A [🌻]
Cheguei em casa e meu pai estava sentado na mesa de jantar com alguns secretários que tiraram sua atenção dos papéis em suas mãos ao ouvir eu entrar.
— Boa noite! — sorri me reverenciando.
— Filha! Onde estava que chegou tão tarde?
Olhei para o relógio na parede da cozinha e marcava 07h10 da noite.
— Alguns amigos combinaram de irem a uma churrascaria depois do estágio. Desculpa por não ter avisado. — me reverenciei novamente.
— Na próxima vez, me avise.
— Papai? — me virei para ele interrompendo-o.
— Sim, querida?
— Posso dormir na casa da Ryujin hoje? Vai ter uma festa com alguns amigos. Eu volto amanhã antes do jantar.
— Tudo bem, mas me deixe informado de tudo.
Subi as escadas de dois em dois degraus e entrei no quarto. Por ter ficado fechado por muito tempo, eu pude sentir o aroma do perfume do Hyunjin pelo cômodo. Fui direto ao meu closet e fiquei parada por alguns segundos pensando no que levar, peguei uma mochila grande e separei minhas roupas em conjuntos e depois colocando acessórios e coisas para higiene.
Fui para o banheiro e tomei um banho não muito demorado, mas interrompido por ouvir meu celular tocar no quarto. Desliguei o chuveiro imediatamente e me enrolei na toalha.
— Eu estava no meu banho precioso.
— Desculpa. — ouço sua risada abafada. — Eu tô aqui na porta.
-—Mas já? — ouço-o concordar em gemido. — Eu literalmente estava no banho, eu estou molhada.
— Calma, você só ouviu a minha voz.
— Hyunjin!
— Eu 'tô brincando. — riu.
— Vou me vestir.
Vesti uma camisa de botões preta e arregacei as mangas até meu cotovelo, vesti uma saia vermelha de veludo e calcei uma sandália de salto preta. Não daria tempo de arrumar meus cabelos, então fiz a maquiagem preenchendo minha sobrancelha, um rímel, um blush alaranjado e um gloss. Esborrifei perfume e coloquei alguns acessórios, peguei meus pertences e desci.
Despedi do meu pai e sai de casa vendo um carro preto parado em frente da minha casa. Pelo vidro vejo seu olhar sobre mim e logo saiu do carro vindo até mim, sem dizer nada pegou minha mochila e colocou no banco traseiro. Eu estava prestes a abrir a porta do passageiro e sinto suas mãos em minha cintura me virando para si, ele me encostou no carro e encarou meu olhos acariciando minhas costas com uma das suas mãos. Ele não tinha seu olhar fixo em meu rosto, não dizia uma palavra se quer, apenas respirava fundo e sorria de canto.
— Você é tão linda. — fez uma pausa. — Eu me pergunto, por que você me escolheu?
— Porque é você. — sorri colocando meus braços envolta do seu pescoço.
— Eu te amo. — sussurrou com seus olhos em minha boca.
Ouvir isso dele, fez meu coração palpitar como sempre das outras vezes quando eu o encontrava. Puxei seu rosto para mim e nossos lábios se encontraram num encaixe perfeito, nosso beijo era delicado e sem muita pressa, aproveitando cada segundo e o gosto um do outro. Finalizei dando selinhos repetitivos e um sorriso se formou.
~
A ida estava demorando mais ou menos trinta minutos, ele disse que era um pouco afastado da cidade onde seus pais moravam. Ficamos cantarolando músicas variadas que tocava na rádio, para quebrar o silêncio que se criava ali e usei isso para acalmar meu nervosismo. Ele entrou numa estrada que cortava a rodovia, chegando perto de um casarão e dois carros grandes ocupando a garagem, logo aparece uma mulher na porta com um pano de prato na mão.
— Querido! — a mulher da porta o abraçou forte. — Eu senti tanta sua falta!
De tão parecidos, era reconhecível que seja sua mãe.
— Eu também, mãe. — lhe deu um beijo no rosto.
