chapter 10

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Cheryl havia acordado há algum tempo mas se recusou levantar da cama. Processar tudo o que tinha acontecido na noite passada não estava sendo fácil, talvez ela tivesse todo sábado e domingo para pensar sobre isso, e estava temendo que talvez depois do acontecido, Toni nunca voltasse a falar com ela. Um arrepio lhe subiu a espinha, ela se cobriu como se isso fosse um indicativo de que ela estava com frio e não como se fosse o medo de perder a presença da garota em sua vida. Ela coçou os olhos mais uma vez. Hoje eles estavam bem expressivos, perdidos e pensadores. Espelhando o que se passava dentro dela. Ainda estava cedo, mas isso não a impedia de conferir as mensagens e as chamadas do seu celular. E pela quinta vez desde que ela tinha acordado, a voz mecânica lhe dizia: "Zero mensagens, zero ligações perdidas".

Ela não sabia o que procurava lá. Talvez uma Toni tão confusa quanto ela, ou um Archie lhe pedindo desculpas por ser tão ciumento.

Houve uma leve batida na porta e a voz suave de sua mãe soou no cômodo.

- Querida, já são 11 horas. Você está bem? - Perguntou a mulher, suavemente.

Cheryl direcionou o olhar para onde vinha sua voz e assentiu.

- Eu vou no mercado, você quer algo? - Perguntou Penelope.

Cheryl não estava com fome, mas parecia apropriado arrumar alguma desculpa para sair da cama.

- Eu vou com você, mãe. - Anunciou ela, se levantando.

Penelope a olhou surpresa e depois franziu as sobrancelhas.

- Sério? - Perguntou ela incrédula.

- Qualquer coisa para sair desse quarto. - Respondeu Cheryl, pegando algumas roupas e indo em direção ao banheiro.

Se ela pretendia que com a saída ela distrairia sua mente dos assuntos Toni e beijo, ela estava completamente enganada. Os pensamentos e sentimentos sobre isso só não eram mais fortes do que seus batimentos quando pensava no acontecido.

Ela já sabia que gostava de Toni, Deus, ela fantasiava com a garota. Mas criar sentimentos mais forte do que luxuria parecia perigoso demais, era provável que fosse quase insuportável em um futuro alternativo onde Toni a rejeitava.

Quando chegou em casa, a frustração já tinha se dissipado um pouco e ela resolveu visitar a velha Mel. Ela precisava conversar sobre o que sentia, e ninguém parecia tão apropriado quanto a senhora de voz doce e cheia de carinho para dar.

Cheryl caminhou pela calçada, o bastão passando a centímetros do chão, voando de um lado para o outro, o cheiro das rosas já tomando seu nariz sensível.

Ela apalpou a parede em busca do interfone depois o tocou, uma voz doce a saudou e destrancou o portão eletrônico.

- Que milagre ter você por aqui em uma sábado, querida. - Disse a senhora, assim que abriu a porta.

Cheryl sorriu quando a velha lhe abraçou e distribuiu beijos em sua face.

- Queria que a senhora fizesse minhas sobrancelhas. - Disse Cheryl suavemente depois que se desvencilhou, e levantou uma pequena pinça que carregava.

A testa da velha franziu e ela analisou aqueles lindos olhos castanhos perdidos.

- Você não veio só por isso. - Afirmou Mel, sentando Cheryl no sofá confortável e tomando a pinça de sua mão.

beyond the darkness - choniWhere stories live. Discover now