VERSÃO RASCUNHO / RETIRADA PARA REESCRITA EM BREVE
Keegan Fuller, já sentiu na pele como é se sentir no fundo do poço. Aos 16, descobriu que sua mãe estava doente, seu pai que sempre dizia que os amava, os abandonou. O moreno era apenas um adolescen...
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Atualmente, Abril 2018.
— Seu apartamento está... limpo.
O homem que está em minha frente nesse exato momento, o homem que não pode ser considerado um, o homem que a cada dia que me olho no espelho eu o vejo, só que bem mais velho que eu. O homem intitulado como meu pai tem um olhar de incredulidade ao ver meu apartamento um brilho de tão limpo. Acho que ele esperava um chiqueiro de porcos e eu com a aparência do ator que fez o filme Náufrago.
— E isso é ruim? — questiono indiferente.
— Não filho, é muito bom saber que...
— Bom, eu acho que me deram um nome para ser chamado, então é Keegan para você. E o que eu faço ou não no meu apartamento é problema meu. — o corto ríspido. Ele não tem nada para me falar que acrescente em minha vida. Ele até tinha, todavia escolheu me deixar e deixar minha mãe.
Sozinhos.
— Eu sei que você não me perdoou por eu ter abandonado você e sua mãe quando mais precisaram, mas eu tinha medo de não suportar...
— É, sabe quem tinha medo? Eu! Todos os dias eu ia de cinco em cinco minutos no quarto dela para ver se ainda respirava. Eu só tinha dezesseis anos, quando eu a vi morrendo aos poucos e fiz exatamente vinte e um, quando ela morreu. — esbravejo amargurado.
Podia passar anos, isso ainda dói para caralho. Dos dois eu era mais apegado a ele, e eu olhei em seus olhos e pedi que não fosse. Ele decidiu ir e nos deixar, decidiu não sofrer, mas decidiu deixar um adolescente sofrer sozinho cuidando da mãe doente.
Porquê ele não iria aguentar. Rio irônico disso.
— Eu me arrependo tanto filho, tanto mesmo.
Ele tenta se aproximar de mim, todavia eu me afasto antes que ele chegasse mais perto, o homem a minha frente é tudo o que eu nunca quis ser, e no final de tudo eu fiz a mesma coisa. Mesmo não tendo culpa, mesmo não tendo a intenção.
Jamais me perdoarei por isso. Mesmo eu tendo o perdão dela. Caminho em direção ao deque pequeno que tinha próximo ao balcão da cozinha e pego uma garrafa de uísque que já se encontrava quase seca, daria apenas para um gole agora.
— Você sabe que elas não iriam querer isso para você, nem ela, muito menos sua mãe.
— E o que você sabe disso? Você estava aqui quando eu precisei nas duas vezes? Você não sabe de nada!
— Sei que as duas amavam você.
Sorrio por odiar o fato dele estar aqui e me odeio por não ter coragem de mandá-lo embora.