Capítulo 33

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As palavras de Ester fizeram com que Conrado abrisse os olhos, porém ele não a encarou. A morena o observou suspirar cansado, levantar do sofá com sua taça de vinho em mãos e seguir, calmamente, para a cozinha.

Ao vê-lo entrar pela porta da cozinha, obviamente que Ester estremeceu dos pés a cabeça. "Será que ele foi pegar algo para me agredir? Uma faca para me matar?" eram somente algumas das coisas que passavam pela cabeça dela que, apreensivamente, levou a mão a maçaneta da porta e se preparou para correr.

Conrado, 'frustrando' seus pensamentos, ainda bem, voltou segurando uma garrafa de vinho e sua taça em mãos. Ele seguiu até a mesa que estava preparada para o tal jantar e encheu uma taça de vinho, completando a sua logo em seguida.

Ester estranhou a postura dele, mas nada disse e continuou observando sua ação. Conrado deixou a taça sobre a mesa e voltou ao sofá, onde se sentou de cabeça baixa, deixando implícito que aquela taça na mesa era para Ester.

A morena ficou o olhando, abismada com seu jeito de agir, ela chegou até a cogitar ir embora e deixar aquela conversa para mais tarde, porém, seria injusto com Conrado ela postergar o assunto, tão importante para ambos.

Cautelosamente, ela caminhou até a mesa, pegou a taça de vinho e foi se sentar em uma poltrona, ficando de frente para o rapaz, que permanecia de cabeça baixa, segurando a taça e a garrafa de vinho.

Vê-lo daquela forma, Ester devia admitir, feria seu coração, afinal Conrado é um bom rapaz, que merecia ser feliz. Uma pessoa que sempre a fez rir e encarar o melhor da vida, que esteve com ela sempre, nos bons e maus momentos.

Seria tão mais fácil continuar com ele, manter aquele relacionamento confortável, mas ela sabia que não era assim que as coisas funcionavam. Seu coração clamava por Athena, só de pensar nela, seu peito fica pequeno para as batidas rebeldes dele, que só faltava sair apressado em busca de sua amada.

Era bom ter uma pessoa calma, carinhosa, equilibrada e que lhe amasse do lado, mas ela não o amava da mesma forma, não como homem, talvez um amor fraternal? Ela não sabia, só sabia que era cômodo e não se pode ficar com alguém só por comodismo, não é mesmo?

O silêncio tomou conta do ambiente, nem Ester e nem mesmo Conrado falavam nada. Algo que incomodava a ambos. Os dois sabiam que deveriam começar uma conversa, mas não sabiam por onde e isso estava os matando.

Talvez para tomar coragem, Ester resolveu beber um pouco do vinho que continha na taça. Era um vinho suave, como Ester sempre gostou de beber. Por não ser tão adepta a bebida alcoólica, a morena preferia bebidas mais suaves e com teor alcoólico mais baixo e o vinho escolhido por Conrado estava perfeito para seu paladar.

- Como foi sua noite? - Conrado perguntou cortando o silêncio ensurdecedor que pairava sobre eles e fazendo Ester engolir em seco, havia chegado o momento.

- Foi boa. - Ester respondeu em um sussurro.

- Eu pensei em fazer um jantar para nós dois. - Conrado disse ainda de cabeça baixa, nenhum dos dois encarava o outro. - A gente sempre dizia que não fazia essas coisas por falta de tempo, achei que seria legal. - Completou.

Ester se sentiu entristecida ao ouvi-lo, afinal era para ser uma noite dos dois. Comer algo, conversar, se divertirem e, quem sabe, se amarem, porém ela fez isso tudo, só que com outra pessoa.

- Liguei para você quase a noite toda. - Ele falou. - Liguei para Vanessa também, mas ela não atendia... - Suspirou cansado. - Fiquei preocupado.

- Eu sinto muito por não ter atendido... - Ester tentou falar, mas as palavras ficaram presas em sua garganta. Nunca imaginou que passaria por um momento como esse.

I Look To You... (Romance Lésbico)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora