25. Well done Sherlock

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MAYA POV

"E porque raio é que eu estou com a tua camisola vestida?" Eu pergunto minutos depois, decidida a quebrar o silêncio constrangedor. Zayn olha para mim, dando uma trinca na sua maçã e entretanto o seu olhar volta a cair novamente sobre a televisão, sem nunca perder o sorriso desconcertante.

"Isso é uma pergunta que terás de fazer a ti própria." Ele solta uma risada pequena obviamente lembrando-se do verdadeiro motivo.

Ele ainda não parou de se rir desde que acordamos e eu já estive mais longe de o deixar com um olho negro. Ele lembra-se de tudo o que se passou e isso está a começar a irritar-me porque ele faz questão de se rir sempre que eu lhe faço alguma pergunta relacionada com a noite de ontem. Quer dizer, custa-lhe assim tanto dizer tudo de uma vez?

"Desembucha Zayn." Eu resmungo, cruzando os braços em frente ao meu peito.

Ele roda sobre o próprio corpo, encarando-me. Inocentemente, os meus olhos começam a viajar por todas as suas tatuagens e por momentos em sinto-me perdida naqueles abdominais ridiculamente bem definidos.

Custava-lhe assim tanto vestir uma porra de uma camisola? E já agora umas calças também...

"Tu insististe que querias dormir com uma camisola minha e então, para não ter de aturar mais os teus gritinhos irritantes, eu fiz-te a vontade e dei-te essa camisola." Ele disse, percorrendo as minhas pernas com o olhar. Eu revirei os olhos e respirei fundo.

"E tu dormiste de boxeres porque...?"

Zayn volta a rir, deixando-me ainda mais desejosa de lhe dar um valente murro nos dentes mas eu decido contra isso quando ele começa a explicar-se. "Por alguma razão que eu adorava descobrir, tu imploraste para eu dormir de boxeres dizendo que te sentias mais segura ao sentir o meu calor corporal(?)'" Zayn meio que se interroga a si próprio, desmanchando-se a rir logo de seguida como se aquilo tivesse de facto alguma piada. A minha primeira reação foi cobrir o rosto com as mãos, tentando livrar-me do embaraço.

"Estás a brincar não estás?" Eu espreito por entre os meus dedos.

"Tu não te lembras mesmo de nada pois não?" Ele questiona, levantando a sobrancelha.

"Wow Sherlock, que descoberta!" Eu ironizo, revirando os olhos - outra vez. 

Zayn pressiona os lábios numa linha firme e então levanta-se, caminhando até ao caixote do lixo onde ele deita os restos da maça que acabara de comer. Á medida que ele caminha de volta até ao sofá, eu reparo numa nódoa vermelha no pescoço dele. Eu fico de boca aberta ao aperceber-me do que aquilo poderia ser. Eu posso não me lembrar do que fiz ontem, mas eu com certeza lembro-me de que ele não tinha aquilo ali quando nós fumamos juntos á porta do hotel.

Zayn olha para mim com uma expressão divertida enquanto ocupa o lugar ao meu lado. "Sim, foste tu." Ele diz de repente, como se me tivesse a ler os pensamentos. 

Puta merda.

"Como assim fui eu?"

O rapaz á minha frente inclina-se para mais perto de mim, apontando para o chupão no seu pescoço ainda brilhante devido á água que eu fiz questão de lhe deitar para cima, e depois ele fez questão de deitar também para cima de mim... bem, não interessa. "Isto aqui," Ele pressiona por cima da mancha, "Foste tu." Ele quase murmura contra os meus lábios mas eu rapidamente o empurro para trás.

Ai ótario.

"Mas tu disseste que não tinha acontecido nada." Eu olho-o desconfiada e ele volta a rir.

Puta que pareu, ele e as suas piadas particulares.

"E não aconteceu, mas, bem... quando nós estavamos deitados na banheira tu fizeste questão de me beijar o pescoço e deixar-me esta pequena lembrança." Ele ri de canto, um sorriso bonito e contagiante.

