Capítulo 3 - Surpresa

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Eu acordei com um feixe de luz batendo no meu rosto e incomodando os meus olhos, mas não os abri, pois não tinha forças suficiente para fazê-lo. Eu sentia o meu corpo molinho, a minha cabeça pesada e o meu cérebro rodopiando em voltas atordoantes. O desconforto no final da minha barriga e em todo o meu quadril, que queimava por causa da ardência que se arrastava pela minha pele feito uma língua de fogo, também estava me tirando de orbita, me deixando desorientado a ponto de eu sequer conseguir respirar.

Mas nada daquilo se comparava a dor e ao calor intenso que eu sentia no meu baixo-ventre e no meio da minha bunda.

Eu podia sentir o meu membro teso e inchado pulsando sensível e necessitado de um toque, o buraquinho entre as minhas nádegas se contraindo e relaxando, expelindo um líquido espeço e viscoso que escorria pelas minhas pernas como se eu não estivesse mais no controle do meu próprio corpo. E eu não conseguia entender o que estava acontecendo comigo. A minha mente parecia ter sido apagada enquanto eu dormia e a única coisa que eu me lembrava era do meu nome.

Abri meus olhos lentamente, as minhas retinas queimando com a claridade intensa do Sol, e pisquei várias vezes para tentar me situar, encontrando nuvens clarinhas e um céu tingido de azul e laranja pairando sobre a minha cabeça. Também havia o cantarolar de pássaros e o chiado de galhos balançando por causa da brisa fresca, criando um mosaico de sombras e luz solar no meu rosto.

Mas aquilo não fazia sentido. Não, de jeito nenhum fazia. Eu deviria estar no baile de apresentação do filho do rei, dançando e beijando Taehyung, não ali, deitado sobre folhas e flores mortas.

Franzi o cenho em confusão e levantei meu tronco lentamente, sentindo pequenos gravetos se desprenderem dos meus cabelos e um repuxar dolorido se iniciar nas minhas partes baixas. Porém, eu apenas respirei fundo e o ignorei. Cocei meus olhos com os punhos e desci o meu olhar pelo meu corpo, me surpreendendo ao notar que eu estava sem blusa e que os meus mamilos estavam eriçados, doloridos e um pouco avermelhados ao redor das aureolas como se alguém os tivesse torcido entre os dedos. Também havia vergões de unhas e uma gosminha branca grudada nos poucos pelos louros que eu tinha logo abaixo do meu umbigo, seguindo em uma trilha fininha até a minha virilha.

Mas o que mais me surpreendeu foi o meu membro duro e melado apontando a sua cabeça rosada para mim e o braço forte que rodeava a minha cintura, resvalando os seus dedos na minha pele de vez em quando.

Eu arregalei os olhos e paralisei meu corpo todo em espanto, o ar faltando nos meus pulmões no mesmo instante. O meu coração acelerou desesperadamente e eu resfoleguei pesado ao ouvir um muxoxo insatisfeito, quase manhoso, quando eu me mexi e tentei me afastar, a minha cabeça girando e girando como se eu estivesse preso em um moinho.

Eu estava assustado e aturdido demais com aquela situação, e não tinha coragem de virar o meu rosto para olhar quem quer que fosse que estivesse ali comigo. Mas quando os meus olhos traidores deslizaram lentamente pelo braço que me segurava, encontrando um corpo encolhido e completamente nu deitado ao meu lado, eu gritei de pavor, o som saindo gutural da minha garganta. O meu corpo estava completamente congelado, por isso eu demorei alguns segundos para reagir, mas ao voltar aos meus sentidos, me desprendi do seu aperto com brusquidão e me levantei, correndo para longe dele.

Eu não conseguia entender o que estava acontecendo, não conseguia me lembrar de nada. Havia uma coluna vazia e escura no meio das minhas lembranças, e por mais que eu tentasse preenchê-la com imagens da noite passada, eu só conseguia enxergar luzes, vestidos bonitos e pessoas dançando.

Mas não havia nada sobre ele. Nada sobre nós.

Senti meus olhos umedecerem e lágrimas grossas logo começaram a rolar pelas minhas bochechas, me fazendo cair em um choro aflito e desesperado.

Um mais um igual a quatro ✹ JikookOnde as histórias ganham vida. Descobre agora