Sem honra, sem pudor...

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E ai meu povo que come pão com ovo.

Sim! Estou viva, vou explicar em Flor da Índia o meu sumiço, só queria postar logo a primeira parte da história da Libby logo, espero que gostem, BEIJOOS.




Eu me lembro bem da minha infância, me lembro de como gostava de implicar com Harryet e de como pregava peças em todos a minha volta.

Eu me lembro da minha família, da minha irmã mais velha, da minha gêmea, do meu pai e da minha mãe, e eu os amava, a cada um deles, me lembro que Annabelle era nosso exemplo de perfeição, sempre pairando sobre Harry e eu com delicadeza, graça e beleza. Como eu a invejava, como eu queria ser como ela, como eu desejava que algum dia pudesse ser tão bonita quanto e tão inteligente quanto Annabelle.

Mas um dia, um dia que deveria ter sido um dia comum, tudo mudou; eu estava dormindo e senti uma movimentação pelo quarto, não abri os olhos, não queria acordar, mas ouvi Anne murmurando com Harry, então as ignorei...nunca me arrependi tanto de uma coisa como me arrependi de não ter me levantado, e falado com minha irmã, pois depois daquele dia tudo mudou.

De repente eu não tinha mais uma irmã mais velha, de repente não tinha mais criados ou cozinheiros, não tínhamos mais tutores ou jardineiros, de repente...eu não tinha mais uma mãe.

Não tínhamos mais nada e naquela época eu não entendia o porquê, mas com o passar dos anos, percebi o que havia acontecido com Annabelle, de como nossa mãe havia nos traído, então, eu e minha irmã começamos a trabalhar, nosso pai nos ensinou a cozinhar, a limpar e também a fazer trabalhos externos, como arar e plantar o necessário para comermos, e com o passar dos anos, fomos nos esquecendo das moças requintadas que um dia existiram dentro de nós.

Como o dinheiro que fazíamos com o mel nunca era o suficiente para conseguirmos ter comida na mesa, decidi arrumar um emprego; no entanto, eu não tinha as qualificações necessárias para ser uma tutora ou cuidadora, e pelo histórico da minha família, seria impossível conseguir ser criada de uma família descente.

Então minha única saída foi começar um curso de enfermagem para cuidar de pessoas doentes...Naquela época, eu não sabia que esse seria o pior erro que já cometi em minha vida.


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Com as mãos para trás, apertei o espartilho o máximo que podia para que pelo menos ele ficasse no lugar.

Quando a criada entrou, ficou surpresa com meu gesto.

- Senhora, o que está fazendo? - Ela se aproximou.

- Você demorou demais. - Justifiquei. - Vamos, termine de apertar isso.

- Sim, senhora.

Deixei que apertasse bastante o busto para cobrir o volume dos meus seios o máximo possível, mas quando chegou na altura das costelas, ergui a mão para para-la.

- Senhora?

- Já está bom. - Murmurei.

- Mas senhora, o espartilho não está apertado o suficiente para definir sua silhueta.

- Não importa. - Alisei meu cabelo. - Não tenho intenção de parecer bela para nenhum homem nesse baile, não quero que a sociedade me veja como um alvo.

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