VINTE E QUATRO

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Como prometido, cap de manhã! Fortes emoções hoje. Preparados?
Não se esqueçam de votar e comentar.
Boa leitura xuxus ♡

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Livia Mitchell

A viagem estava sendo incrível, era bom passar um tempo a mais perto da minha mãe, pra variar. A experiência de visitar o local de trabalho dos pais nem sempre é a mais empolgante, mas no meu caso eu não poderia pedir algo melhor. De fato, é um trabalho nobre demais, e eu não me importaria de estar cada semana em um local diferente, conhecendo novas culturas e pessoas.

Nós passamos por diversas áreas de carência, levando alimentos, suprimentos de higiene, doações e medicamentos. Junto conosco estavam também um pesquisador, dois médicos, dois professores e todo o pessoal da ONG. Eu gostei do tanto que me senti importante podendo ajudar.

Conhecemos tantos lugares em poucas semanas que eu nem consegui contar sobre todos para Natie. Tentávamos nos falar todos os dias, mas em alguns locais meu sinal era quase nulo. Sempre que conseguíamos comunicação eu tentava perguntar discretamente sobre David. Natie não hesitava em responder, o que me deixava em dúvida se eu estava realmente disfarçando bem ou se ela estaria sacando alguma coisa.

Natie me alertou algumas vezes que David estava passando por um momento ruim, que seus dias se resumiam a trabalhar em casa. Ele mal saía de seu escritório e quando eu lhe perguntava o motivo ela dizia ainda não ter certeza.

A situação dele estava me partindo o coração, mas não é como se eu estivesse bem, não é como se eu tivesse o esquecido. Meu peito doía demais ao pensar na forma como tudo acabou, fico imaginando se a gente não poderia ter resolvido, sentado, conversado. Essa incerteza é o que mais dói, talvez estivéssemos bem agora.

Eu não me sentia como uma princesa esperando um príncipe, presa na torre. Eu me sentia mais como uma guerreira que estava ocupada com as próprias batalhas para pensar em coisas do coração. E aí ele chegou, como um tornado, transtornando a minha vida de um jeito louco e bom, muito bom. E é difícil se desacostumar de algo bom.

***

- Oi, Natie! - Acenei para ela na webcam.

- Finalmente, achei que não ia conseguir falar com você. Oi tia Susan! - Minha mãe apareceu atrás de mim na câmera. - Como estão as coisas aí?

- Ensolaradas! É tudo incrível aqui, mas eu já estou morrendo de saudades, Natie.

- Quando você volta?

- Mês que vem, depois das festas. Pra dar tempo de preparar as coisas da faculdade.

- Espera, então quer dizer que eu vou passar Natal e ano novo sem você?

-Ah, Natie. Quando minha mãe me disse isso me bateu um leve arrependimento de ter vindo. - Minha expressão se entristeceu um pouco.

- Não fique assim, Liv. Prometo falar com você nos primeiros minutos do novo ano, feito? - Assenti com a cabeça. - Sobre aquele outro assunto, do homem da sua vida que partiu seu coração - ela fez uma voz dramática. - Você está melhor, Liv? Não gosto de te ver triste por aí, não posso nem te abraçar. - Ela fez um biquinho.

- Eu estou... me distraindo. E... o seu pai? Ele está melhor? - Não aguentei não perguntar sobre ele.

- Bom, ele tomou café da manhã hoje. É um avanço.

- E ele não... te disse nada?

- Ele tenta fingir que está bem. Mas eu o conheço. Na verdade, qualquer um pode ver, ele mal sai de casa, fica trabalhando no escritório, depois vai pro quarto, depois volta pro escritório... - Permaneci em silêncio e fitando o chão por um tempo considerável. - Você está bem, Liv?

Não se apaixone por mimWhere stories live. Discover now