capítulo 13.

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   Estou vagando pelas ruas noturnas como de costume, vejo que não há ninguém nela,ela está deserta. Meu batimento cardiaco está tranquilo, sem nenhum motivo,de uma hora para a outra,começo a chorar e não consigo controlar minhas lágrimas, me sinto sufocando, não consigo respirar. Vou até um canto da rua e me sento ainda chorando. Um homem desconhecido chega perto de mim e me diz:
   _Ta chorando por que loira?
   Por um momento hexitei em responder,por isso achei melhor não dizer nada.
   _Acho que isso irá ajudar_ele me diz me entregando um saquinho plástico com algum tipo de pó dentro.
   _O que é isso?_o pergunto.
   _Um pedaço do céu. Alguns também conhecem como droga.
   _Se for assim prefiro continuar com meu pedaço de inferno.
   _Calma loira,experimenta,você irá gostar.
   Já havia visto o que acontece com pessoas que usam drogas,o vício,a dependência de ter tanto aquilo que até mata outras pessoas para sustentar o vicio.
   _Em primeiro lugar meu nome não  é loira,é Melissa,e em segundo,não quero experimentar nada.
   _Olha,sei que é incomum,mas pode ficar,de graça,se gostar,venha aqui mais vezes e compra,se não,é só não me procurar.
   Ele coloca o plástico nas minhas mãos e desaparece.
   _Ei! Volta aqui! Eu não..._percebo que ele ja não está mais aqui, apenas bufo e guardo o saquinho no bolso do moletom. Penso por um momento no por que guardei aquilo._ É melhor eu jogar fora.
   Vou até uma lixeira e jogo fora a droga.
   Enquanto ando pela rua sinto que não consigo respirar direito,me sinto sufocando,mal consigo respirar. Vejo alguns vultos por onde estou passando," eu nem fumei a droga e agora to tendo alucinações? Que ótimo" penso comigo mesma, minha visão fica meio embaçada, caio para trás mas antes de atingir o chão, alguém me segura e me pega no colo me levando até o que eu imagino ser um banco. Me sento e o agradeço.
   _Obrigada,quem é você?
   _Criança,pobre criança,está se sentindo melhor?_ ele se desvia de minha pergunta com outra. Sua voz é doce e melodiosa.
   Mas espera... ele me chamou de que?
   _É você...é você o autor das cartas e das rosas...quem é você...?
   Ele se levanta bruscamente e me deixa lá sentada,não tinha forças para  persegui-lo,aos poucos voltei ao normal,deve ter sido apenas uma queda de pressão.
   Eu estive frente a frente com ele... com o cara que me escreve aquelas cartas e flores,"sabia que essa maré estava calma de mais por muito tempo".
   Sua voz era doce e calma,tive a leve impressão de ja ter o conhecido,não vi seu rosto por causa da escuridão e a visão embaçada,então é ele ,é ele que vem entrado nos meus sonhos,vem me perseguindo de todas as formas possíveis, mas não consigo entender o por que ele quer tanto que eu me mate. E outra, como ele apareceu aqui de repente? Perguntas e mais perguntas,todas sem respostas, apenas flutuando ao vento já que não possuem a menor importância para os outros senão para mim.
   Uma dor insuportável me atinge no meu peito esquerdo. Esperei a dor cessar um pouco e caminhei com dificuldade até minha casa.
   Entrei em casa,ainda com muita dor, minha mãe parecia não perceber que não estava tudo bem.
   _Melissa,quer fazer o jantar?
   _Não mãe, não estou me sentindo muito bem,irei para o quarto.
   _O que é isso no seu braço?
   A manga do meu moletom estava levantada,não me lembro de tê-la levantado... ata,deve ter sido "ele".
   Inventei logo uma desculpa:
   _Não é nada,me machuquei sem querer.
   _ Ok... amanhã irei para o clube,você quer vir?
   Lembrei dos cortes em minha perna...minha mãe logo iria os ver se eu fosse para o clube e descubriria sobre tudo.
   _Não estou com muita vontade,acho que não irei querer ir.
   _Ok..._ ela parecia meio desconfiada de algo.
   Enquanto subia as escadas ouvi ela dizer para si mesma baixinho:
   _Isso é meio estranho...lembro-me que ela adorava nadar e não perdia uma opurtunidade...
   Uma pontada de dor mais forte me atingiu novamente meu peito. Fui rapidamente para meu quarto e me deitei. A dor estava insuportável, novamente me senti sufocando mas dessa vez era pior.
   Lembrei da minha mãe... eu amo cozinhar e não quis fazer o jantar,ela deve ter achado estranho. Era difícil explicar as mudanças de humor e de afaseres de repente,toda essa dor infernal durou por mais alguns minutos,e por esses alguns minutos... eu queria desistir de tudo. Me senti sozinha naquele momento... sofrendo sozinha...me sufocando sozinha,e isso só piorou ainda mais as coisas.

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