Julia cantarola ao arrumar a casa

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Na segunda-feira o dia amanhece frio e nublado, mesmo assim Julia se pôs a arrumar o futuro escritório às vezes tinha alguma ideia e parava e escrevia um pouco ou se lembrava de algum detalhe e corrigia na folha ou fazia alguma resalva, praticamente estava escrevendo sua vida, mas na terceira pessoa e muitas vezes se pegou chorando. Voltou a limpar os livros, sobre uma das mesas deixou seu esboço e o notebook, enfiou o fone de ouvido na orelha e ligou e dançou ao ritmo de Beyoncé e depois Rhianna e continuou a empulhar livros em ordem alfabética, Tony está na soleira da porta sorrindo vendo aquela criatura de calça larga e camiseta regata branca dançando e limpando ao mesmo tempo, mas não se deu conta do notebook e de um punhado de papel e se deixou levar achando graça e ela começa a cantar Only Girl e rebola e joga o corpo para o lado e continua cantando.

— I want you to Love me – Like I'm a hot ride – Keep Thinkin' of me – Doin' wht you like – Sobou forget about the world — Ela se viorá para anotar algo no notebook de que se lembrou e grita de susto, puxando os fones assim que reconhece Tony que sorri.— Eu achei que estava sozinha. — Diz ela sorrindo sem graça.

— Me desculpe. E que estava tão Entretida com — Ele continua de braços cruzados encostado no batente da porta. — Com a musica e com o que está fazendo que não queria atrapalhar.

Tony repara em seu corpo, mesmo de calça de moletom largo deu para perceber que ela é magra, daria tudo para vê—la em um vestido justo e salto alto.

Julia percebe seu olhar de cobiça para seu busto e percebe como ele é um homem bonito e charmoso mesmo sendo bem mais velho que Pedro, sorri mais uma vez e puxa sua trança para frente sobre o ombro e mesmo escrevendo o que queria e pensou o olhava de rabo de olho e fechou a cara, não queria que ele pensasse que estava paquerando, Tony é alto, tem o rosto másculo e bem delineado, cabelos semi grisalhos e lisos jogados paratrás, parecia se exercitar, pois tinha os braços fortes e a barriga chapada, desceu o olhar mais um pouco seu quadril seguia a mesma linha e teve que admitir, ele malha e não deve ser tão velho assim e sorriu ajeitando os óculos no lugar um desejo passou por sua mente, mas logo tratou de esquecer, não era o momento e já tinha se machucado e muito com seu marido possessivo e controlador, fez um bico e continuou escrevendo freneticamente sobre o olhar de Tony.

— Você é bastante rápida na digitação. Está escrevendo um livro?

— Apenas minhas memórias. Minha terapeuta pediu ara eu escrever quando sentisse vontade e depois ler o que escrevi e pensar no que isso traz para mim de bom e de ruim.

— Caramba?. Você me parece muito magoada e machucada. — ele da dois paços para chegar perto, Julia se agita e vira o notebook para ele não ver o que estava escrevendo e acabou fechando quando ele ficou atrás dela. — Não quer me deixar ver?

— É particular Tony, não costumo dividir meus problemas com estranhos, ainda mais amigo do meu irmão.

— E o que tem de errado nisso? — Ele franze o cenho. — Você acha que vou contar para ele?

— Se vai ou não eu não sei. Mas não quero que invada minha privacidade.

E volta para o que estava fazendo, Tony pega um pano e a ajuda em silencio, queria conhecer mais um pouco aquela criatura tão bizarra e fascinante, era como entrar em um mundo tão desconhecido e tão cheio de mistérios, Pedro não fala muito dela, ela não fala muito, mas percebe que é bem observadora. Limpa cada livro e poe de lado sobre a mesa, os dois se olham ela não sorri, mas ele procura manter o sorriso no rosto justamente para não assusta—la.

— No que pretende trabalhar?. — Tony não aguenta mais aquele silencio a energia entre os dois estava ficando estranha e o desejo que sentia era enorme.

— Tradutora, interprete ou de Secretária Bilíngue.

— Hummmm. Interessante. Já trabalhou com isso alguma vez?

— Quando — Ela para de falar e engole em seco.

— Quando? — ele franze a testa, queria encoraja—la.

— Quando meu marido veio fazer uma palestra aqui. — Ela joga um livro na pilha, ela pigarreia e a garganta parece fechar e sai sem dizer nada e vai até a cozinha e pega um copo de água e se encosta na pia e bebe devagar, pois não descia a água, seu queixo começa a tremer, queria chorar.

— Por que é tão difícil assim falar de seu marido? Ou você o ama demais e não quer dar o braço a torcer de que se arrependeu?. Ou ele te batia e muito.

— Nem uma coisa e nem outra. — Ela fica olhando para o copo. — Ele me traiu da pior maneira possível. — Ela funga e as lágrimas descem. — E ele não admite o erro Tony. Ele acha o que fez foi certo. — Ela balança a cabeça em negativa e olha para Tony. — Ele ainda acha que fez um bem a mim.

— Ele é louco então?. — Tony está perplexo.

— E controlador, Maníaco por controle mesmo. Não mede consequências — Ela levanta a mão — não é o que está pensando. Ele nunca encostou a mão em mim Claro que algumas vezes achei que iria fazer isso, mas o modo que ele sempre quis se desculpar foi com sexo intenso e isso me magoava e muito, depois virava as costas e continuava a agir com indiferença.

— E foi aí que ele te traiu e foi o fim. — Tony se serve de água.

— Isso. Mas não quero que conte ao meu irmão e a mais ninguém. — Ela sorri.

— Fique tranquila. Não vou contar.

Os dois voltam para o futuro escritório e em uma hora terminam de arrumar tudo deixando a pilha de livros arruada, agora era tirar aquelas mesas Dalí e ver se dava para usar e das duas foram condenadas, estavam em péssimo estado e ela da uma ideia que fez os olhos de Tony brilhar, ficaria muito bom o jeito que visualizou e foram atrás de um bom marceneiro para cuidar de tudo.



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