Parte quatro ·

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Atualmente, Outubro 2018

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Atualmente, Outubro 2018.

Atendo o telefone mais uma vez e nada. Apenas silêncio. Já faz dias que meu telefone toca, toca e quando atendo ninguém fala absolutamente nada. As vezes escuto apenas a respiração densa, mas nenhuma palavra.

Isso é ridículo, ficar ligando para a pessoa por brincadeira não é legal. É chato para caralho. As pessoas deveriam se conscientizar disso.

Pego a chave do meu carro em cima da mesinha e vou para a rua. Hoje eu iria vê-la. O dia está nublado, o vento está um pouco forte hoje, mas nada que me impedisse de ir até lá. Eu estou vestido com uma blusa de manga longa, um casaco mais grosso e bem quente, duas calças, uma legue e um jeans. Eu estou empacotado e pronto para o frio.

Todo mês, exatamente no dia dezessete eu vou vê-la. Não importa o tempo, eu sempre vou vê-la.

Depois do nosso noivado no dia do seu aniversário, eu prometi a ela que sempre iríamos comemorar esse dia, como se fosse uma festa sem fim. Quando prometi, tinha a esperança em ela estar aqui, eu sabia que as chances eram poucas, mas eu tinha esperança.
Agora mesmo ela não estando mais aqui, eu comemoro, prometi a ela e eu cumpriria a promessa.

Chegando no local, desço do carro lentamente, há cinco anos eu venho e ainda me sinto nervoso. Ainda não me acostumei. Nunca irei eu acho.

Snellville Historical cemetery.°

Olhar para essa placa ainda dói, e sempre irá doer, Amy está aqui agora.
E nunca irei entender o porque, me pergunto sempre por que ela teve que ir tão cedo, tão jovem. Mas a vida é assim mesmo. Não existe isso para a morte, toda idade, hora e lugar, sempre alguém irá morrer. Seja jovem, idoso ou criança, a certeza que a morte virá é cem por cento, só que nunca queremos pensar nisso porque sabemos que é doloroso.

É devastador.

Caminho pelo vasto local, a grama bem amparada, tudo limpo e organizado. Tranquilo. Um lindo e tranquilo lugar para descansar. A lápide dela ficava um pouco afastado da entrada, então eu tinha que andar uns dois minutos até encontrar a dela.

Amy West Knowles Fuller
Filha e Esposa
"O céu violeta que alegrava o mais triste dos homens em seus dias mais escuros"
17/10/1993 - 30/01/2013

   — Oi, doce. Feliz aniversário.

Puxo ar para meus pulmões, o vento frio choca-se em meu rosto violentamente. As lágrimas silenciosas desciam por meu rosto, o silêncio reina por um tempo.
Minhas mãos tremem com a rosa branca que carrego, sua cor preferida, eu comprava todo dia dezessete.

As rosas que trouxe há meses ainda estão aqui, o coveiro sempre quer limpar, todavia eu peço e pago vinte dólares para ele não mexer. Eu mesmo gosto de limpar, mas demoro para o fazer. Todas são brancas, entretanto fico curioso quando vejo uma rosa vermelha em sua lápide.
Me abaixo a pegando, havia um pequeno cartão.
Meus dedos tremem, minha boca está seca e minhas entranhas triturando.

Eu te amo, Keegan.Where stories live. Discover now