"Eu beijei-te?" Os meus olhos duplicam de tamanho.

"Foi só o pescoço... porque eu não deixei as coisas irem mais longe." Ele argumenta e eu fico com medo que ele esteja realmente a falar a sério. Quer dizer, eu normalmente fico descontrolada quando estou bêbada por isso eu não faço ideia daquilo que é verdade e do que não é.

"Porque tu não deixaste?" Eu franzo a testa, desconfiada.

"Sim Maya," Ele suspira. "Ao contrário do que tu pensas, eu era incapaz de me envolver contigo enquanto tu estavas naquele estado." Ele diz com uma expressão mais séria, como se a minha pergunta o tivesse ofendido.

"Mas então foi só um chupão, mais nada?" Eu quero certificar-me.

"Sim..." Ele confirma. "Mas fodasse, só Deus sabe aquilo que eu me tive de controlar enquanto tu estavas a chupar a pele do meu pescoço." Zayn solta algo parecido com um gemido, fechando os olhos. E, por muito que eu tentasse, eu não conseguia afastar o sorriso estúpido que se formou nos meus lábios ao ouvir aquelas palavras. 

Eu não me deveria sentir assim, porra.

"Portanto... eu acho que tu me deves compensar." Zayn sussurra contra a minha orelha, dando-me a perceber o quão perto ele estava agora.

Eu viro-me para ele, com um sorriso provocante no rosto. "Nos teus sonhos bébé," Respondo contra os seus lábios entreabertos, empurrando-o logo seguida. Zayn geme mas eu consigo detetar a ponta de diverção por detrás dos seus berlindes castanhos. 

O bastardo estava a achar piada á situação.

"Oh, tu ainda vais implorar." Ele diz com toda a certeza do mundo.

Oh, ele quer mesmo fazer este jogo comigo?

"Implorar para quê?" Eu quase me rio da ridicularidade das suas palavras. "Para ter sexo contigo?" A minha voz soa brincalhona e eu posso ver pelo seu sorriso que ele também estava a divertir-se com a minha reação.

"Isso mesmo bebé." Ele diz com um ar presunçoso, parecendo realmente convencido com as suas próprias palavras.

Eu não consigo conter a gargalhada que se começa a formar na minha garganta. "Tu estás mesmo confiante acerca disso não estás?" Eu pergunto entre risos, não me conseguindo controlar.

"Tu ages como se não sentisses nada por mim, mas eu sei que tu sentes, apenas és demasiado orgulhosa para o demonstrar. Portanto sim, eu estou mesmo confiante acerca disto." Ele responde num tom firme. De repente, eu sinto a sua respiração contra o meu ombro, onde um pequeno beijo é depositado, deixando uma corrente elétrica a percorrer toda a minha pele. Ele sobe até ao meu ouvido e então eu consigo ouvi-lo sussurrar: "Eu posso garantir-te que não vou tentar mais nada contigo, não até seres tu a implorar para que eu o faça."

Ai Deus.

Eu mentia se dissesse que estas últimas palavras não tiveram efeito em mim portanto eu nem sequer vou tentar disfarçar. Porque fodasse, a última frase fez com que todos os nervos do meu corpo despertassem e me fizessem querer saltar-lhe para cima neste preciso momento, mas ele tem razão, eu sou demasiada orgulhosa para admitir isso. 

"Veremos quem será o primeiro a implorar." Eu sussurro de volta com uma voz igualmente convencida. Se ele pensa que me vai ter a rastejar ao seus pés, ele está redondamente enganado, porque eu não o vou fazer.

Dou por mim a desejar que ele nunca tivesse feito esta promessa porque eu sei que nunca vou ceder. Então, eu apenas rezo para que ele o faça porque eu não consigo imaginar a minha vida sem nunca mais provar o sabor dos seus lábios cor de cereja.

"Muito bem," Ele sorri orgulhoso, sentando-se contra o sofá. "Veremos."

GAME ONWhere stories live. Discover now