31.

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— Não, não, calma aí.

O loiro riu alto, segurando os braços da garota, que tentava falar por cima dele, um sorriso enorme no rosto.

— Não, olha aqui, loirinho...

Ela desistiu quando ele a empurrou, fazendo com que caísse no sofá, e então passou a rir junto.

Amanda vestia uma camiseta qualquer de Rafael, tão maior que ela que chegava a cobrir seus shorts, mas a loira não se importava. Era difícil se importar com qualquer coisa sendo que, ao lado dele, não parava de rir um segundo.

Ele se jogou ao lado dela, quase fazendo-a cair do sofá. Riram por mais alguns segundos, e então pararam para observar um ao outro, com sorrisos bobos em suas faces. A loira riu quando ele deixou um beijo rápido na ponta de seu nariz.

Deixou-se colocar a mão no rosto dele, passando os dedos pelos fios de cabelos ao lado de sua orelha. Ele sorriu, aqueles olhos azuis encarando o fundo de sua alma. Sentiu-se arrepiar.

Aproximava-se para encostar seus lábios aos dele quando o telefone tocou, fazendo-os rir, sem graça, e se levantar do sofá.

— Deve ser a comida — o loiro resmungou, indo em direção ao telefone.

— Libera lá, eu atendo a porta.

Amanda achava momentos como aqueles curiosos. Estavam apenas ficando e tinha certeza de que qualquer sentimento também não passava muito disso, mas, às vezes, quando estavam juntos, ela percebia que tudo corria muito naturalmente — como se estivessem juntos a milhares de anos.

Não que estivessem juntos juntos. Estavam juntos ficando juntos. Só isso. Nada demais, apenas algo comum que pessoas que não queriam se comprometer faziam o tempo todo.

Certo?

Sentaram-se de pernas cruzadas no sofá, um de frente para o outro, enquanto comiam. Eredin estava deitado ali perto, apoiado nas costas da Amanda, que sorria toda vez que o animal se mexia.

A casa de Rafael a fazia se sentir muito em casa.

— A gente podia sair de novo essa semana — ele comentou antes de morder mais um pedaço de seu sanduíche, olhando-a com atenção.

— Sim! Amanhã eu não posso porque eu prometi pra Di que ia na casa dela, mas a gente devia sair de novo, com certeza. Aí você me deixa fazer as suas sobrancelhas.

Ele riu, revirando os olhos.

— Loirinha, a gente já falou sobre isso. Você não vai fazer as minhas sobrancelhas.

Ela segurou um sorriso.

— Eu ainda te convenço, pode deixar.

Intimidade é uma coisa estranha, principalmente quando ela aparece do nada. Na semana anterior, nem conversavam direito, e agora ali estavam, ela vestindo uma camiseta dele, comendo sanduíches no sofá do apartamento de Rafael, Eredin dormindo ali perto.

A casa de Rafael a fazia se sentir muito em casa.

são paulo • [r.l.]Where stories live. Discover now