Humano e vampiro.

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- NÃO!

Senti lágrimas quentes percorrem meu rosto gelado. Eu matei o amor da minha vida, eu sou um monstro.

- Não, por favor, fica comigo. - abracei seu cadáver. - Não me deixa.

Não recebi nenhuma resposta, nem sua respiração pesada era capaz de ser ouvida. Apenas estava um silêncio constrangedor, que, depois de um tempo, foi cortado por passos de várias pessoas que viam correndo. Olhei em volta e, encontrei minha família, e a mãe de Yuki, que corriam até nós. Eu matei o filho dela, ela vai me odiar de novo. Vai odiar todos os vampiros de novo.

- O que aconteceu?

Os olhei, sem soltar o corpo de Yuki.

- E-Ele se sacrificou por mim.

Minha família compreendeu. Afinal, eram vampiros. Já a mãe de Yuki parecia confusa e assustada.

- O que isso quer dizer?

- Quer dizer que... ele fez com que eu bebesse o sangue dele, caso ao contrário eu morreria.

Ela começou a chorar e se colocou ao meu lado.

- Meu filho.

- Desculpa, eu não queria. Eu amo seu filho, eu...

Interrompeu-me.

- Não, por favor, não se lamenta.

- Não me odeia?

Ela limpou minhas lágrimas.

- Não querido, não. - também limpará suas lágrimas. - Você foi o melhor namorado que Yuki já teve, e, além disso, me mostrou que eu estava errada em relação aos vampiro.

Deitei o corpo de Yuki no chão e a abracei.

- Ainda sinto muito pelo seu filho, nunca vou me perdoar. Eu o amava tanto, e o matei. - voltei a chorar.

- Shhhh... tá tudo bem. A culpa não é só sua, é minha também. Se eu tivesse aceitado, nada disso teria acontecido.

Chorei em seu peito e comecei a sentir outros braços envolverem meu corpo. Todos estavam abraçados. Como uma família. Quando todos se afastaram. Peguei Yuki no colo e o carreguei até saímos daquele lugar.

Meus pais e minha irmã se transformaram em morcegos e saíram voando até em casa, e disseram que me esperariam lá. Fiquem com a mãe de Yuki ainda ali, com Yuki nos meus braços. Não queria soltá-lo. Nem mesmo se ele começasse a feder a gente morta.

- Querido, tem que ir para casa, deixe Yuki comigo.

- Não, não posso.

Ela suspirou fundo.

- Eu sei que é difícil.

- Eu sei que sabe, você é a mãe dele. E eu matei seu filho.

- Querido...

Interrompi.

- Só deixa eu ficar com ele mais um pouco. Sozinho.

- Tudo bem. - disse, e saiu do meu campo de visão.

Sentei no chão duro e úmido, com o cadáver de Yuki deitado no meu colo. Seus olhos azuis como o céu ainda estavam abertos, então os fecheis. Nunca mais os veria de novo. Aqueles olhos, aqueles olhos azuis, olhos do céu. O sangue no seu pescoço já tinha secado, apenas estava as marcas das minhas presas. Sua boca estava entreaberta e seus cabelos louros bagunçados. Continuava lindo. Sempre será lindo.

- Me perdoe. - sussurrei. - eu vou te amar para sempre.

Parei de encara-ló. E virei meu rosto de lado. Já estava na hora de eu aceitar, e seguir em frente. Ele está morto agora, por mais que eu queira, não posso fazer nada. Lágrimas percorreram meu rosto mais uma vez e as deixei cair, cair e cair.

Vampiros entre humanos (yaoi) Onde as histórias ganham vida. Descobre agora