Innocent // Shaustin

Capítulo 1

Shawn narrando

Bem, eu tenho 16 anos e moro em um orfanato no Canadá. Como eu vim parar aqui? Então, a dona do orfanato, a senhora Adams, disse que me deixaram aqui na porta, eu não me lembro direito, já que ela disse que eu estava quase morto quando me deixaram aqui. Eu lembro até hoje o que aconteceu antes: meus pais estavam brigando feio e eu estava só olhando, até que minha mãe pegou na minha mão e começou a me puxar para fora de casa. Depois disso, eu acordei aqui no orfanato.

– Shawn? – Senhora Adams chama e eu a encaro. – Está tudo bem? – Eu assinto. 

Eu não sou muito de conversar, mas ela sempre me ajudou. Eu sou um dos mais velhos do orfanato, ninguém quis me adotar, ainda mais com a idade que tenho e por ter infantilismo.

– Só estou com medo, e se eu me perder? E se ninguém me quiser? – Pergunto e ela se senta do meu lado, me abraçando. 

– Você consegue, tenho certeza que alguém ainda irá te adotar.

O orfanato é muito conhecido por ter visitas de celebridades, sério, muitas delas até adotam crianças daqui.

– Obrigado – agradeci. 

Levanto da escada e subo a mesma, entrando no "meu" quarto, que eu dividia com mais três garotos que são super barulhentos e insuportáveis. Eles dizem que eu pareço uma criançona.

– Ei, bebê, o que faz aqui? – Jessie pergunta, entrando no quarto.

– Eu não quero ficar lá embaixo, tem muita gente e eu estou com medo. – Digo e ela se aproxima da minha cama, se sentando na beira da mesma.

– Não precisa, todos que estão aqui vieram ver as crianças.

– Eu não sou mais criança. – Eu cruzo os braços e faço bico. – Eu sou um adulto, entendeu?

– Você é muito fofo, Shawn, não entendo o porquê de não quererem te adotar, se eu já não tivesse filhos, eu te adotaria. – Ela beijou minha bochecha.

– Ninguém quer me adotar porque eu sou velho, Jessie?

– Não, nada disso, as pessoas preferem crianças mais novas porque se torna mais fácil lidar com elas desde pequenas. Já os mais velhos, têm uma história com eles, então, os pais adotivos têm que saber lidar com isso.

– Ah, ok.

– Eu posso trazer alguns muffins de lá para você, sei que é um dos seus doces favoritos. – Jessie oferece e eu assinto.

– Obrigado. – Agradeço e ela dá um beijo na minha bochecha, saindo do quarto.

Abraço meu leão de pelúcia, o Leo, e me deito, olhando para o teto. Escuto a porta ser aberta e um menino entrar.

– Oi, você que é o Shawn? – perguntou ele.

– Sim, quem é você? – Eu me sento na cama.

– Eu sou o filho da Jessie, ela me pediu para te trazer isso. – Ele me entrega um muffin e sai correndo.

E depois eu que sou doido. Me sento na cama e começo comer o muffin.

– Leo, será que um dia vamos sair daqui? Obviamente, eu não vou te abandonar aqui com aqueles otários, você vai comigo para onde eu for. – Digo, abraçando meu urso mais forte.

– Falando sozinho, Shawn? – A senhora Adams perguntou, entrando em meu quarto.

– Estou pensando alto.

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