Guardião de Sentimentos - Parte 1

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Algumas semanas depois.

Natália ainda estava completamente abalada com o que havia acontecido com Marina. A única pessoa com quem Natália se sentia confortável pra falar sobre seus sentimentos não estava mais lá. Ela passou a ser muito mais reservada do que já era. Passou a ser muito mais brutal nos treinos de luta com as outras oponentes. Passou a ser mais severa em todos os sentidos da sua vida.

A vida de Natália estava prestes a ficar mais movimentada. O mundo estava movimentado. Tudo na Sala Vermelha era feito com um propósito, ou vários. E um deles, é a obtenção de inteligência, suprimentos, e defesa para a KGB, onde as garotas iriam servir. Era novembro de 1960, no mundo acontecia a Guerra Fria. A Sala Vermelha passou a ser um troféu para a inteligência secreta da União Soviética. Natália e mais três pré-formandas foram convocadas para uma reunião com comandantes da Sala Vermelha.

Ao entraram na Sala de alto comando, as moças se depararam com Madame B. e outras figuras que não tinham os rostos tão conhecidos na instalação. Saber o nome deles era difícil. A diretora do programa era uma mulher que aparentava ter 40 e poucos anos, com uma expressão ranzinza e cabelos castanhos escuros. Haviam mais 2 homens na Sala, esses, aparentavam ter mais de 50 a 60 anos. Tudo era confidencial. As moças não precisariam saber os nomes daquelas pessoas, nem o que eles são, apesar de terem uma noção disso. Elas precisariam saber apenas as missões que irão receber.

A diretora se levantou da cadeira, e saiu de trás da mesa para perto das garotas que estavam posicionadas e alinhadas em direção aos demais. A diretora começou a observá-las, do primeiro fio do cabelo até a ponta do calçado das moças:

D: nada mal. - falou como um desabafo, enquanto ainda avaliava as garotas. Vocês irão fazer as suas primeiras missões fora do país. - revelou, enquanto ainda olhava as garotas e começava a se posicionar de fronte a elas. - Não irão sozinhas. Irão com seus instrutores. Essas missões nos foram confiadas, e não quero decepcionar quem as confiou à nós. Então, tratem de completar o serviço.

A diretora voltou para sua cadeira. Madame B. se levantou segurando algumas pastas. Entregou as pastas as outras duas moças e explicou tudo o que elas irão fazer. Se tratava de algo sobre vendas de armas e uma construção de um acelerador de partículas na América. E por último, mas não menos importante, a missão de Natália:

Mb: nossos contatos informaram que amanhã, a noite, haverá uma reunião em local público em Nova Iorque onde alguns cientistas e engenheiros bélicos dos Estados Unidos irão se encontrar. rumores de que na casa deste homem... - Madame abriu a pasta da missão de Natália e pegou uma foto da pessoa que ela falava - ... existem projetos e protótipos de armamentos avançados de última geração. Talvez, a casa dele tenha reforço extra. De qualquer forma, a localidade ainda não foi descoberta. Mas você irá descobrir isso, irá pegar os projetos e protótipos e... irá matá-lo!

Madame B. entregou a pasta para Natália. Ao abrir e verificar rapidamente algumas informações, Natália viu que o instrutor que iria acompanhá-la na missão era o Soldado Inveral. Ela tomou um leve susto.

Mb: algum problema? - perguntou Madame ao verificar a reação de Natália.

N: não. Nenhum problema.

Algumas horas depois.

Natália estava pronta para a viagem. O Soldado Invernal também. Eles foram levados para Moscou. Com identidades falsas e feitas caprichosamente pelos seus respectivos programas de treinamento. Na missão, e nas identidades, eles deveriam ser um casal falso, atendendo pelos nomes de Natalie Rushmann e William Rushmann. Eles chegaram ao aeroporto, e embarcaram no vôo. Olhando os dois durante esse processo, alguém poderia até dizer que eles eram um casal, Mas eles não estavam agindo como tal. Estavam um pouco distantes, e Natália sabia que isso precisaria mudar.

No avião:

N: é a sua primeira missão fora? - perguntou Natália.

S: não. fiz uma ou duas.

N: mas... sozinho?

S: sim, porque? - perguntou o Soldado enquanto franziu a testa.

N: não te explicaram nada? - sussurrou Natália com um suspiro. - Aqui a gente é um casal, . Você precisa agir como meu marido.

S: e o que eu fiz de errado?

N: bom... eu acho que... Tudo! Mas essa pergunta já foi um bom início de uma relação afetiva do mundo real.

O Soldado olhou confuso para Natália.

S: Vou tentar melhorar. Missões de disfarce não foram aprofundadas para mim. Você sabe que eles me enviaram mais como um apoio extra de força bruta, ?

N: é... percebi. - respondeu, Natália com um sorriso.

Essa foi provavelmente a primeira conversa decente entre eles. Bucky já estava a algum tempo sem ter a mente bagunçada com lavagens cerebrais, e parece que isso ajudou um pouco no processo. A viagem prosseguiu.

Depois de algumas horas, eles chegaram em Nova Iorque. Se hospedaram em um hotel classe média no Brooklyn. Aquele bairro deixou os olhos de Bucky brilhando. Natália percebeu a diferença no semblante dele. Parecia outro. Parecia que ele havia tirado um peso das costas. Como se inconscientemente ele soubesse ou pressentia que estava em 'casa'. O quarto do hotel que eles ficaram era um dos refúgios projetados pela Sala vermelha para seus agentes. Ali havia tudo o que eles precisariam para a missão. Armamentos não faltavam. Comida, não tinha muita.

Eles tinham pouco tempo. Começaram a se aprontar para ir ao restaurante onde os alvos da sua missão estariam em reunião. Não queriam aparentar sujos em ambiente público, então foram tomar banho. Bucky resolveu utilizar o banheiro primeiro. Tirou sua camisa no meio do quarto do hotel, e ali Natália teve um primeiro  vislumbre claro sobre o braço de metal dele. Enquanto ele caminhava para o banheiro, Natália perguntou:

N: Como conseguiu?

S: o quê? - perguntou ele enquanto ligava o chuveiro.

N: o braço de metal?!

S: não sei.

N: hmmm. Tudo bem.

Depois de alguns minutos, Bucky saiu do banheiro e Natália passou por ele. Cruzaram um pelo outro rapidamente, sem nenhuma intenção a mais. Provavelmente, só uma troca de olhares ligeira e que ambos não queria que fosse perceptível. Em instantes eles já estavam prontos. E finalmente foram para o restaurante.

 E finalmente foram para o restaurante

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