2.1. Conceito de música

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Conceituar o que é música é uma tarefa árdua, uma vez que são inúmeras as definições possíveis, e a vastidão de autores empenhados em resumir em uma frase tal conceito apenas contribuiu para a dificuldade de padronização do entendimento.

Sendo assim, optou-se por lançar mão de uma frase anônima de consenso geral, como base para este estudo:

"A música é a organização consciente dos sons dentro de um certo espaço de tempo".

Observemos que esta definição é bem livre, pois aparentemente permite que se junte quaisquer sons para fazer música. Porém, ao dividi-la em partes para melhor compreensão, vemos que "dentro de um certo espaço de tempo" delimita a área da obra de arte, como uma tela para uma pintura; o termo "organização" pressupõe uma regularidade, simetria ou lógica na colocação de seus elementos. E a palavra talvez mais importante desta definição seja "consciente"; afinal, não se diria que o som de um trem passando, por exemplo, seja música, apesar de ser regular e simétrico. É preciso pelo menos que essa combinação sonora seja consciente, ou seja, feita com objetivo artístico, para ser chamada de música. A menos que o som do trem seja gravado e inserido num mosaico sonoro, com objetivo estético e/ou simbólico, como podem experimentar alguns artistas contemporâneos.

Confirmando esta concepção, Watson & Drury (1990, p. 16) dizem que "A música difere do ruído porque contém significado e propósito para o ouvinte". 

A música da sombraWhere stories live. Discover now