capítulo cinquenta e um.

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10 anos depois...

Souza 🔥

Hoje poderia ser mais um dia normal pra mim, se agora eu não fosse pai de dois pivetes e com outro na barriga, faltando menos de dois meses parar chegar no mundo.

Eu tava cansado também, eu lutava pra caralho também, eu tinha que me dividir entre dar atenção aos meus filhos, dar atenção a Marina, cuidar de morro, cuidar da proteção, tentar ter o mínimo de invasão possível, não deixar ninguém fazer mal a minha família.

E eu era só um pra isso tudo.

Eu sabia que também que a Marina tava cansada, do mesmo jeito. Cuidar de duas crianças que não param quieta é foda também, se virar em 50 em uma só.

Eu entendia e só queria que ela entendesse o meu lado também, caralho.

Passar a semana toda me fudendo e ralando de 07h da manhã até 00h é foda e depois disso eu não posso sair um sábado que tô errado?

Lívia: Papai...- Assim que eu entrei em casa, o grito dela me animou, mesmo com a minha cara de cansaço.

Ela era um ano mais nova que o Lorenzo, era tinha 5 e ele 6.

Ela já era mais desobediente que ele, ele já tava começando entender os bagulhos e a facilitar, já a Lívia era chata pra caralho algumas vezes.

Mas era culpa minha, eu mimo demais os meus filhos e foda-se, irmão. Tô aqui pra isso, dar tudo de melhor pra eles.

Souza: Tá fazendo o que acordada, meu amor? - Peguei ela no colo e fui trancar a porta e fechar as janelas com ela.

Lívia: Tava esperando o senhor, lembra que tinha combinado de assistir Frozen comigo? - Falou deitando a cabeça no meu ombro.

Souza: Lembro sim, vida. Mas o pai tava meio ocupadão hoje e acabei errando contigo, foi mal. Mas tu sabe colé, a nega lá é a rainha...- Ela colocou a mão na minha boca.

Lívia: Shhhi...- Olhei pra ele.- Mesmo que eu já tenha visto milhares de vezes, as coisas perdem o encanto quando você fala...

Marina: Lívia, passa pra cama.- escutamos a voz da fera e Lívia me olhou, colocando a mãozinha na rosto e eu coloquei ela no chão.- São quase uma da manhã, garota.

Lívia: Tava esperando o papai...- Falou segurando minha mão.

Souza: Vai lá dormir, gata. Tu sabe que não pode ficar até essas horas acordada...- Beijei a bochecha dela.

Lívia: Amanhã?

Souza: Prometo que não vou sair de casa...- Bati na cabeça dela e ela sorriu, indo pras escadas correndo.

Olhei pra Marina e desviei o olhar, indo pra cozinha e peguei água.

Mari: Obrigada por ter trago o leite que eu te pedi, ou até mesmo cumprido o que prometeu a sua filha, ou pro Lorenzo, que chorou até dormir...- continuei sem olhar pra ela  bebendo água.

Souza: Foi malzão, só queria umas horas de paz.- Coloquei a garrafa na geladeira e virei pra ela, que me olhava com a cara cansada.

Olheiras por todo o rosto, cheia de espinha, barriga grandona e minha blusa.

Mari: Eu queria ter paz, Matheus! Eu tenho dois filhos e mais um na barriga, eu não consigo parar e respirar por um minuto, porra! A cada dia essa gravidez me deixa com a aparência mais feia e eu não aguento mais nem andar, eu tô cansada, mas eu não posso ter paz porque ainda tenho mil coisas pra carregar nas costas!

Souza: Você ainda é a mulher mais lindo do mundo, mesmo com essa carinha de acabada...- Falei colocando o cabelo dela pra trás.- Foi mal.

Mari: Sério, eu não aguento mais...- Falou respirando fundo.

Segurei a mão dela e ela deitou a cabeça no meu ombro, suspirando.

Novamente, eu tinha vontade de ir pra longe e deixar os bagulhos rolarem sozinho, mas era a Marina, eu nunca ia deixar ela sozinha, nem no nosso pior momento...

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A FielOnde as histórias ganham vida. Descobre agora