capítulo 12.

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   O mundo tende em te destroir todos os dias,pedras são atiradas em você, pessoas te abandonam,te machucam, o destroem e podem jogá-lo no mais escuro abismo de solidão.
   Para quem diz que palavras não machucam está totalmente errado, elas são a arma mais letal existente, palavras doem,machucam por dentro, te matam aos poucos até você pensar se realmente está vivo.
   Pessoas mentem,nunca sabemos quem realmente está ao nosso lado, pois só mostramos o que queremos que os outros vejam, não vivemos a vida dos outros,não choramos as lágrimas dos outros e mesmo assim ha pessoas me julgando e julgando outros como eu. A morte vem me chamado todos os dias e todos os dias eu tento me manter viva, meus olhos já não possuem mais o brilho de antes, só queria apenas voltar no tempo,no tempo em que era aquela garotinha...feliz e ingênua.
   Abro meu diário e do mesmo cai uma foto minha de quando era apenas uma criança de cinco anos, achei que havia perdido essa foto. Encontrei-a como se estivesse encontrando minha vida,ou melhor, minha antiga vida. Eu era tão feliz , observei atentamente aquela pequena menina sorridente de lábios rosados e cabelos compridos,nesse tempo,que é tão distante e antigo,em minha vida a felicidade já havia reinado em abundância em meu coração. Na foto meu pai me abraçava e me fazia cócegas,arrancando de mim gargalhadas.
   Abri um pequeno sorriso tristonho para a foto,um sorriso que tentava esconder de mim mesma um grito implorando para voltar aquele tempo,implorando para sorrir de novo, com a mesma inocência e alegria.
   Saio do meu quarto e esbarro com Lucas,seu semblante triste não era difícil de se perceber já que ele era um livro aberto. Meio entediado ele começa a falar:
   _Acabei de chegar,sábado vou trazer minha namorada aqui.
   _Que namorada?
   _Conheci ela a pouco tempo,ela é legal.
   _E você está apaixonado?
   _Talvez. Mas é disso que você ta precisando,de amor.talvez funcione para você parar com essa frescura de se automutilar.
   _Não é frescura ..._digo em um sussurro,com a voz transmitindo minha dor._é necessidade.
   _De qualquer forma eu não ligo.
   Ele sai de lá me deixando apenas com meus pensamentos.
   Nunca pensei em amar. O amor é uma farsa disfarsada do que mais te atrai,pode ser visto como um ponto de força,mas é também a sua maior fraqueza, aquilo que com apenas uma palavra pode destrui-lo:"acabou". É visto como uma cura,mas é o veneno mais letal existente. Já estou machucada o bastante para deixar que o amor acabe com os pouco de alegria que ainda me resta.
   Já se faz um mês que não vejo Gabi, Tayler foi viajar para fora do país com seus pais, a cada dia me sinto mais só, na escola não tenho ninguém ao meu lado.Nicole e Luiza me maltratam no colegio,minha alma está vazia,nunca poderá ser preenchida,um aperto profundo no meu peito me sufoca todos os dias,me afogo no meu próprio mar de angustia e solidão, estou morrendo...
   Aos poucos...
   Devagar...
   E ninguém está vendo...
   Não tenho mais recebido nenhuma rosa negra ou bilhete misterioso, não tenho mais sonhado coisas estranhas, a casa está calma, tudo parece muito quieto. Mas é como dizem, sempre vem a calmaria antes da tempestade.
   Passei a escrever mais sobre meus sentimentos no meu diário,é uma forma de consolo. Nele digo tudo sobre minha vida,minha existência, meu "eu".
   Talvez minha vida venha sofrer uma mudança daqui para frente. Talvez venha querer me aventurar mais na minha..."existência". Não estarei sendo rebelde, irei apenas tentar...... sobreviver em um lugar onde não me sinto viva.

Até o próximo capítulo.

  

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