Para sempre.

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Como se o mundo tivesse atendido aos pedidos de Yuki, o discurso da sua irmã saiu da escola e foi parar em outros lugares. Alguns alunos haviam gravado o discurso e postado nas redes socais à favor de tudo que Yumi disse, o que chocou todo o mundo. Notícias até mesmo saíram no jornal, inclusive, eu e Yuki assistíamos uma notícia sobre o tema agora com toda nossa família reunida.

Depois de se espalhar por todo o mundo, descobrimos que não éramos únicos. Existia outros casais, que tinham medo de se assumir, porque eram um romance entre humanos e vampiros. E a notícia que mais chocou, foi a de que meu namorado não era a única espécie de humano metade vampiro. Existiam outros, mas ainda eram poucos, e continuavam sendo raros, mas existiam. Isso causou uma forte emoção em Yuki, que, quando descobriu, se enrolou em meus braços e chorou de felicidade como ninguém.

No fim, chegamos a uma conclusão: a paz e o amor nunca deixou de existir depois de 1963, ela apenas se escondeu, e agora está aparecendo para o mundo mais uma vez, e não irá mais se esconder. E, o melhor de tudo isso, é quando não foi necessário uma guerra para chegar a paz, apenas palavras gentis e honestas.

Quando a notícia de mais um casal vampiro e humano acabou no jornal que passava na TV, beijei a cabeça de Yuki com delicadeza, pois seus olhos de cores diferentes já ameaçavam despejar lágrimas de emoção e felicidade.
Todos ali se levantaram, e nossas mães foram tomar conta do almoço: minha mãe trazendo sangue, e minha sogra preparando um almoço normal.
Meus pais, trocaram o canal para o futebol que tinha acabado de começar, e, nossas irmãs - que agora eram melhores amigas -, subiram para o quarto para fofocar algo. Por fim, eu e Yumi decidimos sair e ficar na calçada de casa, observando o céu do lado de fora até que o almoço ficasse pronto.

- Eu ainda não acredito que nós conseguimos. - sussurrou depois de ter colocado sua cabeça em meu ombro.

- É, amor, conseguimos. - falei dando risada, por ele ainda estar tão emocionado com algo que já tinha se passado semanas que ocorreu.

- Você tem ideia de como eu te amo? - perguntou, tirando a cabeça do meu ombro para pode me olhar.

- Acho que não, porém, eu te amo também.

Ele sorriu radiante para mim, deixando suas presas a vista, algo novo nele que eu já havia me acostumado, como também aprendi a amar seus olhos de pares diferentes. Foi assim que me dei conta, que, não importa o que aconteça, eu iria sempre e verdadeiramente amar ele.

- É, eu te amo, Yuki.

Dito aquilo, o trouxe para mais perto, o puxando pela cintura, e então o beijei.

- Pessoal, venham almoçar! - gritaram nossas mães juntas em uma sinfonia perfeita.

Então eu e Yuki voltamos para dentro, seguindo para a cozinha. A mesa estava separada com sangue e comida normal, para que os vampiros e os humanos comessem o que podiam.

Nós sentamos à mesa com o resto da família, e mais uma vez, como sempre, senti uma alegria enorme. Alcançamos o impossível.

- Então vamos comer? - perguntou minha sogra, depois de fazer um discurso o qual eu não havia prestado atenção. Então, atacamos toda nossa comida, até estamos satisfeitos. Eu adorava esse almoço em família aos domingos.

. . .

- Tchau, meu amor. - falou Yuki, despejando um selinho em meus lábios.

- Tchau, bebê.

E então foi embora, e observei meu namorado até o perde de vista. Ele era realmente lindo.

- Licença. - virei-me para trás, e então vi o mesmo garoto que havia reclamado comigo na escola sobre eu estar namorando um humano sendo um vampiro. - Se lembra de mim?

- Impossível esquecer. - resmunguei.

- Olha, desculpa, você estava certo.

- Não precisa se desculpar. - disse, deixando um sorriso escapar, a paz que se estampava no mundo me deixava feliz, uma felicidade que nunca senti antes. - O que importa é que você entendeu né?

- Entendi. Obrigado por trazer a paz de volta, você não sabe como...

- Eu sei, é o que todo nós vampiros queríamos. - Interrompi. - Paz.

- É, paz!

Eu estava indo embora quando dei de costas para ele, porém, olhei para trás, e ele ainda me encarava.

- Qual seu nome?

- Harry.

- Harry, não agradeça apenas a mim, eu sozinho não conseguiria. - falei, e sabia que muitas pessoas tinham que receber créditos.

Minha irmã, por ter me apresentando o Yuki, e me encorajado.
Meu namorado por ter me amado e nunca ter desistido de mim.
Minha cunhada, que mesmo depois de causar tantos problemas, no fim ajudou. Família.

Então, fui para casa.

. . .

- Feliz aniversário de 11 meses de namoro! - exclamou, e quando menos esperei, me lançou um beijo. Yuki se afastou de mim, tomando um lugar na grama e fez gestos para que eu sentasse ao seu lado. - Se lembra? Foi aqui que me pediu em namoro.

- Como poderia esquecer?

Ele sorriu, colocando sua cabeça no meu ombro.

- Eu te amo tanto. - sussurrou.

- Eu também te amo, para todo sempre.

- Que brega!

- Mas é verdade, eu te amo, para sempre.

- Não estamos em um conto de fadas, James.

- Eu sei, mas podemos até nós separar, porém, eu vou sempre amar você.

- Idiota, eu também sempre vou amar você! - falou, me lançando um beijo logo em seguida.

Não demorava muito para que eu e Yuki fazemos um ano de namoro. Eu me sentia o vampiro mais feliz do mundo por ter ele ao meu lado, e, também, por ter alçando a paz. Eu pretendia passar a eternidade com ele, para sempre, acho impossível deixar de amá-lo. Eu nunca amei alguém como ele. Nunca. Ele é único para mim. E eu pretendo nunca perdê-lo.

- Quer ir lá pra casa? - perguntou com sorriso malicioso. - Estou sozinho, meus pais estão trabalhando e minha irmã saiu com um tal de Harry.

- Harry?

- É, você o conhece?

- Talvez. - falei, pensando um pouco. - Vamos pra sua casa então?

- Vamos!

Ao chegamos em sua casa, fizemos amor como nunca antes. E então, tive certeza que o amaria para sempre, não importa o que acontecer.

-Fim-

Vampiros entre humanos (yaoi) Onde as histórias ganham vida. Descobre agora