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Há seis anos, Maio 2012

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Há seis anos, Maio 2012.


Queria poder dizer, "sim, amor, vamos transar até amanhecer" mas eu não posso. Já faz quatro meses que estou trabalhando e nunca pensei que uma secretária trabalhava tanto.
Deus do céu!
Às vezes penso que trabalho muito por ser Trevor o meu chefe no momento já que meu verdadeiro chefe viajou e irá demorar mais alguns dias.

Espero que ele volte logo, não aguento mais o babaca como chefe, ele inferniza minha vida demais. Acho que ele desconta toda a raiva do nosso fim de relacionamento em meu trabalho agora.

Meus calcanhares já estavam pedindo misericórdia. Se sofrer com dores nos ossos são formas de pagar por meus pecados, bom, estou mais que perdoada porque só Deus na causa para me ajudar. Eu sentia dores em lugares que nem sabia que podia sentir.

"West, traga meu café. Com açúcar."

"West, eu disse COM AÇÚCAR. É surda agora?"

"Amy, eu disse que esse arquivo estava errado. E ainda está errado. Refaça!"

Todo dia eu escuto a mesma coisa. Todo dia a mesma reclamação de que falta açúcar, que o arquivo está errado. E tudo está perfeitamente do jeito que ele pediu. Uma vez ele perguntou se eu era analfabeta, alegando ele que eu havia errado um documento importante. Pura mentira. Babaca! Eu o odeio tanto. Nunca na minha vida eu odiei tanto alguém por me chamar pelo meu sobrenome e pelo meu nome.

Eu, Amy West, odeio Trevor Hudson.

Quando acordo todo dia me sento na cama e tento me motivar que será um dia melhor que o passado. Mas não. Chego na empresa e meu telefone já está tocando.
Já é tudo monótono. Eu chego, ele liga, dita as coisas, eu faço e ele manda refazer pois alega que tudo que eu faço está errado.

Eu me tornarei uma assassina. Quero matá-lo. Argh.

Quatro meses que trabalho e quatro meses que ando omitindo do meu namorado que meu chefe é primo do meu ex e que meu ex no momento é meu chefe. Parece até coisa de filme.

Mas é pura realidade e é a minha realidade.

   — Quero os arquivos na minha sala. Agora.

Respiro fundo.

Passo a mão no cabelo depois de pegar os papéis na impressora. Eu sabia que ele iria por algum defeito na merda dos arquivos e eu teria que refazer. Mas hoje ele não iria me tirar do sério.
Ontem quando cheguei no apartamento, Kee viu toda minha exaustão e me perguntou o que estava acontecendo. Eu disse a ele quase tudo. E ele me aconselhou a ter paciência, para ele o meu chefe está me testando. Só faz alguns meses que estou trabalhando, então ele concluiu que meu chefe queria saber se aguento o tranco, afinal é uma multinacional. Não é para qualquer um manter as coisas funcionando e não é qualquer um que tem cabeça para as pressões.

Eu te amo, Keegan.Where stories live. Discover now