— Oi, filho! — um homem surge atrás de sua mãe e o abraça.
— Você é a... — induziu para que eu continuasse.
— Aurora Kaneko, prazer em conhecê-los. — sorri reverenciando.
— Você é muito linda, você é modelo? — seu pai diz e com certeza eu fiquei vermelha com isso.
— Vamos entrar! A comida já está na mesa.
Ela nos guiou até a porta e entramos, retiramos nossos calçados e pude ver que tinha um chinelo para mim também. Sua casa era grande, confortável e aconchegante, e estava tomada pelo aroma da comida que vinha da mesa.
— Ittadakimasu. — seus pais me olharam estranho me deixando um pouco envergonhada.
Eu sempre esqueço que não vão entender.
— Você é japonesa?! — perguntou Senhora Hwang.
— Eu nasci no Japão, mas sou mestiça. Meu pai é coreano e minha mãe era japonesa.
— E você tem irmãos? — perguntou Senhor Hwang.
— Eu tenho uma irmã mais velha, que já é casada.
— Espero que possamos ser uma família unida. — comentou a mãe e eu sorri.
— Eu não estava tão preparada, mas eu iria convidar vocês para um jantar na minha casa, para que conheçam meu pai também.
— Sem problemas, qualquer dia podemos convidar seus pais para virem aqui. — o mais velho diz dando um gole de sua bebida.
— Seus pais trabalham com o quê? — perguntou a Senhora Hwang.
— Meu pai é dono e CEO da concessionária Gwacheon de Gangnam.
— Uau! Sério? — indagou Senhor Hwang. — Sou cliente do seu pai há anos, inclusive dei um carro de presente para Hyunjin.
— E sua mãe? O que ela faz? — a mulher perguntou sorrindo.
— Mãe... — Hyunjin chamou sua atenção.
Segurei sua mão debaixo da mesa e acariciei seus dedos. Uma hora iria acontecer.
— A minha mãe está em paz, infelizmente ela adoeceu e isso levou ela a partir. Mas antes, ela era enfermeira e bióloga, se especializou em microbiologia no Japão. — falei brincando com o espaguete e em seguida comendo-o.
Os pais me olharam aflitos e com um pouco constrangidos.
— Eu sinto muito, não tive a intenção de entrar nesse assunto. — falou aflita.
— Não se preocupe. — sorri confortando-a. — A comida está uma delicia.
— Obrigada, querida. — sorriu. — 'Tá vendo, você que fica puxando meu saco e reclama de barriga cheia. — gritou com o homem ao seu lado e lhe dando tapas.
— Aí, seus tapas são doloridos. —reclamou massageando os local.
— É o dia inteiro assim, quando tem paz eu até desconfio. — falou Hyunjin no meu ouvido me fazendo rir.
Terminamos nossa refeição que ficamos conversando de assuntos aleatórios, ainda bem que eu me adaptei muito bem com eles, seu pai era muito engraçado, o que deixava Hyunjin envergonhado. Ajudei sua mãe com os pratos e a cozinha e ficamos falando sobre receitas de comidas, agradar a sogra é essencial.
— Amor, vamos? — perguntou Hyunjin na entrada da cozinha com a chave do carro na mão.
— Onde vão hoje nessa hora da noite? — perguntou Senhora Hwang enxugando suas mãos em um pano.
— Embora?!
— De jeito nenhum! — andou até ele me puxando e nos guiando para as escadas. — Está muito tarde e não deixaria vocês irem embora assim.
— Mas mãe...
— Hyunjin, amanhã podemos ir fazer um churrasco, o que acham? — olhou para seu marido e para mim.
— Boa ideia! — falei e a mesma sorri.
— Eu disse que ela insistiria pra dormir. — resmungou pegando minha mão. — Eu só fiz um teste.
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mirror ➸ h.h.ʝ
Fanfiction❝ Nunca teve pretensões de amar e ser amada, embora sempre nutrisse a esperança de encontrar algo que fosse como o amor, mas sem os problemas do amor. ❞
