onze ·

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Há seis anos, Setembro 2012

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Há seis anos, Setembro 2012.

Há um mês estamos tentando reverter a situação. O tratamento era pesado, ela dizia estar sendo pesado para ela. Amy havia pedido demissão no dia seguinte que me contou sobre sua doença, eu fiquei mais aliviado por causa que ela não terá tanta preocupação. E o principal, ficará longe daquele maldito que a sugava demais. Posso culpa-lo de tudo de ruim que aconteceu com ela, mesmo ela dizendo que não. Que ninguém tinha culpa, foi uma decisão dela, mas eu o culpo.

Ainda me pego tentando acreditar no que ela me disse, para mim tudo só passou de um pesadelo, mas infelizmente é real. A cada quimioterapia que a levo eu vejo que é realmente real e doloroso para ela. Ela não permite que eu veja, fico a esperando do lado de fora afoito e ansioso, ela sempre vem chorando. Pergunto se ela está sentindo dor e ela sempre nega, tento entender, porém ela prefere sempre ficar em silêncio e eu respeito isso.

É a vida dela.

Mas com ela é diferente, sua aparência continua pálida, ela disse que sentia dor nos ossos antes, todavia de um mês para cá aumentaram. A morena está com algumas dificuldades para dormir, parece que foi só ela me contar que tudo de ruim começou. As dores são piores e seus gemidos de madrugada são preocupantes, ela tenta ao máximo segurar para não me preocupar, só que eu sei que é pior. Amy ainda não emagreceu tanto. Diferente dos demais pacientes que vejo sair da ala de quimioterapia, ela ainda está de boa.

A única coisa que não estou gostando, é não poder entrar na sala com ela, Amy não deixa eu ver sua batalha. Era para eu estar com ela, segurando sua mão e passando toda a confiança do mundo, mas a morena é difícil demais. Eu queria poder ter ignorado seu pedido, porém eu via em seus olhos que ela realmente não queria que eu estivesse lá. Nós tivemos uma breve briga sobre isso, ela venceu mais uma vez, sua desculpa foi que sentia que tinha que ser assim.

E eu só lembrei da minha mãe.

Foi quase do mesmo jeito com minha mãe, quando ela descobriu o câncer na mama foi devastador para ela. Minha mãe prezava muito pela sua beleza e saber que futuramente ela acabaria, doeu muito nela. Quando meu pai foi embora e nos deixou, ela sofreu ainda mais e disse que era culpa de não ser mais bonita. Entretanto ela ainda era linda e sempre será. Lembro que quando a quimioterapia dela começou por eu ainda ser menor não podia entrar na sala, minha mãe dizia "aqui não é lugar para você, vá descansar." eu ia para casa e ficava esperando o horário de ir buscá-la, mas não conseguia ficar quieto, eu via em seus olhos que ela queria que eu ficasse com ela lá.

Eu via medo em seus olhos.

Só quando fiquei maior que pude ficar com ela, eu vi em seus olhos que tanto brilhavam, apagarem. O seu cabelo tão lindo cair até terem que cortar para evitar mais sofrimento emocional, e seu sorriso que era tão constante se tornar escasso. Era raro ver um sorriso em minha mãe quando seu estado se agravou e em nenhum momento meu pai voltou.

Eu te amo, Keegan.Where stories live. Discover now