"Existem aqueles que dizem que amar é para os fracos, mas acho que o ato de amar está destinado às mais belas almas, aquelas que conseguiram desenvolver a capacidade de pensar além das próprias necessidades."
Acordei ouvindo um bipe irritante. Abri os meus olhos e a claridade os incomodou, fazendo com que eu piscasse incessantemente até que me acostumasse, levantei minha mão para esfregar os olhos e senti uma dor aguda quando o levantei, quando aconteceu, percebi que tinha uma agulha com soro na minha veia. Olhei ao redor, paredes brancas, uma máquina de monitoramento dos batimentos cardíacos -de onde vinha o bipe-, eu estava em um hospital.
O que tinha acontecido? - eu me perguntava.
Imagens desconexas começavam a chegar e as cenas iam, aos poucos, se encaixando.
Estava quase me lembrando de tudo quando a porta do quarto foi aberta vagarosamente. Meu pais entraram, ambos estavam segurando copos de café e com roupas amassadas, seus rostos transmitiam preocupação e cansaço que logo foram substituídos por alívio assim que me viram acordada.
—Filha! - exclamaram.
Vieram ao meu encontro, seguraram minhas mãos enquanto acariciavam meu cabelos.—Estou a quanto tempo desacordada? - perguntei fazendo uma careta ao sentir minha garganta arranhar e minha voz sair áspera.
—Desde ontem de manhã, meu amor. -mamãe disse amorosamente.
—Quem me achou? - perguntei ao só lembrar de um homem de sobre tudo.
—O irmão da July estava indo buscá-la quando te encontrou desmaiada em um beco, te trouxe para cá e nos ligou, mas quando chegamos aqui ele já havia ido embora. - papai suspirou.
Ele tinha me salvado de novo?!
Só quando meus pais se encararam com os cenhos franzidos, eu me dei conta da besteira que eu tinha feito e a confirmação veio logo em seguida.
—Como assim "de novo", Ameera Denzel? - minha mãe enrijeceu a voz.
DROGA! Droga! Sempre dizem que mentira tem perna curta, mas quando eu não contei do quase estupro que fui salva por Dominic, eu não estava mentindo, apenas omitindo alguns fatos e dando uma pequena alterada em outro...
—Lembra da festa da July no dia de ação de graças? -comecei tentando me livrar do rolo que me meti.
—Sim. - Celina respondeu e papai só observar em silêncio o desenrolar da história.
—Então, eu estava no jardim -dei uma pausa e continuei - quando tropecei em uma pedra e caí, desmaiei, mas ele me pegou antes que eu ficasse jogada no jardim e sabe Deus o que poderia ter acontecido.
Minha mãe analisava o meu rosto tentando descobrir se eu dizia a verdade.
Meu pai contraiu os lábios e começou a falar antes de Celina.—Bom, então acho que devemos mais do que um simples jantar de agradecimento ao Dominic, não é mesmo, Celina? - papai encarou minha mãe com um sorriso caloroso.
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Nas Asas do Anjo
FantasyAmeera nunca ousou pensar que toda a sua vida fora detalhadamente traçada pelo destino, até porque não acreditava nisso. Ela já tinha tudo planejado, terminar o ensino médio, ter um bom emprego e sair de casa assim que possível, já não aguentava ma...