Povão, oh pru ceis

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Ó pru ceis,
Despoi de eleição,
Só dão banana,
Não das de comê,
Mai daquelas que só troxa leva.
O ceis num presta,
Tudu puxa-saco,
Bando de vagabundo.
Robando o nossu dinheiro.
Têm prano de saúde,
E nóis que paga.
Tem posentadoria
E o povão guenta.
Só si fodi.
Ruim é que,
Quem põe
A cambada lá,
São os burro aqui.
Nos finarmente,
Nem feijão tem
Pra raspá
Prato vazio,
Só fome
E duença.
Pió é fila
Pro SUS,
Pra sê martratadu
Pelus dotô e aquele
Bando de fazedô de papelada,
Que pregunta, pregunta,
Oia pra gente
Com cara de nojo e
Resorvê que é bom, nada.
Só sabe mandá,
Pra outros dá uns troço,
Pra tomá,
E manda vortá noutro dia.
Pra outros que tá pió,
Quase morrendo,
De morte por descuido,
Manda apinhá nos corredô,
Tar como saco de batata,
Em dia de coieita das boa.
Tudo desincompetente,
Posto na lida por pistolão,
Disumanu.
Morre pai,
Fio e mãe.
Nem tustão tem
Pro defunto
Abri cova rasa,
Sorta o corpo magricela,
Duro e frio,
Num buraco do chão.
Eta povo de dá dó,
Tem de rezá pra caí esmola
E catá bituca na rua
Dorme em banco de jardim,
Puta fome, é de cagá,
Mas nóis nem isso faiz,
Cagá ar? Não dá.
Meu Deus,
Vem mi busca,
A bucha tá de lascá,
Num guento mai,
Miséria da porra.
Opa, cuidado,
Pulícia vem aí,
Com us cacetete novo,
Pra gente corrê.
Nóis trupica e caí,
Nem chinelo pra pisá,
Cacete, espinho nu meu pé.
Corre que o bicho tá sorto
Lá, onde tem os mandão,
Ninguém óia pra gente,
Só os que faiz cradasto,
Com cara de nojo de nóis.
Vem eleição  nova.
Começa tudo iguar,
E dá-lhe fazê ficha,
Em corredô de hospitar.

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