04 - Reconciliation

4.3K 312 27
                                    

- Eu sabia que não era uma boa ideia te deixar vir, ainda mais andar com Verônica. Inclusive, obrigada por isso também Vero. - Sofia falava em tom alto em direção a outra que se encontrava em choque pela reação explosiva.

- Não a culpe. Eu não queria vir nessa merda de qualquer forma e a ideia foi sua! - Falei elevando a voz ao mesmo tom.

- Obrigada pelo convite Taylor e me desculpa por isso. - Saí do quarto em passos rápidos passando pelo corredor.

Ouvi uma voz atrás de mim mas não iria olhar, Sofia não podia me tratar daquela forma. Acelerei os passos e desci o lance de escada o mais rápido que consegui. Fui em direção ao tripé e consegui encontrar meu sobretudo, o vesti rapidamente e sai me desviando dos corpos bêbados pelo caminho.

- Mila espera!

- Olhei para trás vi uma silhueta se aproximar correndo.

- Eu te levo para minha casa, Sofia não tinha esse direito, foi errado e muito baixo falar aquelas palavras. - Vero falava me guiando em direção ao carro que estava parado do outro lado da rua. - Segurei firme em sua cintura e encostei o rosto em seu peito sentindo as lágrimas se formando novamente.

Isso tudo foi uma péssima idéia...

----- ꧁꧂ -----

Já era domingo à tarde e eu evitava Sofia a todo custo, não atendi nenhuma de suas ligações e ignorei todas as mensagens. Passei o final de semana chorando no colo de Verônica mas precisava voltar para casa, amanhã seria o primeiro dia de aula.

Vero fez questão de me levar até o prédio mas preferi não convidá-la para entrar pois queria conversar a sós com Sofia. Ela entendeu a situação. Eu não queria metê-la no meio de uma possível discursão e afastá-la de Sofia, elas eram amigas afinal.

Apertei o botão do sétimo andar e aguardei pacientemente. Segui em passos lentos até a porta do apartamento e a destranquei, abri a mesma dando de cara com Sofia sentada no sofá com uma xícara na mão, a coberta em volta do corpo e a ponta do nariz avermelhada.

Entrei e fechei a porta atrás de mim, Sofia abriu e a boca mas não esperei que falasse, passei por ela segurando a bolsa emprestada por Vero que continha a fantasia da festa e fui em direção ao quarto. Entrei no banheiro e fechei a porta sentindo meu rosto esquentar pelas lágrimas que escorriam.

Retirei as roupas emprestadas e as coloquei no cesto, entrei no chuveiro e relaxei ao sentir as gotas quentes entrarem em contato com minha pele. Lavei meus cabelos, demorei alguns bons minutos e logo depois sai do banheiro indo em direção ao guarda roupa. Minhas roupas estavam todas dobradas igualmente ao primeiro dia, mostrando todo cuidado que Sofia tinha comigo, mas como ela pôde ter sido tão rude em tão pouco tempo? Escolhi um pijama qualquer e coloquei minhas pantufas, deixei o cabelo secar naturalmente e segui em direção a sala.

Agora sim estava pronta para nossa conversa.

Sofia estava na mesma posição. Ao me ver se afastou me dando espaço para sentar e me ofereceu a xícara com chá e um pedaço do cobertor. Sentei-me na outra ponta e neguei o chá.

- Me desculpa. - Começou com a voz baixa. - Eu sou mulher o suficiente para não colocar a culpa na bebida, eu realmente tinha bebido, mas sabia exatamente o que estava falando. Eu não estou acostumada a te ver do jeito que vi no dia da festa. Você é meu bebê, é minha hermanita e na festa você estava tão...

- Vagabunda?! - Cuspi o nome que ela me definiu.

- Mulher. Você estava como uma mulher, atiçando o desejo das pessoas que estavam lá e eu não soube lidar porque você sempre vai ser minha irmãzinha, meu bebê. Me perdoa Kaki, eu sinto tanto por ter te ofendido, eu me senti tão mal e eu sei que só podia esperar, porque a errada fui eu em falar daquele jeito e agora eu sinto como se um pedaço de mim estivesse faltando. - Sua voz saia embargada e cheia de arrependimentos.

- Nunca mais Sofia... NUNCA MAIS fale comigo daquele jeito, por muito pouco eu não perdi o respeito que tenho por você, por muito pouco não voltei pra casa dos nossos pais.

- Não Camila, por favor, não volte, não me deixe! - Ela se ajoelhou na minha frente, seus olhos estavam vermelhos e as lágrimas escorriam por seu rosto sem parar, ela segurava forte na minha mão como se pudesse me prender ali.

- Só não repita isso Sofia. Você é minha irmã mais velha, é meu exemplo e ouvir da sua boca que eu parecia uma vagabunda me despedaçou. Eu sou sua irmã, mas também sou uma mulher. Eu não sou um bebê Sofi, eu também preciso crescer do mesmo jeito que você o fez. - Apertei sua mão na mesma intensidade e com a outra tentava secar as lágrimas que teimavam cair.

- Camila, me perdoa, me perdoa por tudo isso. Mas, isso significa que você vai ficar?! Você não vai embora, vai?! - Perguntava apertando a mão contra a minha.

- Eu não vou embora Sofi. Afinal de contas, você não vive sem mim. - Sorri a puxando para o sofá ganhando um abraço forte.

- Não mesmo! Te amo pequeña. Me perdoe por ter te magoado e por ter sido tão estúpida. - Ela falava escondendo o rosto em meu pescoço.

- Eu te amo Sofi, mas só te perdoo se você fizer tacos. - Falei beijando sua testa, empurrando seu corpo para longe do sofá.

Rimos e ela foi para a cozinha preparar os tacos. Me sentei na bancada para vê-la cozinhando e conversamos amenidades.

----- ꧁꧂ -----

Meu celular despertou cedo, fiz minha higiene matinal, tomei um banho, deixei o cabelo liso, escolhi uma calça jeans escura, uma blusa soltinha, fiz um rabo de cavalo e passei uma maquiagem leve.

Abri a porta e já senti o cheiro de café vindo da cozinha.

- Buenos días!

- Buenos días, So. - Respondi dando um beijo estalado em sua bochecha, pegando minha xícara de café e dando uma mordida na panqueca doce.

- Ansiosa para o primeiro dia? - Perguntou enquanto organizava o material.

- Estou, muito! - Respondi com a boca cheia.

- Vai dar tudo certo. Qualquer coisa você corre pra minha sala. Vamonos?

Assenti bebericando a última gota do café, colocando a xícara e o prato de panqueca na pia recebendo um olhar crítico.

- Depois eu lavo, não quero molhar a blusa. - Respondi fazendo biquinho pegando minha mochila parando na frente da porta.

- Dessa vez passa e você lava quando chegar, mas amanhã não quero ver uma louça antes de sair. - Falou antes de me puxar para fora e trancar a porta.

  MASKED GIRL ➵ CAMREN G!PWhere stories live. Discover now