Capítulo 33.

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Lana narrando.

— sabe o que eu queria? - levantei minha cabeça.
— solta o papo - disse.
— curtir uma baladinha - ela me olhou surpresa e riu.
— você só pode ta de sacanagem - deu uma gargalhada.
— eu to falando sério Lívia - fiz careta.
— bora, partiu? - se levantou.
— ta maluca? Onde tem balada em plena terça-feira?
— aqui é rio de janeiro caralho - disse animada - se arruma vamos relembrar os velhos tempos - bateu palma.
— relembrar os tempos em que eu era gospel e você me levou pro mal caminho? - dei risada.
— Lana menos, quem me levou pra perdição foi você - arquei a sobrancelha.
— vai deixar as crianças com quem?
— com o junior ué - deu de ombros - anda se arruma rápido.
— pode deixar senhorita - me levantei rapidamente e fui direto pro banheiro.

Tomei um banho pra lavar a alma e por um momento senti toda minha triste de horas atrás retornar, deixei as lágrimas caírem enquanto a água do chuveiro caía sobre meu corpo, fiquei longos minutos debaixo do chuveiro, saí enrolada na toalha, me sequei, passei creme corporal e em seguida perfume, coloquei um vestido que eu comprei hoje, coloquei meu colar, sequei meu cabelo com o secador e fiz uma maquiagem clarinha, em seguida passei chapinha bem rápido mesmo, por que a Lívia estava enchendo meu saco, por último coloquei meu salto, peguei meu celular e coloquei nos peitos, desci as escadas e dei de cara com a Lívia na sala, dei um beijo na minha mãe e saímos de casa, Lívia entrou no carona e eu fui dirigindo, saímos e pegamos a avenida que por incrível que pareça estava estava vazia.

— como você é chata - revirou os olhos.
— Lívia cala a sua boca - falei impaciente.
— cala você ridícula.
— eu vou voltar pra casa em.
— sua velha dos infernos - bufou.

Rodamos atrás de uma balada e por incrível que pareça não tinha nenhuma aberta, optamos em ir em um barzinho mesmo, Lívia estava no seu primeiro copo e eu já estava no meu terceiro.

— você não presta garota - balancei a cabeça rindo.
— ele é bonito - disse se referindo ao cara que estava na mesa ao lado.
— para de olhar garota - tampei meu rosto.
— ih me solta em - falou séria - vou ali e já volto - assenti e ela se levantou.

O carinha que estava na mesa ao lado também saiu, saquei tudo, Lívia é sem noção mesmo, chamei o garçom e pedi mais um copo de cerveja, estava mexendo no meu celular até sentir uma mão pesada pegar no meu braço e me arrastar pra fora do bar, levantei meu olhar e vi quem eu menos queria vê, caíque me empurrou e eu bati minhas costas no carro, respirei fundo e quando eu ia abrir a boca pra falar, ele me interrompeu.

— ta fazendo o que aqui sua filha da puta? - segurou meu braço mais uma vez.
— me solta - me chaqualhei - não te devo satisfação, que eu saiba sou SOLTEIRA - gritei a última frase.
— solteira um caralho, tu acha que é assim? Se envolve com vagabundo e mete o pé a hora que quer? - apertou meu braço - só acaba quando eu quiser.
— dá licença caíque - puxei meu braço e ele me soltou - toma vergonha na tua cara e não me procura mais.
— não te procura um caralho, já te dei o papo, acho bom tu abraçar - falou decidido.
— segue tua vida, aliás tu já fez isso e deixa eu seguir a minha.
— ta querendo ficar soltinha pra vagabundo? Tu se liga alana - apontou o dedo - vou te passar a visão, tu só vai se envolver com outro depois de 3 meses, se for antes já sabe o que vai acontecer contigo parceiro - falou sério.
— uhum - debochei.
— ta me tirando pra caralho, ta pensando que tem algum otário aqui? Sou sujeito homem porra.
— não parece - dei risada sem humor - ta perdendo seu tempo aqui, já disse que não te quero mais - falei decidida.
— e tu acha que é assim? - balançou a cabeça rindo - se envolveu comigo sabendo como eu era, agora vai arcar com as consequências das tuas escolhas, não te forcei a ficar comigo não po.
— vamos embora alana - Lívia surgiu do nada.
— to trocando um papo com ela, não ta vendo caralho? - disse sério.
— não perguntei querido - colocou a mão na cintura.
— algum problema aqui? - um cara perguntou.
— nenhuma - dei um sorriso sem mostrar os dentes.
— chamei a polícia, eles já tão vindo - surgiu um outro cara.
— caíque vai embora pelo amor de deus - juntei as mãos.
— quero saber de caralho nenhum - mostrou a arma na cintura e os cara se afastou - vem comigo po - me puxou pelo braço e eu me soltei.
— vai embora caíque - falei séria.
— nosso papo ainda não acabou não mano - falou sério - gravei o rosto dos playboy tão na mira em caralho - ameaçou pegar a arma, entrou no carro e saiu cantando pneu.

Lívia saiu me arrastando, entrei dentro do carro e ela foi o caminho dono me dando sermão, encostei minha cabeça na janela do carro, fechei meu olhos e dei um suspiro pesado, maldita hora que fui me envolver em tudo isso, caíque não vai me dá paz e eu sempre soube disso, se meter com bandido é furada, tu acha que pode sair e terminar a hora que quer, mas não é bem assim, a tua palavra e tua opinião não vale nada, tu não passa de empregada pra eles, que passa, lava, cozinha e ainda apanha.

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