f i v e - bônus

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      JONATHAN

Mandei uma mensagem para Anabel esperando a resposta.

De uma forma estranha, Anabel me chamou atenção. Estranho pensar nisso, sendo que terminei um relacionamento a alguns poucos meses, e ainda pensava em Hailey e queria saber como ela estava depois de tudo.

Mas Anabel me tirou de uma certa zona de conforto, por simplesmente se esconder tanto, se inibir tanto.

Era uma garota com o aspecto comum, eu a achava bonita, de uma maneira simples. Mas bonita.

Eu nunca fui para padrões.

E ela não era um. E eu sou um curioso nato.

Mas também não gostava de ficar insistindo. Porém minha mãe não sai do meu pé querendo que eu chame uma moça para esse baile beneficente. Sendo que, eu não conheço ninguém. Sendo que, se Anabel não aceitasse, eu teria que chamar Therese, amiga de Sophie, namorada de Daniel, meu irmão. E ir com ela, não era boa idéia.

Na verdade, a preferencia era não ir.

Mas minha mãe conseguia ser insuportável se contrariada, e não importa meus 23 anos, ou uma formação na Europa, importava que ainda vivia com o dinheiro deles.

E é isso que eu pretendo mudar.

Peguei meu celular e coloquei no bolso da calça. Saí do meu quarto e ouvi o som do violão no quarto de Daniel. Cogitei bater na porta, mas mudei de opinião.

Era estranho perceber que eu não tinha intimidade nem com meu próprio irmão.

Conversamos. Até rimos juntos. Mas não temos proximidade.

Fui mandado aos doze anos para um colégio interno na Irlanda. E desde então, não voltei uma vez sequer. E recebia uma visita ou outra dos meus pais por ano. Daniel apareceu apenas uma ou duas vezes.

Eu passei a adolescência inteira com raiva da minha familia, que dizia que aquele colégio elitista em outro continente era o melhor para a minha educação.

Era um bom colégio. Fiz bons amigos. Tive uma boa formação.

E hoje olhando para Daniel e percebendo o que ele vive dentro dessa casa, eu estando aqui tendo apenas uma semana, agradeço por ter sido criado longe. Longe dos meus próprios pais.

Essa casa é um inferno. E eu não vou aguentar muito tempo.

Segui pelo corredor, desci as escadas e quanto chegava ao pé, senti meu celular vibrar no meu bolso, o peguei vendo uma resposta de Anabel.

Anabel:

Porque você iria querer ir comigo? Sinceramente.

Eu:

Por que eu quero. Sinceramente.

Anabel:

Eu não sei....

Eu:

Se você não sabe, quem dirá eu. E isso me confunde.

Anabel:

A intensão não é confundir...

Mas ok, tudo bem, eu vou.

Eu acabei rindo, ao ver o rompante dela, ao aceitar de forma avulsa.

Eu:

Tem certeza que vai?

Anabel:

InérciaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora