TRINTA E SEIS

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Livia Mitchell

Virei a noite pensando em tudo o que David havia dito. Desde que saí de seu quarto eu tento compreendê-lo. Ontem ele demonstrou ter inseguranças que até então eu não sabia que ele tinha, e isso é completamente aceitável, afinal eu tenho inúmeras. Mas a forma como ele abordou tudo isso, tentando me impedir de viver algo que eu quero muito, foi um tanto egoísta.

Minha mente reproduzia suas frases sem parar, me fazendo questionar se ele realmente confiava em mim. Eu nem conseguia me imaginar com outra pessoa. Depois de tudo o que passamos, como ele pôde pensar assim? Eu escolhi ficar com ele, mas isso não quer dizer que eu tenho que abrir mão de tudo.

Não é uma questão de escolha. Não é David ou a minha vida. Os dois estão totalmente ligados. Um não segue sem o outro. Não posso abrir mão das outras áreas da minha vida como também jamais abriria mão de David. Eu estava tentando conciliar tudo, mas ele parecia não enxergar.

Pensei na proposta dele. "More aqui". Confesso que meu coração acelerou, mas sei que foi da boca pra fora, sei que ele estava atordoado e por isso achei melhor não continuarmos a conversa. Eu amaria morar com ele, mas sei que ainda não é a hora. Além de que, não resolveria meu problema principal: estar longe da Universidade.

Tinha dias que eu precisava acordar às quatro da manhã pra chegar mais cedo. Dias que eu voltava pra casa beirando a meia noite. Morando perto tudo isso seria resolvido. Pra mim era algo tão simples. Eu teria uma casa inteiramente minha, David estaria lá quando quisesse, todos os dias, se ele desejasse. Eu estaria no centro e tudo iria caminhar bem.

Eu sei que no fundo ele está feliz por mim, mas ontem ele estava falando com a voz do ciúme, da insegurança. Talvez hoje possamos conversar melhor. Nos entender. Odeio estar brigada com ele.

***

Minha mãe já preparava todos os petiscos para quando os (poucos) convidados chegassem. Ela chamou alguns parentes, amigos e vizinhos mais próximos. Além de Natie e David que não poderiam faltar. Estava em dúvida se ele viria, queria muito vê-lo. Um dia sem ele não era completo.

A casa já estava enchendo, mas nenhuma daquelas pessoas me importavam tanto quanto ele. Será que ele vem? Será que nós vamos ficar bem novamente? Eu estava sentada no sofá vendo todos conversarem alegremente. Em minhas mãos havia uma tigela com alguns salgadinhos e eu os comia como se a minha vida dependesse disso.

Minha mãe caminhou até a porta para atender mais convidados. No primeiro momento avistei os olhos de Natie que abraçou forte a minha mãe. Me alegrei no mesmo instante. A presença de Natie me transformava da melhor forma possível. Ela correu até mim para me abraçar e eu me levantei rápido do sofá indo de encontro a ela.

– Que saudade! – Eu disse com a voz abafada por seu abraço.

– Liv, nós nos vimos hoje de manhã! – Natalie riu.

– Eu sei. Uma eternidade! – Brinquei num tom dramático.

Levantei um pouco a cabeça e avistei David conversando com a minha mãe. Ele veio! Meu coração quase saiu pela boca. Ele olhou pra mim e eu sorri. Pra minha surpresa ele não retribuiu. Gelei.

– David... está bem? – Perguntei discretamente a Natie.

– Eu sabia! Vocês brigaram... Tão óbvio! – Natalie debochou. – O que aconteceu?

Não se apaixone por mimWhere stories live. Discover now