Saudade

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Passaram-se horas e eles não deixavam ninguém entrar na enfermaria. Steve e eu concordamos em não sair de lá enquanto não soubéssemos notícias do Bucky.

Até que finalmente o médico saiu da sala.

- Então doutor, como ele está?

- Ele teve uma parada cardiorrespiratória mas conseguimos trazê-lo de volta.

Não consigo expressar o tamanho do alívio em que senti naquele momento. Steve olhou para mim e tentou esboçar um sorriso.

- Podemos vê-lo? - Perguntei

- Ele ainda está um pouco instável, senhorita. Esperem uns minutos

- Tudo bem, doutor. Obrigada.

- Fiquem tranquilos, o Barnes não vai sair daqui. - Nat falou olhando para nós dois. - Que tal irmos dar a notícia ao Fury?

Fomos até a sala de concentração e estávamos conversando com Nick Fury, passando tudo o que tinha acontecido. Mas honestamente, eu não estava prestando atenção em nenhuma palavra sequer. Só conseguia pensar no Bucky. Eles discutiam sobre o que fazer depois que ele acordasse. Fury queria mantê-lo preso, mas Steve estava relutante. Ele não queria manter Bucky como prisioneiro e eu concordava com ele, claro.

- Capitão, eu entendo que Barnes é seu amigo. Mas o soldado invernal não é amigo de ninguém, e você viu o que ele fez com... - Steve o interrompeu

- Desculpe Fury. Mas essa missão é minha, e eu decido o que fazer com ele.

- Agente Romanoff?

- Nem vem Nick. Eu só sigo ordens!

Todos olharam para mim esperando uma resposta.

- Eu preciso ir.

- Ir pra onde?

- Para o dormitório, Steve. Eu tô bastante cansada.

- Mas quanto ao Bucky...

- Steve, o que você decidir eu vou concordar. Eu sei que vai tomar a decisão correta. - Beijei sua bochecha e saí da sala tomando a atenção de todos.

- Ela vai ver o Barnes. - Nat falou com um sorriso no rosto

- Ela não pode. - Disse Nick levantando, mas Steve o impediu de seguir.

- Deixa Nick. - Nat assentiu concordando com Steve

Eu caminhava pelos corredores apreensiva. Meu coração acelerava a cada passo que eu dava. Eu realmente estava cansada, mas eu não ia conseguir pregar o olho antes de vê-lo. Cheguei em frente da sala na qual ele estava e não consegui mover um músculo. Fiquei parada frente a porta sem conseguir entrar.

O que tá acontecendo comigo?

- Você consegue.

Olhei para trás e vi Nat sorrindo docemente

- Não sei Nat. - Disse sem tirar os olhos da porta

- Você o ama?

- Mais que tudo.

- Então boa sorte, garota. - Nat deu uma piscada e saiu

Respirei fundo e abri a porta

Assim que entrei encontrei ele sentado na cama, olhando para as mãos com uma expressão confusa. Mas assim que ouviu o barulho da porta fechando ele olhou para mim rapidamente.

- Emma... Eu sinto muito. - Seus olhos foram tomados por lágrimas

- Você não tem que se desculpar, Bucky. Eu sei que você não seria capaz de fazer aquelas coisas.

- Então você me perdoa?

- Eu não tenho que te perdoar, soldado. O homem que eu amo nunca me machucaria. - Sorri me aproximando, ficando de pé na frente dele

- Eu lembro do que fiz com você... - Ele abaixou a cabeça.

- Não era você.

- Eu matei nosso filho, Emma.

- Você não teve culpa, Bucky!

Ele deixou as lágrimas caírem e eu simplesmente não aguentei vê-lo naquele estado. O abracei como nunca havia abraçado antes. Nós choramos ali e mesmo sem dizer uma palavra entendemos tudo o que o outro queria falar.

Nunca vou entender essa nossa incrível ligação.

- Eu amo você, soldado. E prometo nunca mais sair do seu lado, nem que isso custe a minha própria vida! Bucky, eu não existo sem você.

- Eu também amo você, Emma. Mais do que já amei qualquer pessoa. Mesmo não merecendo seu amor

- Você merece muito mais!

Bucky ainda estava sentado na cama, ele me puxou fazendo com que eu ficasse entre suas pernas. Olhou no fundo dos meus olhos e deu aquele sorriso que só ele tem, aquele sorriso que fez minha vida virar do avesso, aquele sorriso pelo qual eu faria tudo para tê-lo por perto. E eu era a mulher mais feliz do mundo por saber que aquele sorriso era inteiramente para mim.

Ele segurou meu queixo alternando o olhar entre meus olhos e minha boca, e eu assenti para que ele continuasse. Foi então que demos aquele nosso beijo, que eu senti tanta falta. Naquele momento era só eu e ele, completamente apaixonados um pelo outro, nos beijando como se fosse a última coisa que faríamos na vida. Sentindo a intensidade de cada detalhe, de cada toque. O que temos é algo que não pode ser explicado, apenas sentido.

- Você é a pessoa mais importante da minha vida, sabia?

- Sabia. - Dei um sorriso convencido

- Senti tanta saudade desse sorriso.

- E eu de você! - O beijei novamente

- Que tal recuperarmos o tempo perdido? - Ele sorriu com malícia

- Quê isso, Barnes. Você estava morrendo algumas horas atrás. Não brinca em serviço, hein soldado? - Ele riu.

- Só senti saudade do seu corpo... - Ele me puxou para perto depositando um beijo no meu pescoço, fazendo com que um arrepio tomasse conta de todo ele.

- Ele vai estar aqui para você o tempo que quiser. - Pisquei

- Eu tenho muita sorte por isso.

- Então cuide de pegar o que é seu.

Antes que pudéssemos seguir com nosso momento, Steve entrou na sala.

- Desculpe, estou atrapalhando algo?
- Ele sorriu sem graça

- Imagina... - Falei ironicamente e Bucky riu

- Ah, eu posso voltar outra hora então...

- Deixa Steve, nós temos a vida toda para fazer... - Steve interrompeu

- Emma! - Ele advertiu, envergonhado

- O quê? Eu ia dizer fazer planos. - Nós três rimos

- Senti sua falta, amigo. Que bom que está de volta. Fico aliviado, Bucky.

- Obrigado pela ajuda, Steve. - Bucky estendeu a mão e Steve apertou, dando um sorriso vitorioso.

- Eu sempre estarei aqui para você, amigo.

- Eu agradeço.

Os dois se abraçaram dando tapinhas nas costas.

- Bom, só vim para ver como você estava. Então já podem voltar a fazer "planos"

- Sabia que tinha entendido a referência, Capitão.

- Eu sempre entendo, Emma.

Steve saiu nos deixando completamente a sós com nossa saudade.

- Pode me dizer onde paramos?

- Permita-me mostrar.

Hora de matar a saudade...

Soldado InvernalWhere stories live. Discover now