💙 LUIZ PEDRO FERNANDO HENRIQUE 💙

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 Quase duas da manhã, e um barulho veio da cozinha

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Quase duas da manhã, e um barulho veio da cozinha. Levei um susto em tanto, e era para se desesperar, né? Eu estava dormindo, sonhando com a Martin... Bom, eu estava sonhando... E do nada, um barulho desses me acorda.

Poderia ser um ladrão.

Poderia ser minha irmã, não sei.

Ou então, poderia ser... um gato?

Independente do que tenha feito o barulho, era preciso ir verificar.

Fui caminhando com muita cautela até a sala de estar, tentei me esconder atrás da estante para não ser visto caso alguém estivesse ali. E eu fiquei com medo, com muito medo. O momento estava ficando mais tenso do que eu tinha imaginado.

Dei mais um passo para saber quem estava na cozinha, com a luz acesa, aparentemente procurando por alguma coisa. Me aproximei com muito cuidado e avistei ele... O Lucas!

O meu amigo invadira minha casa. Por quê? O que ele queria ali?

— Que negócio é esse aqui, hein? — perguntei.

Lucas se apoiou na pia, de frente para mim, ficou todo sem jeito e com as mãos trêmulas.

— Eu posso explicar! — disse ele. — Eu queria falar com a sua irmã, mas acabei perdendo o rumo, sabe?

— A Kauany não quer nada com você.

— Quer, sim!

— Ah, é verdade! Ela quer distância. Agora, vaza daqui.

Lucas bufou, continuou todo trêmulo e se retirou.

Ele saiu pela porta da frente.

Só não entendi como ele entrou na minha casa. Talvez, Kauany tenha dado uma chance ao cara, não sei.

Parece que meu amigo estava realmente apaixonado. E isso fez a cabeça dele, de vez.

Deve ser muito doloroso sentir algo por uma pessoa que não se importa com o sentimento de um outro alguém.

Somos tão novos para nos preocupar com tanta coisa. É complicado passar por essa fase.

Quando criança, a única preocupação que eu tinha era em saber com quem brincar. Meus amigos eram de sair muito com os pais, e quase não dava de se encontrar para jogar um futebol no campinho. Era muito desesperador dormir pensando nisso.

Mas já passou...

Hoje, a preocupação é outra, ou melhor (pior, no caso), as preocupações são outras.

É muito chato ser adolescente. Não tão chato quanto meus pais. Eles, sim, são muito chatos.

— O que você está fazendo acordado a uma hora dessas, Luiz Pedro Fernando Henrique? — questionou minha mãe, com a cara de sono, toda desarrumada, com os braços cruzados e uma expressão enfurecida.

Confissões de uma família (quase) perfeita!Where stories live. Discover now