Capítulo 33

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Barnes não fazia ideia de onde conhecia aquela garota, mas podia afirmar com certeza de que ela estava mais rápida, mais forte. Ele segurara seu pulso antes que ela cortasse sua garganta e ainda assim conseguira escapar mesmo do aperto da sua mão de metal, girando o braço em um movimento rápido e arriscado, ficando de costas para ele e acertando seu estômago com o outro cotovelo, fazendo com que ele curvasse o corpo e recuasse um passo. Aproveitando a posição, ele envolvera com o braço humano pela cintura, atirando-a em uma árvore próxima com menos força do que queria, mas foi o suficiente para que a madeira se quebrasse um pouco. Quando ela ameaçou se levantar, teve que desviar o punho fechado do homem, que acabou atingindo a árvore enquanto ela aproveitava a abertura em sua guarda para encaixar um chute potente em seu abdômen, fazendo com que ele caísse há alguns metros de distância. Quando se colocara de pé, a mulher empunhara uma pistola e o colocara em sua mira, tendo que desviar no último instante da pedra que Barnes atirara na direção da sua mão para que a arma fugisse de sua posse.

Seus olhos não conseguiram acompanhar seus movimentos, mas ela o sentia se locomovendo com grande velocidade ao seu redor, tentando lhe atingir distraída. Por fim ele tentara lhe acertar um gancho de direita na altura do rosto. Seu braço esquerdo automaticamente se erguera para bloquear o soco, e, como seu tronco ficaria desprotegido e aquele claramente seria o alvo do soldado, ela se prepara para chutar o punho de metal com a perna direita, girando o corpo para ainda tentar acertar um chute em seu rosto com a perna livre, fazendo com que ele fosse ao chão de forma bem menos graciosa do que ela. Barnes limpou sem pressa com as costas da mão o sangue que lhe escorria do lábio recém-cortado, seu olhar raivoso travado no indiferente da mulher. O estilo de luta dela não era nada fora do comum, mas seus instintos estavam o traindo, como se esperassem outra coisa dela. Estilos de luta mudam, idiota. Ele precisava se concentrar no que estava a sua frente, principalmente porque o tempo não estava do seu lado: a cada segundo que desperdiçava, mais próximo o reforço da mulher deveria estar, e, se fosse uma equipe como ela, talvez não fosse possível conseguir derrotá-los.

A mulher pacientemente esperou que ele se levantasse, e Barnes quase podia afirmar que por trás da máscara ela estava sorrindo. Ela não estava ali de brincadeira, mas também não tinha pressa. Era quase que uma certeza de que ele não tinha escapatória, que era uma presa garantida. Aquela postura ele conhecia muito bem, afinal, era daquela mesma forma que ele se lembrava de agir quando era o Soldado Invernal. Mesmo com tantas semelhanças, o homem tinha a sensação de que ela ainda conseguia parecer ainda mais nociva do que aquela sua antiga versão. Sua aura não transmitia apenas indiferença, parecia ter um pouco de diversão. Seus olhos deixavam escapar o segredo de que no fundo ela estava se divertindo.

Ela tirara uma pequena adaga do cano da bota, e Barnes logo se adiantara para chutar sua mão, fazendo com que a arma voasse para longe. Ela tentara golpear suas costelas em seu ponto cego, mas ele já esperava aquele movimento, girando mais ainda o corpo para pegar impulso e lhe acertar o rosto com o punho de metal fechado, o que fez com que ela recuasse uns bons dois passos e a máscara escura que protegia seu rosto voasse para longe.

A máscara da garota pareceu cair em câmera lenta no chão, mesmo sem os olhos de Barnes estarem seguindo o movimento do objeto. Seus olhos estavam travados no rosto recém descoberto de sua atacante, o reconhecimento que começara com a familiaridade de seus olhos finalmente o atingindo por completo.

- Avril Stark? Mas que diabos...? - ofegou o homem, praticamente permitindo que ela encaixasse o pé em seu peito, o fazendo voar alguns metros. Barnes estava tão estupefato que sequer tentou amortecer a queda, se sentando no chão de qualquer jeito em seguida, continuando a fitá-la com espanto. Eles haviam de fato se enfrentado. Ele acreditava ter matado-a, mas a mídia permitiu que ele soubesse que não havia tido sucesso naquela missão. A mídia também lhe informara de seu sumiço, e até que fazia certo sentido. O que o incomodava era aparentemente ela estar com a HYDRA quando foram eles que mandaram que ele a executasse – O que eles fizeram com você?

The Real SideWhere stories live. Discover now