalhar ali por perto, mas fui demitida alguns dias antes de tudo acontecer. Deus me salvou do pior, mas ainda fico triste com o que aconteceu lá. Três anos depois e ainda não acredito que todas essas pessoas foram mortas.

- Qual o seu nome? ⌛ supercorpOnde histórias criam vida. Descubra agora