Capítulo 12

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Uma crise de tosse inesperada atingiu Avril, fazendo-a se apoiar nas grades ao seu lado para se recuperar. Ela entendera certo?

– Quer cinco minutos para amenizar sua expressão idiota? – perguntou Fury, voltando a trabalhar em suas telas.

– Com todo respeito, senhor, mas o que diabos há de errado com você? – gritou a garota – Ele é o Capitão América! Capitão América não precisa de proteção, porque ele é o Capitão América!

– Pare e pense – pediu o homem, sendo ignorado.

– Ele usa um escudo de vibranium, isso é mais que proteção! – continuou Avril – Não tem o que pensar.

Fury revirou o olho, se virando para a garota histérica que ele dizia ser de sua equipe.

– Não duvido da capacidade de Rogers se proteger fisicamente...

– Acha que alguém vai atacá-lo mentalmente? – estranhou ela.

– Posso terminar a frase? – exclamou ele, fazendo com que mais pessoas do que ele queria parassem de falar – É a mesma situação que passamos com Banner. Lembra-se dessa?

– Você não colocou agentes na cola de Banner apenas para protegê-lo, você queria que pessoas mal-intencionadas se aproximassem dele.

– Rogers não está completamente adaptado a nossa realidade – continuou Fury – Ele foi reconhecido em NY, isso vai atrair muitas pessoas mal-intencionadas e ele terá dois problemas: terá que se esconder da mídia e se esconder dessas outras pessoas. Entendeu por que esse é o seu trabalho? Não existe outra pessoa nessa agência qualificada para isso.

– Ele sabe isso? – perguntou Avril, começando a aceitar o trabalho.

– É melhor que não.

Bom, ele estava certo. Sairia muito mais caro colocar outro agente na cola de Rogers, que ainda correria o risco de ser descoberto nas primeiras semanas, provavelmente com um binóculo ou algo do tipo.

Antes que pudesse dizer mais alguma coisa, Clint, que acabara seu depoimento, saía do local reservado. Como Natasha estava do outro lado da nave, Avril foi na sua frente. Pelo menos seria uma coisa a menos para fazer naquele dia.

XX

Esgotada, Avril deixou a sala onde dera seu depoimento sobre tudo que acontecera nos últimos dias, ouvindo Natasha resmungar um "ligeira" quando a ruiva entrou no local. Com passos arrastados a morena fez o caminho até seu quarto, tomando o cuidado de trancar a porta assim que entrou.

Seu corpo implorava por algumas horas de sono, mas ele mesmo estava negando essa regalia. Ou melhor, sua mente estava negando. Ficar inconsciente simplesmente não era uma tarefa tão fácil.

Respirando fundo e tentando não bocejar, Avril se jogou em sua cama completamente bagunçada. Ela tinha que tomar uma providência sobre o que estava acontecendo, mas para isso ela precisava saber o que estava acontecendo.

Por isso sanaria todas as dúvidas que tinha ali, começando por "o que ela podia fazer".

Fora óbvio que na Torre Stark ela tivera controle sobre algo que não devia ser controlado, e agora ela testaria.

Acreditando que estava enlouquecendo, ela levantou e se jogou na beirada da cama, deixando que sua coxa colidisse com a nada mole madeira do móvel. No mesmo instante, o choque da bancada a dominou, forçando-a a morder o lábio inferior para evitar que um gemido dolorido escapasse por sua garganta. Ainda no chão ela respirou fundo e fechou os olhos, tentando fazer a mesma coisa que fizera na Torre: do mesmo jeito que lá ela não queria se sentir exausta, no quarto ela não queria sentir dor.

The Real SideWhere stories live. Discover now