Capítulo 119.

1.2K 76 1
                                    

O enterro do Miguel foi a coisa mais dolorosa do mundo, eu não queria ter pisado lá, mas eu precisava muito me despedir dele.

Vê ele deitado naquele caixão, foi desesperador o buraco que abriu em meu peito, eu tenho certeza que não vai se fechar nunca.

Flashback on

Ele estava sereno, um sorriso em seus lábios, parecia até que ele estava dormindo, em nenhum momento eu saí do seu lado, eu só queria ficar ali, talvez pra sempre.

Levei minha mão até seu rosto e acariciei lentamente, um nó estava formado na minha garganta.

— amor? - falei na esperança dele me responder. - amor levanta daí, para de brincadeira cara. - senti meus olhos lacrimejar. - vamos pra casa amor, nosso filho está te esperando. - passei o dedo levemente entre seu queixo. - por favor amor... vamos embora comigo. - solucei. - eu preciso tanto de você, eu não quero te deixar ir, eu não posso fazer isso. - falei baixinho enquanto soluçava. - o Raul está esperando a gente em casa, ele é lindo sabia? - perguntei sabendo que ele não ia responder. - eu te odeio, você não poderia me deixar, não poderia ter feito isso comigo. - deitei minha cabeça em seu peito. - me desculpa... - surrusei. - a culpa disso tudo é minha... Miguel? - dei um selinho em seus lábios e Lívia se aproximou.

— eles precisam levar o caixão. - Lívia disse.

— eles não podem fazer isso. Esse não é o meu Miguel, Lívia por favor... - ela me olhou com os olhos cheios de lágrimas. - eles vão levar ele, eles não podem... - solucei. - por favor... - implorei e ela me abraçou.

A pior parte disso tudo foi vê o caixão sendo enterrado, minha sogra estava destruída, enquanto eu chorava no cantinho não querendo vê aquela cena horrível.

Flashback of.

Tudo aqui me lembrava ele, cada cantinho dessa casa tinha uma parte nossa, uma parte do Miguel. Eu não queria sair daqui de jeito nenhum.

Eu achei que iria enlouquecer, mas foi só eu botar os pés dentro de casa que a culpa me atacou, tudo me lembrava ele, nossa cozinha era a cara dele cozinhando nosso bolinho de chuva.

Encostei na porta e me fechei meus olhos, as lágrimas insistiam em cair, era difícil está aqui e não lembrar dele.

Mundo Passageiro.Où les histoires vivent. Découvrez maintenant