Uma vida exige sacrifícios

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5 dias depois.

Um treinamento frequente que ocorre entre alguns meses, estava prestes a ser realizado na Sala Vermelha. Esse era o tipo de treinamento que mais causava temor nas garotas. Sempre que ocorria, algumas, ou muitas garotas morriam, ou simplesmente ficavam perdidas por meses e depois morriam, ou seja, era o 'teste de fogo' ou nesse caso... de gelo.

Natália e Marina estavam descendo a escada principal que dava acesso a sala especializada de tiros ao alvo. Quando ao olharem para o mural com o nome de professores se depararam com um nome inédito. E lá estava escrito....

M: Soldado Invernal? Quem é esse? - olhava Marina para o mural franzindo a testa.

N: Deve ser aquele novato.

M: O que você diz ter braço de metal e que você conseguiu enxergar o 'interior' dele? - disse Marina de forma irônica olhando pra Natália e prendendo os lábios para não soltar um sorriso.

N: Eh, esse mesmo. - responde. - Quer você acredite ou não, eu senti, tá. Aquele braço não era de carne e osso. Como você acha que ele partiu o chão ao meio?

M: Sei lá. De qualquer forma, isso não é importante agora. Depois da aula de tiro eles vão fazer 'aquilo'. - Marina rapidamente mudou a expressão e olhou preocupada para Natália.

N: Vai dar tudo certo. - Natália tenta acalmar Marina - Se ficarmos no mesmo grupo de novo, vamos nos proteger, eu prometo.

Depois da aula de tiros, todas as garotas do programa foram levadas em uma viagem que, com os automóveis pesados do programa durava em torno de 3 dias. Ao final da viagem, as garotas eram literalmente jogadas em meio ao início da Tundra, uma vegetação com pouca, ou quase nenhuma árvore. A meta é: sobreviver, e ir em direção a instalação da Sala Vermelha a pé, em uma viagem que pode durar no mínimo em torno de 2 semanas. Após a Tundra, elas chegavam na floresta de pinheiros que sinalizava uma proximidade de pelo menos 4 dias até o destino final. Elas não podiam tentar fugir dali, não havia mais nada ao redor da Tundra, e se saíssem da rota correriam o risco de encontrar um animal selvagem, um grupo de mercenários ou os próprios guardas do programa que rondavam a muitos quilômetros de distância em uma proximidade segura.

3 dias depois, no primeiro dia do treinamento na Tundra.

Os carros pararam bruscamente em meio a Tundra, as portas foram abertas e as garotas foram jogadas ali mesmo. Em seguida os guardas jogaram apenas 5 mochilas de suprimentos para 10 garotas em uma viagem de 2 semanas. Mas dessa vez, havia uma novidade. O Novo punho, que agora passou a ser chamado de Soldado Invernal, também estava lá, os seus superiores também queriam renovar esses treinamentos para ele, que o mesmo já não fazia a 7 anos. E lá estava ele, com as roupas adequadas para o clima frio, mas dessa vez deixando o rosto aparente.

 E lá estava ele, com as roupas adequadas para o clima frio, mas dessa vez deixando o rosto aparente

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Olhando aquele homem que podia matá-las ali mesmo, as garotas estavam apavoradas. Os carros que os levaram, saíram dali as pressas. Natália olhou ao redor, procurou Marina e notou que ela não estava lá, Marina estava em outro grupo, a vários quilômetros dali.

O Soldado Invernal começou a andar na frente das garotas, e elas, haviam notado que ele não estava lá para lutar com elas, pelo menos não naquele momento. Então, as garotas também começaram a andar. Era a viagem mais angustiante possível. As horas passavam, passavam, passavam e parecia que eles nunca iriam chegar. Natália, já exausta, tentou avistar o Soldado Invernal e ele já estava começando a se tornar um ponto distante no meio de toda aquela paisagem que não tinha nada a acrescentar além da neve, pedras e vegetações rasteiras pequenas.

A noite do primeiro dia da viagem estava próxima. Já estava escuro. Eles precisavam encontrar qualquer superfície favorável à uma noite de sono e que pudesse ao menos aquecer uma fogueira decente. Natália, que se auto avaliava mais velha e experiente do que aquelas meninas que aparentavam ter um pouco menos de 3 a 4 anos que ela, sentiu-se responsável em reuni-las a beira de uma montanha que tinha uma espécie de caverna, não tão profunda, onde ela viu a oportunidade perfeita para aquela noite de sono.

Após comerem cada uma, pequenas porções de comida que precisava ser economizada o máximo possível, as garotas foram descansar. Um descanso que precisaria ser de pouquíssimas horas.

Natália não conseguia dormir. A noite ali era a mais tranquila possível, se escutava apenas o vento. As nuvens deram uma oportunidade para a lua iluminar uma luz fraquejada, mas que ainda assim era bem-vinda. Inesperadamente, passos. Lentos e que mal poderiam ser escutados se não fosse aquele silêncio constante. Natália presumiu que fosse o Soldado Invernal, mas o que ele iria querer ali? Natália pegou uma pistola e começou a levanta-se calmamente até sair aos poucos daquelas caverna quase que inexistente. Era um lobo, que avançou com tudo para cima de Natália que disparou um tiro e caiu. Perto dali, o Soldado Invernal escutou o tiro e rapidamente foi ao local verificar o que estava acontecendo. Ao chegar, se deparou com Natália tentando impedir um lobo de conquistar a sua refeição naquela noite. O Soldado Invernal pegou o lobo que mordeu seu braço de metal fortemente e quebrou os dentes, então ele o jogou para longe e o lobo recuou com medo, mas ficou na vista deles.

S: É o início do inverno, ele não vai encontrar muita comida por aqui além da gente. - falou o Soldado Invernal olhando para o lobo e colocando seu braço em frente ao corpo de Natália como se quisesse denfende-la.

N: Eu sei. - respondeu Natália que pegou sua arma que havia caído e deu um tiro no lobo, o matando.

O Soldado Invernal olhou surpreendido para Natália.

N: É... era ele ou a gente, Soldado. - respondeu Natália avaliando o rosto dele de perto e com calma pela primeira vez. - Creio que ninguém vai conseguir dormir depois disso. Vamos continuar.

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