Conto 3 - O que os Olhos não Veem, o Coração Sente - Parte Final

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Sasuke abriu os olhos para ir ao seu quarto, porém se deparou com Naruto diante de si, de braço estendido lhe procurando. Ele segurou firme na sua camisa, com uma força que causou estranhamento no consultor, e o encostou no balcão quando ambos ficaram muito perto um do outro. Sasuke pensou em dizer algo sobre aquela situação, mas sua fala morreu em sua garganta quando as mãos trêmulas de Naruto deslizaram por seu corpo.

Ele mentira naquele momento, em que se vestia depois do banho, mas isso não irritou Naruto, não quando acabara de ouvir uma confissão sem nenhuma vergonha. Isto é, sentia que Sasuke não estava com vergonha porque ele, hétero, estava excitado por um gay, mas porque toda a situação era pouco convencional, sem falar na tensão forte e dramática que Naruto carregava depois de sua expulsão. A sinceridade e o respeito de Sasuke só ratificaram a certeza de que ele é um bom homem mal humorado.

Naruto conseguiu achar os lábios que tanto ansiara durante a noite, sonhando com aquele beijo no táxi, e os tomou avidamente, gemendo de prazer ao não encontrar resistência para sua língua, mas uma surpresa divertida no lugar. Enquanto uma mão fazia carinho nos cabelos negros, como ele dissera que eram, ao passo que saboreava aqueles lábios, que lhe correspondiam sem medo, sua outra deslizou pela barriga até o meio das pernas de Sasuke, onde encontrou a razão de sua atitude repentina. Naruto tornou a gemer contra a boca dele quando apertou a ereção por cima do tecido da calça e a percebeu quente e muito pulsante.

Meteu a mão ali e conteve seu suspiro surpreso ao sentir a extensão. Estava semiereto e já era daquele... Naruto nem conseguiu completar o pensamento porque foi abraçado na altura da cintura por um braço e teve uma perna encaixada entre as suas, de modo que o roçar breve lhe provocou. Não o via, não sabia de suas expressões, não sabia se ele lhe olhava com raiva agora ou com reciprocidade, sua condição era muito limitadora em momentos assim, mas Naruto tentava compensar usando seu corpo inteiro, se fosse preciso, para enxergar Sasuke.

-Eu... - tentou falar quando as bocas se apartaram buscando ar, ofegante, e um fio de saliva escorreu pelo canto da de Naruto. Masturbava-o com muita vontade, mas ainda temia estar fazendo algo errado. - Eu sinto muito... Eu só queria... Me desculpe por... - tentava.

-Não peça desculpas. - Sasuke falou rouco em seu ouvido e isso fez Naruto se arrepiar, esfregando-se na coxa que lhe dava sustentação. - Não quando também está duro por mim.

É. Estava. Muito. Naruto tirou sua mão dali e abaixou seu short até ter certeza que sua ereção estava exposta. Aproximou-se mais de Sasuke e abaixou a calça dele para que a dele também ficasse para fora. Roçou seu rosto naquela parte do corpo que estava perto de si, mas não sabia se era o peito ou o ombro, segurou ambos os membros juntos e começou a masturbação dupla, sentindo-se ainda mais excitado. Queria vê-lo, gravar suas reações, saber se estava tão enrubescido quanto si mesmo, ver o brilho de seus olhos negros e suas pupilas dilatadas. Pela primeira vez depois de anos daquela fase sombria de não-aceitação, Naruto chorou por causa de sua cegueira.

-Que foi? - Sasuke arfou em seu ouvido, soltando o balcão para abraçar o homem na sua frente lhe dando prazer habilmente com as mãos. Ele começara a chorar de repente, mas não parava o que fazia e parecia ainda mais excitado.

-Queria te ver... - admitiu. - Queria saber como é seu rosto, queria... - sua boca foi silenciada por um beijo profundo e cheio de paixão, obrigando-o a largar os membros banhados em pré-gozo para abraçá-lo com a mesma urgência em que era beijado.

Sasuke mandou às favas qualquer senso de lógica que lhe impediria de fazer aquilo e agarrou Naruto de jeito, apertando sua nádega exposta. A única lógica coerente naquele momento era que um cara cego excitado por si lhe faria gozar e Sasuke era bruto, não doido. Segurou-o pelas coxas e o empurrou contra a primeira superfície dura que encontrou, no caso a geladeira, quase derrubando os potes que havia em cima.

PerspectivasWhere stories live. Discover now