Capítulo 12 - A Corte da Luz

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Caí no chão mas não senti o impacto da queda. E só depois eu soube o porquê.
—PORRA, AMEERA! - Dominic gritou.

Eu havia caído em cima de Dominic! E em uma posição muito constrangedora, o meu rosto estava a centímetros do seu.
Olhei para ele e vi o estrago, meu soco acertou em cheio o seu nariz, Dom tentava parar o sangramento com a mão, mas era em vão.

—Desculpa, eu não sabia que era você. - murmurei envergonhada.

Me levantei às pressas. A situação não poderia ficar mais constrangedora.

Ouvi limpar de garganta e quando olhei para trás, vi meu pai com cara de poucos amigos, minha mãe e July com aquela cara "Eu sei o que você fez no verão passado". "Que isso, gente? Eu sou uma santa!" - vou ficar falando isso até que eu acredite e comece a agir como uma.

Só então fui perceber onde estávamos, ali era dia. Parecia um bosque repleto de árvores gigantes com uma larga trilha que se estendia a nossa frente. Era fantástico, parecia que estávamos em uma terra mágica.

—Onde nós estamos? - perguntei para quem quer que soubesse responder.

—Estamos na Corte da Luz. - mamãe respondeu.

—Que fica...?

—Na Holanda. Quem não é um ser com poderes celestiais e não consegue enxergar por detrás da barreira enfeitiça, vê apenas uma área de preservação ambiental mal cuidada. - July completou.

—Oh, querido, deixa eu ver isso. - minha mãe caminhou até Dominic que ainda estava sentando chão.

Celina agachou ao lado dele, tomou seu rosto entre as mãos e uma energia dourada saiu delas e envolveu o rosto de Dom. Um barulho de osso foi ouvido e logo em seguido um resmungo.

—Pronto, novinho em folha.

—Obrigado, Celina. - agradeceu levantando-se do chão e batendo as mãos na calça para retirar a terra.

—É por isso que você está com quase 17 anos e ainda não namora! O rapaz estava todo preocupado com a sua demora, foi buscá-la e recebe como agradecimento um soco no rosto! Sinceramente, Ameera... - minha mãe disse e eu fiquei chocada.

E o filho da Mãe do Homem de nariz-acertado-pelo-meu-punho ainda me olhou com escárnio.

—Mãe! - reclamei indignada— E eu não sabia que era ele, só me defendi.

July desatou a rir.

—Vamos começar a andar porque ainda temos uma longa caminhada até aldeia. - Papai pigarreou.

Caminhamos por horas a fio, bom eles caminharam, eu a cada 10 metros dava uma jeito de tropeçar e quase cair de cara no chão.
Não aguentava mais andar, meus pés estavam me matando, meu pijama antes tão lindinho do Mickey, já estava todo sujo. Quando estava quase jogando a toalha e desistindo meu pai para e pede para que façamos o mesmo.

—Esperem, não podemos passar dessas árvores. - ele apontou para um grupo de árvores que formavam um círculo ao redor de uma clareira gigante. —Elas na verdade são uma espécie de escudo.

—E o que vamos fazer? O sol já está quase se pondo. - questionei exausta.

—Vamos esperar. - Dominic disse simplesmente.

—Esperar pelo o que?

—Para sermos convidados a entrar na aldeia.

—Eu estou morta de cansada! - reclamei.

—Ameera, não é só você que está assim, então, a não ser que você queria ultrapassar o escudo e virar churrasco, eu te aconselho a parar de agir como uma criança de 5 anos. - seu tom frio e seco despertou o pior de mim.

Nas Asas do AnjoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora