Preso Em Culpa.

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Pov’s Harry

Dando as costas para mim a espero ainda parado, esperando Eliza se virar em forma de adeus, mas isso não acontece, quebrando toda a forma oportuna de que aquela era sua decisão final. Meus pés não se mexiam, travaram no lugar a olhando abraçada a seu melhor amigo que me olha raivoso pelo sofrimento de sua amiga. Limpo as lágrimas teimosas que insiste em descer.

Eu preciso de você, eu preciso tanto, Elizabeth...

Seus olhos inundados pelas lágrimas sabendo que eu fui o culpado eram torturantes, o modo como me olhava com desprezo me fazia encolher, mas não posso culpa-la.

Sou um caralho de um doente.

— Senhor Styles? — Escuto a voz de Holdes e o encaro parado ao meu lado

— Vamos

— Para onde senhor?

— Cemitério. — É tudo que digo observando Liam a levar para dentro do hospital psiquiátrico, e só então tenho coragem de me virar para o segurança que me olhava com pesar. E aquilo me irritava, profundamente.

— Sim senhor. — Abrindo a porta do carro adentro colocando o óculos sobre meus olhos. Tudo que sentia era uma angustia. O fato de não poder mais vê-la me incomodava, mas sabia que assim que descobrisse essa seria sua decisão. Eu só gostaria que não tivesse dito.

Parando em frente ao cemitério peço para que Holdes vá embora, me deixando sozinho sigo para o túmulo de minha mãe juntamente com meu pai. Sento-me de frente a lápide pouco me importando com a sujeira que ficaria em minhas calças tirando algumas folhas secas caídas.

— Tinha razão. — Pronuncio baixo arrumando meus cabelos os jogando para trás. — Como sempre... — Olhando sua foto, limpo a poeira que a borrava. — Não presto pra nada.

Flashback On
Segunda- feira 14 de outubro de 2007

— Sabe o que um garoto como você irá ser quando for finalmente homem? — Olho para a vara em sua mão sendo passado devagar por minhas costas. — RESPONDE INUTIL!

— Não, senhora. — A roupa de couro destacava cada curva em seu corpo, me excitando, mesmo não querendo admitir, minha mãe era uma bela mulher. Sorrindo, ela para em cima de seus saltos a minha frente olhando em meus olhos acariciando de leve meu rosto, me dando uma tapa em seguida.

— Não terá nada, garotos como você não merece nada. Quem gostaria de ter ao lado um menino rebelde que não faz nada que presta? Será um bêbado imprestável. Estou errada?

Naquele momento sabia que não podia contradizer sua palavra, seria muita burrice de minha parte, a surra seria maior, e meu corpo já estava castigado demais pela minha desobediência.

— Não, senhora.

— Ótimo. — Dando mais três varadas em minhas costas urro de dor e sou beijado longamente logo depois. Minhas mãos e pernas são soltas me permitindo levantar. — Vê se aprende Styles, o mundo é dos altruístas e controladores. Se você não for nenhum desses dois será só mais um caso perdido nesse mundo. — Pegando meu rosto a observo. — Eu te amo, sabe que estou fazendo isso porque é o melhor para você, certo?

— Sim, senhora. —Sorrindo orgulhosa ela me solta caminhando para fora do quarto.

Flashback Off*

— Eu queria mudar as coisas, mas, Eliza se envolveu tanto em minha vida. Que tive medo de contar a verdade. — Um vento fraco bate contra meu rosto e paro de falar por um momento. — Achei que estava tudo bem, era pra Alisha estar em Londres e não aqui!

“Eu tenho nojo de você”...

Quando encontrei Alisha a mesma me disse que tinha 2 anos de experiência, sempre preferi submissas adestradas, em seu lugar. E ela me mostrou isso, sempre obediente, uma excelente submissa. Posso dizer até uma das melhores que tive, foi a única submissa que durante 1 ano e meio fui seu Dominador. Até o momento em que ela me disse que me amava. Aquilo era uma das piores noticias que poderia receber, uma submissa apaixonada pelo seu dominador? Era ridículo, lhe tinha dito que nada de relacionamentos, estava no contrato.

ESTAVA TUDO NA PORRA DO CONTRATO!

Obviamente depois renunciei o contrato, disse que não precisava mais de sua submissão, que ela estava levando tudo para outro nível em que Alisha sabia que acabaria machucada. Um mês depois ela aparece grávida em minha porta e pra completar a surpresa, minha mãe a recebe.

Ela tinha ficado tão brava com minha falta de atenção.

Mas eu iria assumir a criança, disse isso a ela. Pagaria a pensão, que cuidaria deles! Mas Alisha queria se casar, construir uma família. Lembro-me assim que quando terminou de falar ri de sua cara. Aquela ideia era absurda. Amar deixa as pessoas fracas e imponentes. Eu queria sua submissão, não seu amor. Porque isso, eu não poderia retribuir.

— Gostaria que tivesse vivo, têm os melhores conselhos, pai. — Ele que me instruiu a internar Alisha assim que ela começou a me seguir, ameaçando a vida da criança. — Mas no final não adiantou muita coisa. –Sorri negando soltando um longo suspiro.

Posso ser muitas coisas, mas não sou um assassino.

Quando Eliza tinha chegado a meu escritório fiquei paralisado com sua semelhança, e fascinado pela sua petulância, era tão diferente de Alisha... Pesquisei tudo sobre sua vida, até os mínimos detalhes. Foi uma ideia idiota e sem noção, mas eu a precisava ter por perto. Talvez no começo por ela me lembrar verdadeiramente sua prima. Por parte queria que fosse mesmo, porque queria fazer tudo diferente dessa vez, a consciência pesada em saber que Alisha tinha matado meu filho e ter fugido, sem ter me deixado cuidar dela era sufocante. No fundo sabia que a culpa era minha.

É claro que era. Eu sou um caso perdido.

Assim como Eliza procurava por Alisha, eu fazia o mesmo. Mas sempre tendo menos informações a cada dia sobre seu paradeiro. E enquanto isso, a senhorita Sullivan me deixava cada vez impressionado pelo seu modo de agir. É claro que ela não era Alisha! Porque se fosse, eu não teria chegado aonde cheguei agora.

“E o pior! Eu me apaixonei por você!”

Talvez eu devesse ter prestado mais atenção na forma paranoica de Alisha, sim, eu deveria ter tomado mais cuidado, ter tomado conta dela. Talvez esse sofrimento todo tivesse sido poupado, deveria ter contado para Eliza que era o culpado do sofrimento de sua prima. Arrependo-me de muitas coisas, mas não me atreveria dizer que me arrependo de ter corrido atrás de você, senhorita Sullivan. Não... Isso jamais me atreveria dizer, pois eu estaria mentindo.

Infelizmente Elizabeth. Me tornei submisso por você, e a culpa foi inteiramente sua.

Eu me apaixonei por você.

Meu Dominador ChefeWhere stories live. Discover now