MAYA POV
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"O que é?" Eu pergunto timidamente, desviando o olhar para o relvado. "Tenho alguma coisa na cara?"
Zayn solta uma pequena risada e eu tenho vontade de lhe bater por se rir de mim. O seu olhar caí no meu rosto e ele fica em silêncio, ergendo uma sobrancelha. "Estás a falar a sério?"
Reviro os olhos na sua direção, suspirando depois. "Parece-te que estou a brincar?"
"Bom, não." Ele sorri de lado, prendendo o cigarro novamente entre seus lábios encarnados. "Só não estava á espera."
"Posso ou não?" Eu suspiro impaciente, chegando-me mais para perto.
"Não Maya," Ele diz numa voz estranha, provavelmente devido ao facto do fumo ainda preso na sua garganta. "Isto não é uma coisa boa."
Ele vira a cara, expulsando o fumo na direção contraria onde eu estava e depois volta a virar-se para mim, beijando os meus lábios suavemente num gesto carinhoso. Franzi o nariz com o cheiro incómodo mas logo me recompus. Eu realmente queria experimentar.
"Tu gostas, aparentemente." Atiro, vendo-o suspirar em aborrecimento com as minhas palavras.
"Nem sempre gostamos daquilo que nos faz bem."
Não pude diexar de rir com a sua frase filósofa que, em junção com a sua cara séria, tornava a situação mais engraçada do que devia. Conti o riso e aproximei-me dele, tocando os nossos joelhos um com o outro. Zayn voltou a virar a cara, expulsando o fumo para o outro lado para que este não entra-se em contacto comigo. Ele sempre fazia isto. Zayn começou a fumar cedo, demasiado cedo. Mas sempre se recusou a acender um único cigarro á minha beira, tanto que as vezes era rídiculo ele ter de me "abandonar" apenas para ir alimentar o vício, visto que nós passavamos os dias juntos. Foi preciso muita insistência para que ele finalmente percebe-se que eu realmente não me importava que ele fumasse perto de mim. E eventualmente ele começou a fazê-lo. Mas, apesar disso, ele toma sempre o cuidado de não estar muito perto, ou mandar o fumo para longe, apenas para impedir que eu inspire as susbtâncias tôxicas.
Mas era como tudo o que ele fazia. Cada gesto que ele tinha comigo.Tudo era demasiado perfeito. Eu via-o a lidar com as outras pessoas. Eu reparava na indiferença com que ele as tratava; todas elas. Mas comigo... era diferente e isso notava-se a léguas. E, por mais que isso me irrita-se ás vezes, a forma tão protetora como ele me tratava, eu não podia deixar de o achar a melhor pessoa do mundo.
"Eu só quero experimentar." Voltei a insistir.
Zayn bufou, irritado e eu podia ver que a conversa já não lhe estava a agradar muito. "Isto é erva Maya, não é simplesmente tabaco. Provoca outros efeitos, coisas a que eu não quero que te habitues."
Deus, ele é tão irritante ás vezes. "Que eu saiba não és imune aos efeitos prejudiciaís disso. És?"
O moreno olha-me confuso, fundindo os nossos olhares. "O quê?"
Eu suspiro. "Se me vai fazer mal, obviamente também te faz mal a ti."
"Certo. Mas eu já estou fudido de qualquer das formas. Já tu..." Ele aproxima-se, acaríciando o meu rosto com o polegar. "Tu és uma princesa e eu preciso de cuidar de ti."
"És piroso." És rio, beijando os seus lábios delicadamente. "Mas foi uma boa tentativa."
Zayn balança as mãos no ar de forma dramática, desfazendo-se em uma séria de curtas gargalhadas depois. "Não te escapa nada, pois não?" Ele ri novamente, prendendo parte do meu cabelo atrás da minha orelha.
