Desço e subo morro
Pois moro no topo,
Perto do céu,
Ao lado do sol e da lua.
De manhã, ele nasce e me vê,
De noite, ela me alumia
E conta suas estórias.
Quando não vem,
Troco mensagens
Com as estrelinhas
E descubro seus segredos.
Pedem discrição,
Então, nada me perguntem,
Apenas saibam que
Elas brilham, piscam
E vivem tão longe
Que, muitas vezes,
A luz que chega
Não sabe onde nasceu.
Todos moram no céu
E eu só conto as estórias
Que me revelam.
Tem dias que o sol
Sobe lento, com preguiça
De acalentar e nos esquentar.
Está triste e sobe pois tem de subir.
A lua também tem vezes
Que fica meio escondida.
Há nuvens tanto
Nas noites, como nos dias,
Passam e tudo embaçam.
Fico sem saber o que acontece
Naquele azul tão azul de lindo.
Mas a nuvem em tom de cinza
Claro ou escuro, que corre
No passo do vento,
Puxa chuva fina ou grossa,
Que esverdeia o verde e
Resfria o ar do meu morro.
Enfim, quase moro no céu.
Na verdade, passeio por ele todo,
Pois, saibam, tenho asas longas,
Sou leve e, no meu voo,
Sonho também.