t w e n t y

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ANABEL 🌙

Um tanto quanto difícil foi fazer Jonathan me soltar para que eu pudesse ir embora da clínica, sendo que o mesmo ainda tinha exames a fazer. Eu sai dali, e fui direto ao pequeno centro comercial da cidade, no finalzinho de tarde, sorrindo sozinha como uma boba apaixonada.

Eu sempre me iludi com isso, mas sempre dizia pra mim mesma que ninguem nunca viria a se interessar por mim. E eu me questionei sobre isso seguidas vezes até então. E então quando eu menos esperei, ele apareceu. E agora era meu namorado, e isso era algo que eu tinha que assimilar.

E buscando por ali, algo para comprar pra Trudy, totalmente em cima da hora porque a mesma faria uma janta e um bolo na casa dela hoje, na pressa acabei comprando só uma blusa, eu definitivamente sou péssima em comprar presentes.

Assim que cheguei em casa, fui logo tomar banho, e devo admitir que acabei demorando um pouquinho por pensar demais. Assim que saí, resolvi me arrumar de uma vez.

Sai do meu quarto com o embrulho do presente em mãos, vendo tia Alice passando batom no espelho que temos na sala.

- Toda bonita hein... dona Alice. Nós vamos ali na Trudy. A não ser que a senhora tenha um pretendente. - Fiz questão de implicar com ela hoje.

- Eu estou toda bonita, e você toda feliz. Chegou em casa saltitando, cantou tanto no chuveiro que eu achei que teria que te tirar de lá. O que a senhorita tem de novidade? Pode falar, apesar que eu acho que tem haver com um certo rapaz. - Ela era melhor na implicância que eu. Bem melhor.

Puxei o ar, ponderando sobre falar ou não, se bem que era besteira esconder.

- Bem, esse certo rapaz... Me pediu em namoro, foi bem estranho mas fofo, e eu aceitei. - Falei me sentando no sofá. Não contendo o sorriso.

- Achei que já estivessem namorando. - Ela disse. E se virou pra mim. - Espero que ele te faça feliz, e tenham juízo. Relacionamento não é fácil. Eu ia perguntar se você gosta mesmo dele e se está certa disso, mas do jeito que você chegou em casa, acho melhor nem perguntar. - É, ela era uma expert na implicância.

- Eu sei que relacionamento não é fácil, eu leio muitos livros. Mas sei lá, a gente tem que se conhecer melhor ainda.

- Ana, querida, a ficção é entretenimento, a vida real é mais difícil, garanto. Mas, me diz uma coisa, pode se abrir comigo, vocês dois já... Fizeram? - Ela perguntou sorrateira deixando o resto no ar. Me desconcertando.

A resposta era óbvia, e eu nem pensava em fazer agora, era muito recente, e bem, ele teria que me esperar, eu definitivamente não me sinto preparada ou confiante.

- Não tia, não fizemos. - Respondi bastante sem graça.

- Ainda bem, nem conheço ele e já gosto. Se bem que é muito recente mesmo. - Ela disse aliviada indo rumo a cozinha e eu permaneci desconcertada.

- Ah, esqueci de comentar. - Voltou de lá falando - Amely está ai. E vai se mudar pra Bothell - Ela disse, Amely era a mãe da Trudy que mora em Oregon. E se ela mudar pra Bothell vai ser bom pra minha amiga ter a mãe mais perto se caso a bomba estourar. Mas minha tia continuou. - Zach também veio, eu assustei quando vi ele, está homem já. E bonito que você não tem idéia. - Contou animada.

E eu estranhei a vinda dele depois de tanto tempo, Zach era o irmão mais novo da Trudy. A ultima vez que o vi tinha quase três anos, quando ele me beijou no terraço do prédio, depois disso eu nunca mais o vi, e não beijei mais ninguém, além do Jonathan. Na época eu gostava dele. E era estranho pensar em ve-lo de novo.

- Vamos? - Minha tia chamou me tirando dos meus devaneios, e eu concordei, me levantando para irmos, e chequei para ver se meu celular estava no bolso.

Descemos até o apartamento de Johan e Trudy. E assim que chegamos batemos na porta, e Johan abriu, sorridente, cumprimentando minha tia. Ele é assim com todo mundo, simpático. Mas trata Trudy de forma seca e autoritarista. Falso.

InérciaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora