capítulo 15. Sr.Baker

5 0 0
                                    

   Autora narrando:
   Tudo se tornou silencioso,o banheiro,a casa,até mesmo a escola. Um tempo escuro e sombrio tomava conta de toda cidade. Ninguém sabia o que estava acontecendo, a tristeza que era profunda e predominante no coração de Melissa Baker agora estava tomando conta de todo lugar.
   Enquanto todos estavam vivendo normalmente suas vidas, o corpo da jovem estava gélido naquela banheira de sangue,Mel estava morta... simplesmente morta,chegava a ser engraçado o fato do por que Melissa nasceu se tão cedo escolheria não viver mais,se tão cedo ela tirasse sua vida,era uma piada sem a menor graça.
   Melissa viveu a maior parte da vida sofrendo em silêncio,se culpando todos os dias em silêncio,morrendo em silêncio,tentando se manter forte na frente das pessoas,ela tinha um grito entalado na garganta,um pedido de socorro que alguns até viram,mas não deram a menor ideia. Enquanto sua vida era de certa forma "barulhenta",sua morte foi silenciosa.
   Se juntasse todas as lágrimas que ela já derramou,seria uma quantidade muito maior do que havia naquela banheira,lágrimas que ela não teria derramado se alguém tivesse feito algo para que ela não morresse.
   A sra.Baker já estava no clube com suas amigas,se divertindo,sorrindo sem ter a menor  ideia de que agora, como muitas vezes ela alegava dizer, de fato só tinha um filho.Entre sorrisos forçados sua mente vagou até sua filha,seu coração se apertou de uma forma que nunca aconteceu,uma vontade insaciável de chorar a tomou por completo,sentiu como se lhe faltasse algo,ou melhor,alguém.
   Ela saiu da piscina onde estava e caminhou até sua bolsa,pegou seu celular e de primeira sua mente lhe dizia para ligar para Melissa,mas ela ignorou isso,pensou que sua filha era a mais ajuizada e que esse aperto deveria ser por ter acontecido algo com Lucas. Ela o telefonou,após ele atender ela começou a falar com o choro entalado na garganta:
   _Meu filho...está tudo bem com você?...algo de ruim lhe aconteceu...?
   _Está tudo bem sim mãe...por quê?
   Com o coração um pouco mais calmo ela começou a dizer,porém a vontade de chorar não a deixava:
   _E com Melissa...você sabe se está tudo bem com sua irmã...?
   _A última vez que a vi ela estava em casa chorando.
   Um arrepio se passou pela espinha de Sarah,ela não compreendeu o porque,apenas ignorou o que estava sentindo sem obter o menor sucesso.
   _E onde você está meu filho?
   _Estou no shoping com minha namorada._ele disse tão tranquilamente que até eu mesma acreditei,mas,na verdade ele estava na casa de um amigo,se drogando, mais uma vez ele voltara a usar drogas.
   _Tudo bem meu filho,fique com Deus.
   Assim dito,a sra.Baker terminou a chamada e ligou para Melissa,sentiu seu coração parar por um momento quando sua filha não atendeu sua chamada,sua mente estava atordoada, ela queria gritar,tentou ligar mais uma vez,e outra... no total ela ligou 10 vezes sem resposta.
   Sentiu-se transtornada,pegou sua bolsa e sem se despedir de ninguém ela pegou seu carro e voltou as pressas para casa. Assim que adentrou o local,se sentiu ainda pior, tudo estava silencioso,a angústia aumentou em seu coração,devagar ela foi subindo as escadas,parecia que seus pés estavam presos no chão e seu corpo estava pesado. Com muito esforço ela chegou ao quarto de sua filha,assim que entrou já pôde sentir o cheiro de morte no local,como se algo a puxasse ela foi direto para o banheiro,do mesmo, uma água vermelha saía por debaixo da porta. Lágrimas escorriam de sua face,ela não tinha coragem de abrir a porta,mesmo sem saber direito o que estava acontecendo ela já temia o que era.
   Com dificuldade a mulher abriu a porta, sentiu como se uma facada fosse dada em seu peito quando se deparou com o corpo de sua filha na banheira de sangue,morta...mas com um semblante sereno estampado em seu rosto.
   O cheiro de ferrugem atingiu em cheio as narinas da mulher,ela não conseguia acreditar no que estava vendo, caiu de joelhos no chão frio do banheiro,enquanto olhava sua filha que até então ela ainda não acreditava estar morta.
   Com dificuldades caminhou até Melissa,ou melhor,se arrastou pelo chão. Ela agarrou ao corpo da filha a sentindo gelada, foi nesse instante que caiu a ficha,ela havia perdido sua menina.
   Entre soluços e lágrimas ela acariciava o rosto de Melissa dizendo:
   _Vai ficar tudo...bem,por favor não me deixe...você não pode me deixar... por favor...não vá...
   Sem saber o que fazer ela apenas gritou por ajuda,tão alto que pôde ser ouvido claramente por todos os vizinhos:
   _SOCORRO! POR FAVOR ME AJUDEM....MINHA FILHA... SOCORRO...
   A mulher atordoada e distraida com o corpo da filha,nem percebeu quando alguém estratégicamente pulou a janela do quarto e pegou o bilhete preto com a rosa negra,saindo logo em seguida pelo mesmo lugar de onde entrou.
   E quem era essa pessoa? Ou melhor, qual é sua verdadeira identidade? Talvez vocês já o conheçam,mas não se lembram de quem é.

Ensina-me a voarOnde histórias criam vida. Descubra agora