Conde Drácula

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  Até onde... Você iria por alguém que ama?

  Qual... Seria o seu limite?

***

  O cavalgar dos cascos do cavalo eram firmes, marcavam as poças de lama com a velocidade alcançada.

  Em plena guerra, em pleno aniversário de sua filha e ela tinha de ser diagnosticada com a peste cinzenta? (Conhecida no século XXI como tuberculose).

  Os curandeiros disseram que o melhor era isolar Rachel em seu quarto e entrar apenas para alimentá-la. Disse também que ela não teria muito tempo de vida sobrando e aquilo foi de longe o pior dos sinais ao conde Alucard. Ele não iria perder o seu bem mais precioso.

  Amarrou seu cavalo negro no tronco de uma árvore e bateu diversas vezes em uma igreja abandonada e pequena que havia por ali.

  Todos sabiam que a peste cinzenta não tinha cura, e que uma vez com ela, morrerá no ardor do sofrimento. Era uma tortura interminável entre dores, e tosses cobertas por sangue.

  Depois de ter tentando vários, e vários curandeiros, Vlad notou seu fracasso e que não havia de fato nada que pudesse ajudar sua filha. Nenhuma planta medicinal, nenhum curandeiro... Nenhum ser humano...

  Eu disse humano... Mas... E o mito dos Renegados vindos do Inferno?

  Rumores diziam que quem morava por ali era uma bruxa, e que quem entrasse ali não voltava vivo. Vlad estava armado dos pés a cabeça por precaução, mas sua ida até ali fora de puro desespero.

  Bateu novamente nas enormes portas amadeiradas da igreja.

  A porta se abriu revelando uma mulher horrenda de rosto desfigurado e olhos alaranjados. Seu rosto era repleto de marcas e ela sorria, praticamente banguela e sedenta por uma alma nova.

— Estava a sua espera. Entre. — Pediu abrindo passagem. Vlad estava relutante, mas entrou com a mão em cima de sua espada.

  Ele olhou ao redor. Era uma igreja normal com um único detalhe. Um altar no centro. Possuía no altar uma banheira de madeira repleta de sangue e várias velas que por lá estava envolto.

— Eu... Eu vim por que...

— Por que sua filha está doente. Eu sei. — Respondeu e Vlad franziu a testa.

— Como sabe disso?

— Veio aqui fazer perguntas ou obter respostas meu caro conde? — Vlad não respondeu e a mulher seguiu em frente se sentando em um dos bancos de madeira da igreja. — Sente-se e me conte o que deseja.

  Ele estranhou toda aquela sabedoria da mulher, mas o que imaginar vindo de uma bruxa certo? Ele se sentou.

— Minha filha, é uma tísica... Aderiu a peste cinzenta. Estou desesperado. Preciso de uma cura.

— Por isso veio até a mim? Acha que posso lhe dar uma cura, já que os curandeiros não possuem uma resposta? — Respondeu ela e ele abaixou a cabeça.

— Não posso te dar a cura, infelizmente sua filha vai morrer. — Respondeu sendo curta e direta.

— Que? Mas... Você é uma bruxa certo? Deveria ser minha última esperança! Tem de haver algo a ser feito, não permitirei que minha filha morra na flor da idade dessa forma! Era seu baile de aniversário! — Respondeu Vlad, respirando freneticamente e logo depois abaixou a cabeça tristonho e já sem muita esperança.

— Disse que ela irá morrer de toda forma, meu conde... Mas... — Aquele "mas" abriu a curiosidade de Vlad que a encarou no exato momento em que suas palavras adentraram os seus ouvidos. — Eu posso trazê-la de volta.

Alucard: O Início - Vol 1 - Uma história Renegados do Inferno - Vol 1Onde histórias criam vida. Descubra agora