chapter 13

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Toni chegou em casa às pressas. Arremessou a mochila da porta de seu quarto nem se incomodando em entrar para colocá-la em um lugar apropriado. Ela visitou todos os cômodos à procura de seu pai, mas ele ainda não havia chegado. Ela pretendia sentar com ele e conversar sobre o que sentia e dizer que gostava de uma garota. Deus, gostar era um eufemismo. Ela amava Cheryl. Ela tinha confessado isso enquanto a garota dormia.

Ela sacou seu celular do bolso da calça jeans e discou o número de seu pai, que atendeu prontamente na terceira chamada.

- Toni? - Perguntou ele do outro lado da linha.

- Oi, pai. - Respondeu ela se acomodando em uma cadeira da cozinha.

- Está tudo bem?

- Está sim. Hmm... pai, quando você chega? - Perguntou ela.

- Não sei, querida. Hoje vou chegar tarde. Por quê? - Perguntou seu pai em tom sério.

- Eu queria falar com você.

- Olha, amanhã vou trabalhar até tarde também, mas Fangs me ligou e disse que vem jantar conosco na sexta. Que tal se nós conversássemos no jantar? - Perguntou ele.

Toni bufou frustrada.

- Não acho que seja o melhor momento para se conversar, mas a gente arruma outra hora. - Respondeu ela.

- Okay, filha. Agora eu tenho que desligar.

- Okay. - Respondeu Toni antes de finalizar a ligação.

Não achava que conversar sobre sua sexualidade na frente do irmão era uma boa ideia, mas não estava disposta a demorar muito para falar sobre isso, porque quanto mais rápido o fizesse, mais rápido poderia ter Cheryl.

Na quinta-feira Cheryl não foi a aula. Toni ligou para ela no intervalo perguntando se ela tinha piorado, mas Cheryl disse que sua dor de cabeça havia voltado e que sua mãe não achava uma boa ideia que ela tivesse um dia desconfortável na escola. Cheryl se desculpou por ter dormido enquanto Toni lia e pediu para a garota ir à casa dela depois da aula para terminar o livro. Toni aceitou prontamente.

---x---

- Cinquenta e um dias antes. - Começou a narrar Toni.

Cheryl estava deitada nos pés da cama enquanto Toni estava escorada na cabeceira.

- Não, não. Espera. - Protestou Cheryl.

Toni ergueu os olhos do livro para encará-la com as sobrancelhas franzidas.

- O que foi? - Perguntou ela.

- Eu cai no sono ontem, não sei o que acontece no final do capítulo anterior. Então releia ele para mim. - Disse Cheryl com olhar de desdém.

Toni riu.

- Okay. - Respondeu ela.

Toni começou a reler o capítulo anterior. Cheryl tinha alguns fleches de imagens em sua imaginação, de coisas da história que ela se lembrava antes de cair no sono. Mas ao final do capítulo uma sensação de déjà vu a tomou. A névoa lhe trouxe a sensação de aconchego, o cheiro de Toni a rodeando. Ela levou as mãos instantaneamente aos lábios quando um vislumbre do gosto de Toni a tomou. Depois palavras baixas sendo murmuradas. Algo como "eu amo você". Se perguntou se havia sonhado. Era a única resposta lógica.

- Está tudo bem? - Perguntou Toni.

Cheryl tirou as mãos dos lábios.

- Hmm, sim. Eu acho que sonhei ontem. - Respondeu ela se recompondo.

beyond the darkness - choniOnde histórias criam vida. Descubra agora