X-13

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"JÚPITER, 13 de abril de 1998							BASE DA CEPTHUM"

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"JÚPITER, 13 de abril de 1998
BASE DA CEPTHUM"

— bom dia querida. Está preparada para sair? Vamos dar uma volta nos corredores ao norte. Temos apenas 10 minutos para passear.

Laura ouvia a voz de Brigitte dentro da sala porém não a via. Os auto-falantes no teto da sala eram o único contato da menina com a amiga na maior parte dor tempo.

Brigitte era a única que dava atenção para a garotinha, os outros eram proibidos de chegar perto da sala pois teriam problemas se Laura se estressasse, os soros que eram aplicados nela, os mesmos que eram aplicados em sua mãe, eram agora mais fortes e se qualquer pessoa que ela não conhecesse chegasse perto dela teria sérios problemas. A pequena estava sendo criada para matar qualquer um.

Desde que nasceu, Laura vive trancada na sala. É um ambiente grande, redondo, todo branco, as paredes e o chão são feitos de material macio. A cama também é redonda e ela consegue dormir muito bem.
Há uma porta redonda que a leva até o banheiro. Uma banheira que enche de água sozinha toda a vez que a pequena pede para tomar banho, garantindo a ela sua higiene.
Laura não sabe o que é dia nem noite. As luzes da sala sempre foram ligadas, todos esses anos, de cor branca para combinar com as paredes. A vida da menina é apenas branco, assim como a roupa que ela veste.

Brigitte é a única pessoa que Laura tem contato. Desde de bebê, é a única pessoa que a garotinha já viu na vida. A mulher não está sempre com ela, entra na sala para ficar com a menina uma vez por mês.
Toda vez que vão testar as substâncias nela, Brigitte fala pelos auto-falantes a seguinte frase: " Hora de ver a mamãe, Laura ", a partir daí a criança deita na cama e fecha os olhos, um gás se espalha pelo ambiente fazendo com que ela durma profundamente a ponto de não sentir nada sendo injetado em seu corpo.

Hoje, em seu aniversário, Brigitte irá sair com a garota da sala em que vive pela primeira vez em 9  anos.

— Oi meu amor.

A mulher disse assim que entrou na sala da pequena, a abraçando forte.

— Bri, você ainda é linda.

Laura disse abraçando a única companhia que tinha.

Brigitte se emocionou, a menina tinha cada vez mais os olhos da mãe, puros, que escondiam muita coisa.

— e você ainda continua mais. - a moça disse para agradecer o que ouvira

"— Brigitte, lembre-se do elemento X-13 "

Uma voz surgiu na sala, lembrando a mulher que não poderia demonstrar afeto e carinho pela "cobaia". O elemento X-13 dizia que o testado perderia sua sensibilidade com o tempo, se tornando assim uma pessoa sem coração, sem sentimentos, apenas ódio.

— o que foi isso, Bri? - Laura perguntou ao ouvir um som desconhecido

Não era a voz doce da amiga que ouvira agora, nunca ouviu nenhuma outra voz que não fosse a dela e no momento não entendeu.

— nada, vem, vamos andar.

Elas saíram da sala e caminharam pelos corredores da ala norte da base.
Brigitte se sentia culpada em ter deixado eles usarem Laura como cobaia, prometeu para Laya que cuidaria da menina e agora estão fazendo com ela o mesmo que fizeram com a mãe dela.
A criança era uma amor. Sentia um carinho por ela enorme mas não podia demonstrar. Tinha pena de pensar que Laura, tão necessitada de carinho e afeto, nunca fosse conhecer o amor.

Passando por entre as salas com as enormes portas fechadas, a garotinha perguntava sobre tudo, tudo mesmo, desde "por que essa porta é assim?" até, "o que é isso que estamos em cima", referindo-se a pequenas gramas que foram projetadas no chão.

Quando já estavam voltando para a sala de Laura, a menina viu um homem saindo de uma das salas e olhando para as duas imediatamente.

— droga! Não era pra ela me ver.

Ele disse e quando ia voltar para dentro da sala, a garota correu e o abraçou pelas pernas.

— mas o que é isso?

Ele falou surpreso pela reação da criança e nada feliz com aquilo. Se ela estava diante dele, alguém que ela nunca viu antes, sua reação deveria ser tentar mata-lo e não o abraçar.

— por acaso você não está mandando o X-13 na medida que deveria, Brigitte?

— estou sim, mas parece que nela há uma dificuldade na absorção total do organismo.

A mulher respondeu sem graça pela desconfiança e autoridade que Weber tinha.

Ele soltou a criança de suas pernas e a menininha riu ao ver a cara de bravo dele.

— o que era aquilo, Bri?

— aquele é o tio Weber. Ele não sorri, mas gosta de você.

A moça disse para não constranger a menina.
Voltaram para a sala branca, ela se despediu de Laura e foi embora.

Laura caiu na cama, morta de sono.

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𝗟𝝠𝗨𝗥𝝠 𝗦𝗧𝝠𝗥𝗞 • A Filha Perdida Do Homem De FerroOnde as histórias ganham vida. Descobre agora