Capítulo 42

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Terminando o mais rápido possível o tinha pra fazer, Nilce começou a subir as escadas, passando pelo seu próprio quarto e parando em frente ao de Leon.

A porta estava entreaberta, como ele sempre deixava, e deitando na cama, coberto pelo lençol, se encontrava Leon de olhos fechados.

- Esta dormindo? - ela sussurrou sem entrar.

- E perder a sua massagem? - ele disse sorrindo sem ainda abrir os olhos, e com as mãos atras da cabeça – Nunca.

Ela sorriu e entrou, prestando atenção nas roupas espalhadas pelo chão.

- Que nojeira. - ela disse torcendo o nariz e chutando com o pé a camisa que ele acabara de tirar.

- Você tem óleo?

Ele abriu os olhos pela primeira vez e a encarou.

- Não. Tem algum problema?

- Não, espere, vou buscar um dos meus. - ela anunciou saindo correndo pela porta.

Ele pode ouvir a porta do quarto dela abrir-se, e logo depois fechar-se.

Ela entrou com um sorriso zombeteiro:

- Espero que não fique aborrecido por ficar cheirando a flores. - ela sacudiu o vidro com o óleo – Foi o único que eu achei.

- Não tem problema. - ele garantiu voltando a fechar os olhos.

- Vire-se. - ela mandou, e sem argumentar ele o fez.
O lençol desceu um pouco mostrando a parte branca e desnuda de uma de suas nádegas, e ela instintivamente ficou com a boca seca e com o coração acelerado.

"Ele esta nu!" - foi a única frase coerente que ela conseguiu montar em sua cabeça naquele momento.

Ela não sabe se passaram horas, minutos ou apenas milésimos, porém Leon a chamou:

- Nilce? Vai começar hoje ou amanhã? - ele disse em um tom de brincadeira.

- Porque você não coloca uma bermuda? - ela questionou quase que automático.

Ele riu antes de responder.

- Porque eu durmo nu. Algum problema? Você acha que não conseguir se concentrar ou algo assim? - ele disse levantando vagarosamente a cabeça para encará-la.
Orgulhosa ela respondeu ficando corada.

- Ora, deixe de ser convencido. - ela ralhou revirando os olhos.

Ele riu voltando a enterrar a cabeça no travesseiro.

- Você esta corando. - ele comentou – Faz tempo que eu não te via corar. Estava com saudades.

- Argh! - ela disse sorrindo – Você sempre leva tudo na brincadeira.

Como já era de costume, o silêncio reinou sobre eles, e ela tratou e se concentrar no que deveria fazer.

A massagem. Somente a massagem.

Fazendo a volta na cama, ela parou diante dele e corando ainda mais, puxou a lençol para cima novamente, tapando a parte desnuda.

Ele riu novamente, e ela tentou o ignorar.

"Você tem que manter o foco. Isso é só um acordo profissional. Tudo vai acabar logo e ficar bem." - ela repetiu para si mesma.

Espalhou um pouco de óleo nas mãos e as esfregou.

Logo depois derramou um pouco nas costas lagas de Leon que disse um "Ei, isso esta frio!".

Seu coração começou a bater enlouquecidamente acelerado, e ela respirou fundo sem poder mais adiar o contato com a pele clara do homem mais atraente que já vira.

Ainda com certo receio, ela começou a massageá-lo.
Começando pelos ombros, nuca e descendo vagarosamente pela extensão da coluna, os polegares pressionando os pontos mais tensos.

Leon não podia estar melhor. As mãos de Nilce eram delicadas porém firmes e precisas, parecendo adivinhar os pontos certos.

- Onde você aprendeu a fazer isso? - ele perguntou com a voz abafada.

- A massagem? - ela forçou um sorriso – Minha mãe tem bastante dores nas costas. Aprendi na prática. - ela disse dando de ombros.

- Se eu soubesse dessa sua habilidade antes de nos casarmos, colocaria no contrato a cláusula onde lhe obrigava a me fazer massagem sempre que eu pedisse.

- É só pedir. - ela garantiu depois de uma curta risadinha.

- Tem certeza? - ele perguntou erguendo a cabeça para encará-la.

- Sim. - ela garantiu sem encará-lo.

Era mais seguro ficar longe daqueles olhos sedutores.

- Vou começar a pedir então. - ele disse sorrindo antes de voltar a abaixar a cabeça.

- Como esta o seu jardim? - ele perguntou parecendo interessado, após um minutos em silêncio.

- Esta ótimo. As flores estão cada vez mais bonitas. - ela disse orgulhosa.

- Sabe Nil, aquela vez das flores, realmente me desculpe. Não era minha intenção brigar com você.

- Vamos mudar de assunto. - ela pediu se sentindo incomodada enquanto lhe massageava os braços.

- Não, eu realmente sinto muito. - ele garantiu – Por algum motivo, desde o enterro dos meus pais flores me fazem lembrar deles – ela ficou quieta, sem ter o que dizer - , e quando eu cheguei foi confuso, tinha flores para todos os lados e tinha você lá. Eu havia me esquecido desse tipo de coisa.

- De que tipo de coisa? - ela perguntou curiosa.

- Eu acho que esqueci de como é ter uma família sabe? Alguém que te espera para jantar todos os dias. Me esqueci de como isso é bom.

Ela engoliu seco enquanto sentia seus olhos se encherem d'água, e a vontade de chorar lhe invadir.

Amor por contrato - Leonil (ADAPTADA)Where stories live. Discover now