Imortal.

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Era acolhedor está de baixo dos braços de toda a família de Yuki. Chegamos a casa dele em segurança, e é claro, ele me convidou para entrar. E eu entrei. Sua família toda havia aceitado de uma vez por todas, e deixou o preconceito de lado. O amor estava ganhando mais uma vez, logo estaria ganhando o mundo inteiro. Então, eu e Yumi poderíamos levar uma vida normal. Casar, adotar filhos, quem sabe até animaizinhos.

Até mesmo sua irmã aceitará, seu olhar mostrava sinceridade e arrependimento. Yuki como a boa pessoa - e vampiro também - que é, perdoou ela, como também perdoou o resto da família.
Além disso, ficamos bastante tempo tendo que explicar o que diabos era um vampiro metade humano. Sem falar que agora Yuki só poderia se alimentar de sangue de animais.

- Bom. - disse eu, me levantando do sofá com ajuda do impulso nas mãos e nos pés para me manter em pé. - Acho que eu devo ir agora.

- Já querido? - disse minha sogra sorridente. - Ainda está cedo, não?

Típico de velhos humanos, pensei, apesar dela ter a aparência até jovem.
Encarei o relógio, que indicava que não estava nada cedo.

- Na verdade, já está bem tarde.

- Bem, então acho melhor você ir mesmo. - disse e secou as mãos nos panos, já que acabará de lavar a louça imensa. - Tchau, querido, volte sempre!

Ela me abraçou carinhosamente como se eu fosse seu filho, e depois beijou minha testa como se eu fosse uma criança.

- Obrigada por ser o melhor pro meu filho.

- Não agradeça, sempre serei o melhor para ele.

Me despedi do resto da família de Yuki, e ele me guiou até a porta no final de tudo. Ele segurava a maçaneta firme com a mão direita, e parecia viajar dentro de sua cabeça. Queria muito, muito mesmo saber o que estava passando na sua cabeça naquele momento. Fiquei até mesmo me perguntando, por que nós vampiros temos tantos poderes que qualquer ser humano gostaria de ter, mas não podemos simplesmente ler memórias? A curiosidade me mata.

- O que foi? - perguntei, encarando seu único olho azul como o céu que eu tanto amava.

- Somos imortais?

Franzi o cenho, sem saber o que ele queria dizer com aquela pergunta.

- Eu. - disse apontando o dedo para si mesmo. - Eu sou metade de um vampiro, significa que agora eu posso ser imortal como você?

- Eu não sei, deveria ver no livro, você trouxe ele pra você, né?

Ele balançou a cabeça positivamente.

- Você quer ser imortal?

- Eu não sei, é porque você é, e só de pensar no fato de um dia eu morrer e você continuar aqui pra sempre, bem...

Tive que interromper.

- Eu não sou tão imortal, posso morrer com alho, ou o sol se eu não estiver com o meu anel.

- Mas e daí? Você está sempre protegido!

Antes de voltar a falar, me aproximei dele, para consegui estraçalhar meus dedos nos seus.

- E daí, que eu não posso viver sem você. - beijei as costas de sua mão. - Eu te amo, não se preocupe tanto.

Um sorriso tomou conta de seu rosto, o que me contagio, fazendo me sorri também.
Ele soltou sua mão da minha, para poder correr a um abraço meu, cujo abraço devolvi a ele. E logo em seguida me puxou para um beijo, que eu não queria me afastar nunca. Mesmo já tendo beijado aqueles lábios doces mais de dez vezes, eu nunca me acostumava. Era como se fosse a primeira vez beijando aquela boca. E a sua língua junto com a minha dançavam perfeitamente. Eu não queria me afastar nunca, mas fui obrigado depois que a falta de ar venceu.

- Tchau. - foi o que eu disse quando nos afastamos.

- Tchau, meu amor.

Então dei de costas e comecei a caminhar, enquanto escutei a porta sendo fechada logo atrás de mim por Yuki. E então caminhei para a casa.

~Yuki

Ouvi o barulho da porta, e logo depois disso pude ouvir passos leves até minha cama. Tirei os olhos do livro que James me dera e vi minha mãe. Coloquei o livro na escrivaninha ao lado da minha cama e me deitei, já sabendo que era hora de dormir, e o sono também já vinha tomando conta de mim aos poucos. Eu estava exausto, afinal, tinha sido um dia e tanto.

- Boa noite, querido. - sussurrou e deixou um beijo na minha testa.

Acariciou meus cabelos loiros por um bom tempo, até decidir sair do quarto apagando a luz deixando tudo uma imensa escuridão.
Apenas desejando que James estivesse ali, adormeci.

. . .

Enquanto me arrumava para ir ao colégio, coloquei uma espécie de tapa olho para esconder meu olho que se encontrava vermelho, só para que pessoas e vampiros não desconfiasse de muita coisa.

Quando desci para cozinha, tomei uma garrafa inteira de sangue que James havia deixado para mim. Havia deixado na verdade, várias delas.

Despedindo-se de meus pais, eu e minha irmã seguimos para a escola.
Admito, o medo tomava conta do meu corpo por um tempo. E se minha irmã contasse a todos? Eu perdoei ela ontem mais tarde, porém, eu não sabia mais no que confiar. Ela já havia me enganado o suficiente. O suficiente.

- Tudo bem com você? - perguntou ela, como se lesse meu pensamentos.

- Tudo.

- Olha, desculpa.

- Pelo...?

- Eu sei que você já confiou o bastante em mim, mas agora eu me arrependo de verdade, não vou contar a ninguém. Juro! Juro! Juro!

Ela parecia uma criança, com medo de algo. Eu não pode deixar de sorrir e voltar a acreditar como um bobo em minha irmã. Mas dessa vez, ela estava sendo mais que sincera. Sua última chance, pensei. Juro por Deus que é a sua última chance!

Na escola, me encontrei com James, que ao me ver, beijou meus lábios, e Manu, me abraçou forte. Minha irmã seguiu um caminho diferente até seu bando de amigos falsos desanimada.
Ela não estava bem, até mudou seu jeito de se vestir. Seu cabelo loiro estava preso a um coque desajeitado, nenhuma maquiagem tinha em seu rosto, e, além disso, ela dispensou suas roupas cor de rosa e invadiu meu guarda-roupa. Pegando uma moletom preto meu.

- Precisamos conversa. - foi o que eu disse após chegamos em casa.

Vampiros entre humanos (yaoi) Onde as histórias ganham vida. Descobre agora